João Bosco Leal
Desde seu descobrimento, o
Brasil passou por diversos ciclos, como o do pau-brasil, do açúcar, do café, do
algodão, do cacau e o da borracha, cujo leite, extraído de uma árvore,
proporcionou muitas descobertas e aumentou muito as possibilidades de sua
utilização pelos seres humanos.
Só depois de todo esse
processo de aprendizagem e do surgimento da possibilidade de lucros com sua
colheita é que surgiram as pequenas trilhas nas matas virgens utilizadas pelos
seringueiros em busca de árvores que já produzissem, como as ainda existentes
no Acre e não Amazonas.
Da utilização dessas trilhas surgiram
diversas outras aprendizagens, como a de que o homem, quando caminhando por uma
delas encontrava uma pequena nascente ou mesmo um leito d'água. Os que nelas
paravam para saciar sua sede aprenderam que jamais poderiam, nessa ocasião,
aproveitar sua parada para também urinar próximo daquela nascente, pois nossa
urina contém sal e logo o local estaria sendo pisoteado por animais selvagens
que ali viriam em busca desse sal e, com seu pisoteio, acabariam com a
nascente, impedindo assim, que o próximo que ali passasse pudesse daquela água
beber.
Mas aprendizados que só são
extraídos pela convivência direta com a natureza, como este, levaram décadas,
séculos para serem do conhecimento humano e, ainda assim, somente daqueles que
com esses locais convivem e, até hoje, novas utilizações para a borracha
extraída daquela seringueira são descobertas, seja utilizando-a pura ou
misturada a outros produtos.
Por isso, pela utilização cada vez maior desse
produto e diante das dificuldades e riscos da colheita na natureza - com
árvores distantes umas das outras e a consequente baixa produção e
lucratividade -, os homens passaram a plantar as seringueiras em áreas
contínuas, como uma lavoura de grãos, buscando uma maior produção para o
fornecimento a grandes indústrias de pneus e outros produtos.
O que ocorreu com a borracha é o que ocorre com
todas as descobertas realizadas pelos seres humanos. Assim que descobrem uma
utilização para aquele novo produto ou objeto, buscam um modo de expandir sua
produção para que todos possam utilizá-lo e, assim, possa ser comercialmente
explorado.
A exploração comercial de qualquer produto gera
empregos, impostos e divisas para o país. Com seu salário aquele que obteve
emprego fará novas aquisições, gerando novos empregos e mais impostos. A
arrecadação de impostos possibilita ao governo criar escolas, hospitais,
melhorando a saúde e o nível educacional e cultural da população que, mais
preparada, terá mais ideias, criará mais comércio e indústrias, gerando ainda
mais empregos, produção e impostos que, em excesso, poderá ser exportada e seus
rendimentos possibilitarão a importação do que o país necessita por não
produzir, ou por produzir em quantidade insuficiente.
Com a arrecadação, o governo precisa construir
toda a infraestrutura necessária para continuar crescendo, como a maior geração
de energia que permita aumentar ainda mais a produção e a criação de novos
empregos, além de uma maior e melhor malha viária, que possibilite o transporte
desse excedente de produção até os portos e aeroportos, para que seja
exportado.
O raciocínio que trás do ciclo da borracha até o
comércio exterior de um país, passando pela saúde e educação de seu povo, além
da infraestrutura necessária para que este país continue crescendo me parece
simples, mas pelo visto não é o que pensam os PeTistas, os Marxistas e
Socialistas que tomaram o controle geral do país nos últimos treze anos, pois
cada vez mais estamos piorando em todos estes setores.
Ou os brasileiros tiram do poder os incompetentes
que estão saqueando e destruindo tudo o que já havia sido construído, ou em um
período muito curto passaremos da oitava economia mundial, para um país de
terceiro mundo.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, jornalista, escritor e empresário, 16-10-2015
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