A revista britânica "The Economist" dedicou um texto de sua edição impressa desta semana para a
"grande traição" que o Brasil sofreu, tanto pela presidente Dilma
Rousseff quanto pela classe política. A publicação defende novas eleições.
A votação do impeachment no domingo (17) na Câmara dos Deputados é um dos mais
estranhos momentos entre as cenas bizarras que o Congresso testemunhou nos
últimos anos, de acordo com a publicação.
Como exemplo, há os confetes
jogados pelo deputado Wladimir Costa (SD-SP) e as dedicatórias, durante os dez
segundos de votação de cada parlamentar, a religiões, cidades de origem e
causas envolvendo pets e corretores de seguro.
A reportagem, que é a capa da
edição da Améria Latina, avalia que a votação veio num "momento de
desespero". Há forte recessão, previsão de queda do PIB, altas taxas de
inflação e desemprego. A responsabilidade, de acordo com a revista, deve ser
atribuída a Dilma e aos políticos, envolvidos em corrupção e negligência.
Para a revista, que já pediu a renúncia da presidente, o "Brasil não pode chorar" por Dilma,
já que a incompetência de seu primeiro mandato fez a economia ficar
incomparavelmente pior. O que é alarmante, segundo o texto, é que "aqueles
que estão trabalhando pela remoção dela são muito piores".
O presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é investigado no esquema de corrupção da Petrobras e,
dos 21 deputados envolvidos na Lava Jato, 16 votaram pelo impeachment, lembra o
texto. "Cerca de 60% dos parlamentares são acusados de algum crime",
completa.
NOVAS ELEIÇÕES
A revista britânica é
esperançosa ao afirmar que o Brasil tem "reservas de tolerância" e
que as investigações da Lava Jato são fruto da maturidade do país e de uma nova
e bem-educada classe média, que se nega a se envolver com a impunidade.
Defendendo novas eleições, o
texto aponta que apenas "novos líderes e novos legisladores podem realizar
as reformas fundamentais que o Brasil necessita", principalmente num
sistema político propenso à corrupção e num descontrole da despesa pública.
Para a publicação, é
improvável que mudanças passem pelo Congresso, mas, como o texto indica, os
eleitores não devem se esquecer desse momento, já que, no fim, eles terão a
chance de ir às urnas e eleger algo melhor.
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