Aparecido Raimundo de Souza
“Para criar meus textos, sento de frente para o computador, a
folha em branco piscando na tela. Se o sistema digitar: ‘Vamos, mexa-se’ -, eu
começo a pensar que estou sonhando e, então, me debruço sobre o teclado, durmo
ronco e escrevo’”.
Eduardo Adolfo autor do livro de crônicas “Além de burro é
uma besta” 2017 - Editora do Autor - Curitiba - Paraná.
ACREDITE
SE QUISER:
o compositor alemão Ludwig van Beethoven despejava água gelada na cabeça antes
de criar suas músicas. Segundo sua mãe, em entrevista recente à Rede CBN, isso
estimulava os neurônios e fazia o cérebro do cidadão pensar melhor. Foi assim
quando criou “Sonata para Piano nº 14”, “Abertura egmont” e “Fidelio”, entre
outras obras-primas conhecidas mundo afora.
Ao contrário de Beethoven, o baiano Jorge Amado, autor de “O
País do Carnaval”, “Gabriela Cravo e Canela”, “Dona Flor e seus dois maridos”, para
começar a escrever seus romances colocava os dois pés numa bacia de água bem
quente. Servia para relaxar o corpo, uma vez que havia lido que “todas as
terminações nervosas saem dessa parte do corpo”.
Paulo Coelho, autor de “O Diário de um mago”, “Brida”, e “O
Alquimista” segundo palavras de sua esposa Christina Oiticica, só se acomoda na
frente do computador para trabalhar, se tiver um pé de coelho no bolso direito.
O jornalista paulista Roberto Pompeu de Toledo, autor de “A
sombra da escravidão” e “Leda”, atualmente colunista da revista “Veja”, tira a
calça e a camisa, fica de cueca e camiseta andando pela casa. Todavia, sempre
que resolve sentar e escrever faz um ensaio.
Machado de Assis pegava o machado de seu compadre Assis e se
punha a cortar árvores em seu pequeno sítio, em Mangaratiba, no Rio de Janeiro.
Tal atitude abria a sua inspiração a ponto de escrever um livro em cinco dias.
Para se ter uma ideia, “Dom Casmurro” saiu em dois dias, sendo seguido, logo
depois, por “Quincas Borba” e “A Cartomante”.
O escritor alemão Wolfgang von Goethe produzia seus textos
em pé. Para tal, mantinha na sala de sua residência uma escrivaninha alta ao
lado da imensa estante de livros raros. Entre eles, “O Aprendiz de feiticeiro”.
O maestro Richard Wagner, autor da belíssima “Lohengrin” não
comprava passagens para viajar. Tinha por gosto usar carruagens alheias. Achava que as pessoas lhe deviam, além do
reconhecimento, favores. Acima de tudo, considerava-se um gênio fora de
qualquer suspeita. Morreu ao completar “O Crepúsculo dos Deuses”.
O produtor de filmes norte-americano Howard Hughes,
reconhecido por “Anjos do inferno”, “Sangue de bárbaros” e “Demônios do céu”,
evitava estender a mão para cumprimentar as pessoas por excesso de higiene.
Pensava que poderia se contaminar com esses simples gestos de cordialidades.
Por essa razão, seu mordomo particular, o Tobias, o seguia, com uma bacia cheia
de água para baixo e para cima. Hughes
lavava as mãos e desinfetava os braços com álcool compulsivamente, o dia todo. Ao
falecer, em 1975, em Houston, no Texas, mandou expurgar a cova onde seria
erguida a sua sepultura intencionando acabar com todos os vermes que
supostamente poderiam se apoderar de seus restos mortais.
Roberto Carlos, cantor e compositor, autor de vários
sucessos, entre eles, “Amada amante”, “Amigo”, “As curvas da estrada de santos”
e “Nossa Senhora”, não usa roupas fora do padrão azul ou branco. Outras cores segundo
palavras dele, “podem trazer-lhe uma série de desgraças, principalmente aquelas
ligadas à carreira”. Também não sai para nenhum compromisso, antes de se benzer
três vezes e cantar Jesus Cristo em aramaico.
O empresário e apresentador de televisão Silvio Santos [foto], antes
de deixar sua mansão e se dirigir ao SBT, pula três vezes na frente de um
imenso espelho que tem em seu quarto. Conforme revelou recentemente seu
assessor de imprensa (corroborado por Roque e, igualmente, pelo saudoso Lombardi)
se presta a espantar “os maus olhados e afastar aquelas criaturas chatas e
indesejáveis”.
