Helena Matos
O Correio da Manhã volta à
questão que tratei na crónica do Observador da passada semana: O guia para “Acolhimento de refugiados” agora editado pela Direcção-Geral da Saúde que
entre outras coisas prevê a organização dos serviços de saúde em função de
questões religiosas.
Escreve o CM: Refugiadas podem recusar médico homem. E logo o fantástico bastonário da Ordem dos Médicos [foto] diz que sim, que lhe parece normal: “Os profissionais de saúde estão sensibilizados para as questões do doente. Tem de se respeitar as idiossincrasias dos utentes. Existe um livrinho sobre as especificidades de cada religião.”
Esquece o idiossincrático
bastonário que não é uma questão de especificidades ou idiossincrasias. Ou até
do direito à recusa de um tratamento. As Testemunhas de Jeová recusam as
transfusões de sangue e estão no seu direito. Mas não obrigam os serviços de saúde
a criar espaços sem sacos de plasma nem transfusões de sangue de modo a que
elas não estejam rodeadas de pecado.
A questão que as mulheres
muçulmanas ou os seus maridos por elas estão a levantar por essa Europa fora é
outra: é simplesmente obrigar os hospitais a criarem serviços diferenciados
para as atender.
E essa imposição é a todos os
títulos inaceitável.
Título e Texto: Helena Matos, Blasfémias,
12-12-2015
Impressionante os médicos
elegerem este (mais um) ponta-de-lança do PCP…
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