terça-feira, 26 de abril de 2016

Brasil: corrupção de Estado!

Cesar Maia               
1. Em conversas durante a reunião da Internacional Democrata de Centro (IDC), em Lisboa (14 e 15 de abril), os gigantescos escândalos de corrupção no Brasil foram analisados conceitualmente. Ou seja, como se enquadram, como se comparam e se diferenciam dos escândalos de corrupção em outros países e no Brasil em outros momentos.
               
2. Em quase todos os países, a corrupção dos políticos, através de fornecedores do setor público, se direciona a alimentar contas pessoais em paraísos fiscais, da pessoa física de políticos, seus parentes e seus laranjas e seus patrimônios. Os clássicos casos de corrupção de ditadores latino-americanos, africanos e asiáticos se enquadravam assim.
               
3. No caso recente do Brasil – mensalão e lava jato – há também aqueles casos clássicos de políticos que se apropriaram pessoalmente da corrupção. No entanto, as delações premiadas vão apontando que na grande maioria das vezes, a apropriação é coletiva, seja diretamente, para as campanhas eleitorais do PT, seja para o próprio PT, seja para o Instituto Lula, seja para a ação política de dirigentes, seja para gráficas ligadas ao PT, seus sindicatos, associações e ONGs, propaganda... Os intermediários ou destinatários privados, que são inevitáveis partes do esquema, caracterizam a corrupção clássica. E vem de longe: no absolutismo monárquico, a apropriação era privada.
               
4. Separando o que se chamou aqui de apropriação coletiva, ou corrupção coletiva, como conceituá-la? Há um fenômeno básico que permite a corrupção coletiva. É o imbricamento, a fusão entre o partido – PT – e os órgãos de Estado. O mensalão era a compra do legislativo, a apropriação dos fundos de pensão, das empresas estatais (Petrobras...), etc., e a ocupação generalizada dos cargos e funções públicas.

5. A fusão contemporânea entre partido e estado/governo se encontra tanto à direita (regime alemão entre 1933/1945…), quanto à esquerda (nos regimes soviéticos). Em ambos os casos tratou-se de apropriação coletiva, e as pesquisas após a queda desses regimes mostraram que a apropriação ou corrupção individual ou privada era uma parte menor, ou ocorreu no período de desintegração desses regimes.
               
6. Então perguntou-se entre os que conversavam em Lisboa como denominar ou conceituar a corrupção no Brasil pós 2002? A resposta foi unânime: CORRUPÇÃO DE ESTADO, com o objetivo de perpetuar-se no poder financiando o partido, as associações, sindicatos, ONGs e garantindo as vitórias eleitorais e o controle do parlamento. Para isso, destaca-se uma preliminar: a fusão entre Partido e Estado. Daí o desespero do PT em perder a chave dos cofres e o Diário Oficial. E chamar o impeachment de golpe é expressar esse desespero: em breve desmonta-se a CORRUPÇÃO DE ESTADO. 
Título e Texto: Cesar Maia, 26-4-2016

Um comentário:

  1. Prezado Cesar Maia, matou com pau. Foi na mosca. É óbvio que a presidenta está inserida neste esquema, e sem ela nada disso seria viabilizado.
    O impedimento da presidenta tem de ser certo. Esse esquema chamado de organização criminosa pelo próprio Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, está com os dias contados. Graças a Deus. Parabéns Brasil.
    Por outro lado, falta a investigação do BNDES em relação ao envio de dinheiro público para países bolivarianos, dinheiro que saía do Brasil de forma sigilosa e sem conhecimento do povo brasileiro e de seus representantes no Congresso. Por iniciativa esdrúxula e ilegal do Lula, da Dilma e do PT.
    ANTONIO AUGUSTO.

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