Vitor Cunha
Algumas pessoas
criticaram-me – não que me incomode – sobre a representação que faço de
homossexuais – não que tenha mal ser homossexual –, acusando-me de ser
homofóbico – não que me interesse o que pensam de mim – e burro – algo a que
até estou habituado –, mas, portanto, como os outros eleitores de António Costa
– e isso já me incomoda. Vou aproveitar a oportunidade para me explicar – não
que interesse – a quem não vai – e bem, não faz cá falta – ler.
Tenho pena de homossexuais. É
verdade, não adianta esconder. Não tenho pena por serem homossexuais, isso é lá
com eles; tenho pena porque, voluntária ou involuntariamente, deixaram-se
representar na sociedade portuguesa por imbecis, buracos, nazis em geral e
esganiçadas, algumas delas do Bloco (ou Bloca) de Esquerda (e Esquerdo).
Já não basta pertencerem a uma
minoria, ainda têm que aguentar que o resto das pessoas os considerem estúpidos
pela associação política. Aliás, todo o fascínio da nova – e simultaneamente
velha – esquerda por questões de género é particularmente caricato, como se
Caracas fosse o bastião da liberdade sexual entre pessoas do mesmo sexo; como
se não tivessem um longo historial de perseguição e aniquilação de homossexuais
nesses regimes do Homem Novo e dos amanhãs que cantam; como se os árabes
fofinhos que se rebentam em nome do bem colectivo – fight the system! –
numa estação de metro imperialista fossem dados ao respeito pelas opções
sexuais de cada um; como se o concubinato com o regime conferisse alguma
autoridade moral para uma gueixa definir padrões éticos alheios; e por aí fora.
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-“Medo que saibam que és gay?”
– “Não, medo que pensem
que sou do Bloco ou do PS”.
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É algo extremamente
perturbante que uma sociedade, em vez de caminhar para a tolerância inerente ao
individualismo, opte por ir em cantigas de – pasme-se! – socialistas
pro-regulação e padronização. Que triste sina: ser representado por quem nem de
aritmética entende, naqueles mundinhos idílicos entre a infantilidade própria e
a infantilização alheia. Deve ser mesmo aborrecido ser homossexual neste
ambiente. Imagino a dificuldade que alguém teria em afirmar-me homossexual fora
da redoma de queques lisboetas; mas, muito pior, seria ter que aceitar as
consequências de pensarem que simpatiza com malucos sem qualquer pingo de
responsabilidade.
Venha a torrente de insultos –
não que incomodem.
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