André Schmidt
“O Vasco não pode ter seu futuro decidido
por quatro mil pessoas. É muito pouco. E isso facilita as artimanhas de quem
pretende se perpetuar no poder.”
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Foto: Luiz Ackermann/Agência O Globo |
Esta foi a resposta de
Alexandre Campello [foto], presidente
eleito com o apoio de Eurico Miranda, sobre democratizar as eleições do
Vasco, em entrevista feita aqui para o blog. Para o
candidato, na época – em outubro -, quatro mil pessoas não poderiam decidir o
destino do Cruz-Maltino.
Nesta sexta-feira, porém,
apesar da chapa Sempre Vasco liderada por Júlio Brant ter vencido a votação
entre os sócios, Campello não teve a
menor cerimônia de se associar a Eurico e seu grupo para ganhar em uma eleição de trezentas pessoas.
O discurso de democratização e
perpetuação de poder acabou antes mesmo de sua posse. Campello foi pró-Brant
para vencer Eurico. E pró-Eurico para vencer Brant. E Eurico foi anti-Brant o
tempo todo.
Ninguém foi Vasco.
Aliás, se essa eleição serviu a
alguém, certamente não foi ao vascaíno. O sócio votante, que representa os
milhões que não possuem esse direito, pela primeira vez em toda a sua história
não teve o seu desejo atendido. Foi desrespeitado entre risos, alianças e
baforadas.
O que fica claro após a
decisão desta noite é que ser ou não sócio do Club de Regatas Vasco da Gama,
criado pelos braços de sua torcida, é simplesmente irrelevante.
Os ‘100 cabeças brancas’, como
se referiu Euriquinho sobre os beneméritos, é quem definem o destino do clube.
Na hora em que as contas apertam, entretanto, é do vascaíno comum que cobram
apoio, doação para reforma de quadra, associação em massa, São Januário lotado,
venda de produtos e até compreensão.
Só não pedem um cafuné porque
não sabem abaixar a cabeça.
A eleição foi tão
inacreditável, que o nome gritado após o anúncio do vencedor foi o de um
dirigente que sequer foi candidato: Eurico Miranda. O eleito, Alexandre
Campello, foi simplesmente ignorado durante a vitória, sendo cumprimentado por Júlio
Brant, o derrotado, e discretamente por alguns mais próximos. Claramente,
figurantes no velho monólogo político vascaíno. Assim como o torcedor.
A cena dos votantes gritando o
nome de Eurico enquanto era feito o anúncio do novo presidente soou como se
Campello recebesse a notícia que seria pai, mas o parabenizado era o vizinho.
Essa é a prova irrefutável de
que o único vencedor na eleição foi Eurico, mesmo ele não sendo o predileto dos
sócios e nem da torcida em geral – vide qualquer pesquisa feita por qualquer
meio ou veículo. O Vasco, mais uma vez, se tornou apenas mais um adereço do ego
de Miranda, que provou novamente ser capaz de manipular, principalmente dentro
de São Januário, a tudo e a todos.
O Vasco agora será presidido
por Alexandre Campello, que aporta no clube com a incrível façanha de ser ainda
menos querido pela torcida que Eurico em seu retorno. Aliás, Campello
conquistou um apoio pontual para vencer as eleições, mas que tem tudo para ser
cerceado em breve, tornando a briga política no clube interminável.
Eurico deixou a presidência,
mas não o Vasco. Brant, aclamado pela maioria dos vascaínos, foi derrotado. E
Campello, quarta força na disputa, assume o clube sem o apoio real das
principais chapas. E o pior: sem o menor carisma ou respeito de grande parte
dos torcedores.
O Vasco, que por anos buscou a
democracia além de seus portões, hoje, mais do que nunca, se viu prisioneiro do
que ocorre dentro deles.
Campello era a última opção
dos sócios e dos torcedores. De Eurico, neste momento, porém, era a única. E
ainda assim venceu.
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Torcida do Vasco aguarda resultado da eleição para a
presidência do clube na sede náutica da Lagoa. Foto: Antonio Scorza/Agência O
Globo
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Essa é a prova definitiva de
que o Vasco, há anos, não está nas mãos dos vascaínos. Não da maioria.
Título e Texto: André Schmidt, Blog do Garone,
20-1-2018
A hora de unir o Vasco e seguir o rumo
das conquistas
Alexandre Campello
A mudança venceu – Agora é
unir o Vasco e seguir no rumo das vitórias e conquistas
Vascaínos, o desejo de
mudanças expresso na Assembleia Geral do dia 07 de novembro triunfou. Agradeço
a confiança da maioria do Conselho Deliberativo que elegeu uma diretoria administrativa
completamente renovada, sem a presença de representantes da diretoria anterior.
O estatuto do Vasco prevê que
é o Conselho Deliberativo o responsável por eleger a diretoria administrativa e
isso existe para evitar que um presidente seja eleito sem sustentação para
tocar sua gestão.
Portanto, a legalidade e a
democracia vascaína foram integralmente respeitadas.
A divisão fraticida que
paralisa o clube em eternas brigas internas precisa amainar em nome dos
interesses superiores do Vasco e de sua imensa torcida.
A partir de segunda-feira, 22,
quando começa meu mandato, estarei diuturnamente trabalhando para colocar o
Vasco no lugar de liderança no cenário esportivo nacional, de acordo com sua
história e suas tradições.
Para isso será necessário um
árduo e paciente trabalho que depende do concurso e apoio de todos os vascaínos
e vascaínas.
Pretendo ser, e serei, o
presidente da unidade, o presidente de todos os vascaínos, independentemente da
preferência manifestada por este ou aquele nome na disputa que hoje se encerra.
Afinal, nenhuma pessoa é mais importante do que o glorioso Club de Regatas
Vasco da Gama.
Na tarde deste sábado (20/01), concederei
uma entrevista coletiva onde falarei mais sobre o futuro do nosso clube.
Saudações vascaínas.
Alexandre Campello, 20-1-2018
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