Nelson Teixeira
Um fazendeiro, que lutava com
muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua
pequena fazenda. Um dia, seu capataz veio trazer a notícia de que um dos
cavalos havia caído num velho poço abandonado.
O fazendeiro foi rapidamente ao
local do acidente e avaliou a situação.
Certificando-se de que o
animal não se machucara, mas, pela dificuldade e o alto custo de retirá-lo do
fundo do poço, achou que não valeria a pena investir numa operação de resgate.
Tomou então a difícil decisão:
determinou ao capataz que sacrificasse o animal, jogando terra no poço até
enterrá-lo ali mesmo.
E assim foi feito: os
empregados, comandados pelo capataz, começaram a jogar terra para dentro do
buraco de forma a cobrir o cavalo.
Mas, à medida que a terra caía
em seu dorso, o animal a sacudia e ela ia se acumulando no fundo,
possibilitando ao cavalo ir subindo. Logo, os homens perceberam que o cavalo
não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra
enchia o poço, até que, finalmente, conseguiu sair.
Sabendo do caso, o fazendeiro
ficou muito satisfeito e o cavalo viveu ainda muitos anos servindo ao dono da
fazenda.
Se você estiver “lá embaixo”,
sentindo-se pouco valorizado, quando, já certos de seu desaparecimento, os
outros jogarem sobre você terra da incompreensão, da falta de oportunidades e
de apoio, lembre-se desse cavalo.
Não aceite a terra que cai
sobre você. Sacuda-a e suba sobre ela. E, quanto mais terra, mais você vai
subindo… subindo… subindo, e aprendendo a sair do poço.
Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz, 7-4-2016
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