Valdemar Habitzreuter
A vida nos convida a não nos
acomodar no bem-bom, acho eu. Isso representaria um repouso danoso para nossa
evolução pessoal. É necessário furar o bloqueio que nos prende e impede de
avançar junto com o impulso vital que nos quer ver escalando a montanha da vida
onde não se almeja, propriamente, o cume, mas o novo que está sendo desbravado
e que serve de apoio para refinar nossa consciência na senda da evolução
espiritual. O cume pode não ser alcançado porque não o avistamos e pode estar a
uma distância infinita. Entretanto, convém escalar e não se entreter em
piqueniques festeiros sem participar da verdadeira aventura da vida.
Participar da verdadeira
aventura da vida não significa entregar as rédeas, exclusivamente, à
inteligência. Ela não entende muito da vida. Não é capaz de apreender seu
movimento evolutivo benfazejo. Atém-se muito à mesmidade para facilitar a vida.
Tem medo de ser surpreendido pelo que o novo pode lhe afetar. Por isso quer
garantia de estabilidade; de bem-estar; de segurança; de permanência do
status-quo; de piqueniques prazerosos; do bem-bom assegurado...
O modo ideal de entregar-se à
aventura da vida, me parece, é tê-la armazenada na alma. É desse ponto que
faremos parte de sua trajetória, envolvendo-nos em seu projetar evolutivo do
qual nossa consciência se beneficiará com o descarrego do peso da matéria bruta
(bem-querida da inteligência) que ocorre na medida em que se sobe na escalada
da evolução espiritual.
É do interior da alma,
portanto, que vem o poder da compreensão da vida. É pura intuição cognoscitiva
que inunda a alma de alegria e que a faz desejar patamares superiores, sem
estações intermediárias, não importando a ingremidade da montanha. Ao contrário
da inteligência que quer sossego ao pé da montanha e tem como absurdo sua
escalda, a intuição fustiga a alma para a escalada dando-lhe a certeza da
conquista de uma felicidade perene.
Enquanto a inteligência força
paradas à vida, detendo-se nas estações da materialidade do mundo para se
refestelar, que ao fim e ao cabo a torna monótona e enfadonha, a intuição
vislumbra no movimento contínuo da vida a chance de a alma ser feliz, pois é
uma aventura da qual participa onde não há estagnação, mas evolução.
Vida que se preza tem que nos
transformar para melhor, evoluirmos junto ao seu movimento contínuo onde
possamos abandonar a carga pesada que nos impede de participar de sua aventura
feliz. Que os entraves do ano velho fiquem para trás e a aventura no
enfrentamento do ano novo mais leve e feliz
BOA AVENTURA! BOM ANO NOVO A TODOS!
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 31-12-2017
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Isso me faz pensar na música do cantor e compositor Zeca Pagodinho: "Deixa a vida me levar." Eu tenho duas filhas com personalidades diferentes, uma é focada em ser concursada e ganhar muito dinheiro, a outra em viver somente o momento e conquistar boas amizades, ganhando o suficiente para sua sobrevivência. Quem está certa? A quem a vida nos belos dias da juventude está enganando com falsas promessas?
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