Cesar Maia
1. Em conversas durante a reunião da Internacional Democrata de
Centro (IDC), em Lisboa (14 e 15 de abril), os gigantescos escândalos de
corrupção no Brasil foram analisados conceitualmente. Ou seja, como se
enquadram, como se comparam e se diferenciam dos escândalos de corrupção em
outros países e no Brasil em outros momentos.
2. Em quase todos os países, a corrupção dos políticos, através de
fornecedores do setor público, se direciona a alimentar contas pessoais em
paraísos fiscais, da pessoa física de políticos, seus parentes e seus laranjas
e seus patrimônios. Os clássicos casos de corrupção de ditadores
latino-americanos, africanos e asiáticos se enquadravam assim.
3. No caso recente do Brasil – mensalão e lava jato – há também
aqueles casos clássicos de políticos que se apropriaram pessoalmente da
corrupção. No entanto, as delações premiadas vão apontando que na grande
maioria das vezes, a apropriação é coletiva, seja diretamente, para as
campanhas eleitorais do PT, seja para o próprio PT, seja para o Instituto Lula,
seja para a ação política de dirigentes, seja para gráficas ligadas ao PT, seus
sindicatos, associações e ONGs, propaganda... Os intermediários ou
destinatários privados, que são inevitáveis partes do esquema, caracterizam a
corrupção clássica. E vem de longe: no absolutismo monárquico, a apropriação
era privada.
4. Separando o que se chamou aqui de apropriação coletiva, ou
corrupção coletiva, como conceituá-la? Há um fenômeno básico que permite a
corrupção coletiva. É o imbricamento, a fusão entre o partido – PT – e os
órgãos de Estado. O mensalão era a compra do legislativo, a apropriação dos
fundos de pensão, das empresas estatais (Petrobras...), etc., e a ocupação
generalizada dos cargos e funções públicas.
5. A fusão contemporânea entre partido e estado/governo se encontra
tanto à direita (regime alemão entre 1933/1945…), quanto à esquerda (nos
regimes soviéticos). Em ambos os casos tratou-se de apropriação coletiva, e as
pesquisas após a queda desses regimes mostraram que a apropriação ou corrupção
individual ou privada era uma parte menor, ou ocorreu no período de
desintegração desses regimes.
6. Então perguntou-se entre os que conversavam em Lisboa como
denominar ou conceituar a corrupção no Brasil pós 2002? A resposta foi unânime:
CORRUPÇÃO DE ESTADO, com o objetivo de perpetuar-se no poder financiando o
partido, as associações, sindicatos, ONGs e garantindo as vitórias eleitorais e
o controle do parlamento. Para isso, destaca-se uma preliminar: a fusão entre
Partido e Estado. Daí o desespero do PT em perder a chave dos cofres e o Diário
Oficial. E chamar o impeachment de golpe é expressar esse desespero: em breve
desmonta-se a CORRUPÇÃO DE ESTADO.
Título e Texto: Cesar Maia, 26-4-2016
Prezado Cesar Maia, matou com pau. Foi na mosca. É óbvio que a presidenta está inserida neste esquema, e sem ela nada disso seria viabilizado.
ResponderExcluirO impedimento da presidenta tem de ser certo. Esse esquema chamado de organização criminosa pelo próprio Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, está com os dias contados. Graças a Deus. Parabéns Brasil.
Por outro lado, falta a investigação do BNDES em relação ao envio de dinheiro público para países bolivarianos, dinheiro que saía do Brasil de forma sigilosa e sem conhecimento do povo brasileiro e de seus representantes no Congresso. Por iniciativa esdrúxula e ilegal do Lula, da Dilma e do PT.
ANTONIO AUGUSTO.