O paulista de Águas de Lindóia, interior de São Paulo,
Carlos Roberto Massa, o famoso “Ratinho” antes de aparecer diante das câmeras
costuma mandar para dentro uma boa mamadeira (mamadeira mesmo, dessas de
criancinhas) cheia até a boca, de café com leite, acompanhado de pão, queijo,
muita manteiga e goiabada. Segundo sua assessoria de imprensa, “traumas de
infância não totalmente curados”.
O escritor e médico mineiro Pedro Nava, autor de “Baú de
ossos” e o “O Círio perfeito”, entre outros, viajava em suas loucuras. Chegou a
ponto de mandar parafusar todos os moveis de sua casa, a fim de que ninguém os
tirasse do lugar. Seu último desejo, ao se matar, com um tiro na cabeça, em
1984, aos 80 anos. Mandou que seus familiares pedissem aos coveiros que
fixassem a sua urna mortuária no fundo da sepultura, para que ela não fosse carregada
pelas formigas.
O falecido autor e escritor baiano Dias Gomes, autor de
folhetins de sucesso, como “O Pagador de Promessas”, “O Santo Inquérito” e
“Roque Santeiro”, não escrevia uma linha antes de rezar o terço em latim. Tinha
inclusive mania de carregar um no bolso, junto com o relógio que ganhara de
presente da falecida e também escritora Janete Clair.
Roberta Miranda sempre que vai abrir uma porta de sua
luxuosa mansão faz xixi num penico, e, em seguida, despeja na pia da cozinha,
seguida das palavras “Vai com Deus”. Costuma trazer sorte.
Gugu Liberato não sai de casa em hipótese nenhuma com o pé
esquerdo. O primeiro que coloca na soleira da porta é o direito.
A carioca Rita Cadillac, dançarina e cantora, dispensa
qualquer tipo de transporte por mais moderno que seja. Nem táxi, nem Uber ou
carona com amigos. Onde quer que vá, usa seu velho Cadillac azul-marinho,
presente do saudoso pernambucano de Surubim, José Abelardo Barbosa de Medeiros,
o popularíssimo “Chacrinha”, o eterno “Velho Guerreiro”.
Luiz Inácio, o Lula, masca três dentes de alho para começar bem
o dia. Sua falecida esposa, dona Mariza, dias antes de vir a óbito, revelou a
um repórter que tal hábito serve não só “para afastar os vampiros retardatários
que rondam a caravana que seu marido vem fazendo pelo Brasil afora”, como
igualmente, para afastar os radicais livres do PT.
O Cantor e compositor Zezé di Camargo sempre que está para
subir no palco pede a dois de seus ordenanças que verifiquem se a estrutura está
realmente firme e não apresenta nenhum perigo à sua vida. Se a coisa cair, ele efetivamente
não sobe.
O ator Antônio Fagundes durante muitos anos só usou cuecas
vermelhas. Adotou o hábito depois que alguém lhe disse que vestir peças íntimas
dessa cor traz sorte e felicidade duradoura no amor. Na altura dos seus 68 anos,
já passou por vários relacionamentos.
O goiano de Catalão, Amado Batista, só entra em estúdio,
para gravar, se mastigar três folhinhas de hortelã.
A baiana Carla Perez não arreda de casa antes de ler, em pelo
menos três jornais diferentes, o que diz o seu horóscopo.
Edson Arantes do Nascimento, o “Pelé” não deixa por menos.
Logo ao acordar, chuta contra o espelho uma bola que deixa propositalmente
escondida sob os pés de sua cama. Se o espelho, por um acaso vier a se quebrar,
aborta os compromissos e, nesse dia, não coloca sequer a cara na varanda.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza,
jornalista. De Vila Velha no Espírito Santo. 29-12-2017
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Não é somente esse pessoal famoso que precisa se apegar a manias acreditando que isso lhe traga sorte. Acredite, eu como mera mortal também tenho a minha: levar dentro da bolsa, para todo lugar que vou uma "pedra de cristal bruta". Ainda não fiquei rica, mais quem sabe?
ResponderExcluirPois é! Cada doido com sua mania. Eu não saio de casa sem minhas 03 pedras de proteção no pescoço. Aliás, ultimamente, nem as tiro mais.
ResponderExcluir👌👍😂😁👏👏👏