sábado, 14 de março de 2015

Sobre as fotos do Varoufas para a Hola! francesa


Vitor Cunha
As fotografias do ministro das finanças gregas (e não alemãs, holandesas ou finlandeses – são gregas mesmo) para a Paris Match causaram alguma celeuma em meios mais conservadores, nomeadamente pela hipocrisia do marxismo caviar, aqui substituído pelo marxismo dourada assada com laranja e paprika com vista para a Acrópole.
 
PARIS MATCH N° 3434, 12 mars 2015
Não percebo as reacções. Não é como se o socialista grego tivesse sido fotografado em Formentera, lendo o seu próprio livro na companhia do único comprador deste, com chanatas Wendel de Jimmy Choo e alva camisa Bijan sobre calções vermelhuscos, tão asfixiantes da virilidade como necessários a uma reflexão filosófica sobre tortura mediterrânea.

Não é como se Varoufakis e a mulher tivessem necessidade de liquidez para o piano através de negócios imobiliários que privem os restantes herdeiros dos seus direitos. Não é como se Varoufas se fotografasse a fazer jogging após fumar no avião da TAP, como que correndo para a escola, a tempo de se licenciar no Domingo, impedido assim de assistir ao jogo decisivo do grande Eusébio.


Não é como se Varoufofo tivesse subido o défice por querer, porque só lê meia directiva, porque é um pau mandado de Merkel que prontamente gasta o que não tem para combater a crise que consiste em nacionalizar o banco onde se podem encontrar podres da oposição que podem dar jeito ao povo, essa massa indiferenciada de chicos-espertos que combate o progresso elegendo Cavaco (5 vezes), o filho do gajo da bomba de gasolina que estraga Lisboa com a marquise, como se Lisboa, a flor, fosse uma mera Massamá.

Não, as fotos do Varoufigo não são chocantes. Chocante é a vossa falta de vergonha pela amnésia selectiva da imbecilidade que é o marxismo, burguês ou não, com que vos vendem miséria. Isso, sim, é chocante. A casa do Varoufakir não é chocante. Chocante é sabermos tão pouco sobre as casas isentas de sisa e contribuição autárquica dos líderes socialistas, aparentemente uma tradição tão nacional como a propensão para a continuidade no primeiro mundo apesar destas tristes figuras. 
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 14-3-2015

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