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A epidemia do vírus chinês
ceifou milhares de vidas, confinou sociedades inteiras e se tornou o ambiente
adequado para a promoção do maior experimento comportamental de todos os
tempos, experimento que encontrou a Igreja totalmente complacente, de portas
abertas para o “novo normal”.
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Papa Francisco aparece pela primeira vez de máscara. Nenhuma viagem enquanto não houver vacinação, informou o Vaticano. |
Ora, ninguém é eterno e, na gerontocracia
católica, meses podem equivaler a anos: papas envelhecem e perdem vigor,
morrem, colaboradores adoecem, desgraças acontecem… Não é sem razão, portanto,
que alguns começam a falar que a epidemia marca o “início do fim” deste pontificado, a sua última etapa, ou, como preferem os mais
otimistas ou – por que não dizê-lo? – os mais progressistas, a sua “segunda fase”.
Em todo caso, o próprio
Francisco parece acenar para uma mudança de “fase” quando decide escrever uma
encíclica sobre “o mundo pós-pandemia”. Em outras palavras, a novidade do
documento não está propriamente em seu conteúdo – o qual, entre outras coisas,
assim como a Evangelii Gaudium, não será senão uma reportatio das
próprias reflexões feitas por Francisco em suas homilias, catequeses, mensagens
ou coisas do tipo –, mas no fato mesmo de que um pontífice ancião já não tem os
instrumentais adequados para lidar com este tão badalado “novo normal” que eles
mesmos não se cansam de repetir em seu progressismo delirante. De fato, a
fixação no futuro também os faz vítimas de si mesmos.
Se o vírus chinês é uma linha
divisória na história contemporânea, Francisco decerto se coloca aquém. Os seus
gestos falam, e falam mais que as suas palavras. O eclipse dos últimos meses
foi uma eloquente demonstração de que ações podem ser soterradas por fatos
incontroláveis. E este é propriamente o caso.
Mas se não o fosse, não faltaria
quem fizesse questão de lembrá-lo. No último sábado, houve protestos em Roma,
protestos contra as máscaras, protestos contra o controle social e, o que é
mais chocante, protestos contra o próprio Papa Francisco!
Ganharam as páginas dos jornais as fotografias de cartazes que o apresentavam como o “papa
de satã” e lhe atribuíam nada menos que o número da Besta, o 666.
O fato não pôde ser ignorado
sequer pelo Vatican Insider, um serviço de imprensa ultra-bergogliano, que teve de noticiar o
acontecimento e ainda reportar palavras dos manifestantes: “Bento XVI é a
verdade e Bergoglio é a mentira. Faz parte dos illuminati, do
projeto diabólico que há por trás desta mentira que é o coronavírus”. Ademais,
o mesmo tabloide teve de mencionar que os manifestantes se
referiram nominalmente às denúncias de Mons. Viganò.
O acontecimento pode parecer
insignificante, mas não é. Há um despertar na opinião pública e o declive na
popularidade de Bergoglio não está apenas se acentuando, mas se tornou
absurdamente irreversível. Afinal de contas, qual papa dos últimos tempos foi
tão publicamente hostilizado a ponto de ser comparado com satanás e com o
anticristo? Lamentavelmente, Francisco escolheu o caminho do descolamento dos fiéis
católicos e mais, para utilizar a analogia de Mons. Viganò, o cisma entre a Persona Papæ e o papado
se tornou indissimulável: o título sozinho não se sustenta, as queixas dos
fieis não podem mais ser contidas.
E, embora todo o entourage pontifício
queira fingir-se de inatacável, Francisco mesmo não consegue disfarçar mais a
sua insustentabilidade na Sé de Pedro: ele precisa do respaldo de Bento XVI
para garantir alguma sobrevida ao seu pontificado. O livro “Uma só Igreja”, apresentado como de autoria de Ratzinger e Bergoglio, e
prefaciado por Parolin, parece mais uma tentativa desesperada de forçar a lenda
de que que “há uma continuidade teológica e proximidade íntima entre eles”. O
desespero da iniciativa fica totalmente à mostra quando, ao contrário do que se
noticia, o público descobre que este não é, de fato, um livro escrito “a quatro
mãos”, mas somente uma seleção de textos das catequeses de ambos sobre temas comuns,
compilados e introduzidos pelo Secretário de Estado.
A situação para Francisco não
é nada animadora. De um lado, se ele quisesse renunciar, agora, efetivamente,
não poderia: não é viável convocar um conclave em meio a esta crise sanitária
e, mesmo que ele falecesse, a situação seria realmente dramática neste momento
para a realização de uma eleição; de outro lado, não renunciando, ele permanece
preso no Vaticano, totalmente limitado em suas iniciativas e, assim como todos,
ele também não sairá o mesmo deste período de confinamento, não terá as mesmas
forças de antes para tocar a sua revolução, a não ser que seja assistido
por poderes preternaturais.
O que irá acontecer no futuro
ninguém pode adivinhar, mas, ao fim e ao cabo, é certo que estamos vivendo a
sobrevida cansada de um pontificado em agonia.
Os progressistas o sabem e
tentam extrair até as últimas gotas do néctar de esperança que eles tiveram com
a eleição deste papa do “fim do mundo”, como ele mesmo se intitulou no dia de
sua eleição. Também este é um triste fim para o progressismo, ao menos até que
se reinvente: a sua última tábua de salvação é o papado que eles desde sempre
atacaram e de cuja desconstrução agora eles mesmos são vítimas.
Não é fácil uma agonia. É
triste, dolorosa, cansada. Mas teremos de ter paciência, muita paciência.
Afinal de contas, na ordem da Divina Providência, tudo está disposto para que
todos vejam o quão grave é a ferida e o quão urgente é a sua cura.
Título, Imagens e Texto: FratresInUnum.com,
11-9-2020
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