segunda-feira, 18 de abril de 2016

Reação emocional de Dilma ao impeachment colocaria em risco as olimpíadas do Rio

Cesar Maia
1. Com a ampla, geral e irrestrita vitória do impeachment de Dilma, o Rio de Janeiro requer e precisa que o senador Renan Calheiros coloque imediatamente em plenário a votação da aceitação da denúncia contra a presidenta. Isto a afastaria das funções e permitiria que uma questão crítica e fundamental como os Jogos Olímpicos 2016 não tenha solução de continuidade, pois seria gravemente prejudicado.
             
2. O governo federal, ao lado da prefeitura do Rio, tem sido fundamental para a realização dos Jogos Olímpicos. O Estado está quebrado e é carta fora do baralho. As obras - seja de equipamentos esportivos como urbanos - entram na fase decisiva de finalizações.
              
3. A prefeitura do Rio está com sua capacidade financeira esgotada para essas obras. A finalização destas e, portanto, a realização dos Jogos Olímpicos depende crucialmente do governo federal. O primeiro ministro da Hungria, em reunião da IDC em Lisboa, dia 14/04, perguntou ao representante brasileiro Cesar Maia como estava vendo esse quadro. Maia respondeu que pode ser que os JJOO-2016 percam brilho mas que esportivamente está tudo bem. E ele perguntou: Mesmo com Dilma em situação de impeachment? Maia disse que sim. Assim também perguntaram diversos outros líderes. Mas... é exatamente assim?
              
4. Tem razão o premiê da Hungria. Em seu blog, sábado 16, no Globo Online, o jornalista e colunista Jorge Bastos Moreno escreveu: “A presidente Dilma confessou a um interlocutor sua imensa decepção com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, de quem disse que ‘não esperava tamanha traição’ na votação do impeachment: - O Cabral, não! Ele já tinha votado contra mim uma vez. Dele eu não espero nada. Mas, o Paes, por tudo que já fiz por ele, sua posição agora me entristece muito”.

5. A conhecida forma de Dilma reagir com o fígado aos desafetos - pessoas e situações - traz a certeza que nada fará daqui por diante pelos JJOO. Faltam 3 meses apenas. Prazo estreito para as decisivas finalizações dos equipamentos olímpicos e urbanos. E não há alternativa fora do governo federal em quase todos os casos relativos a finalizações.                                                                               
              
6. A Polícia do Rio de Janeiro, que vem recebendo com atraso, e seus aposentados e pensionistas (muitas vezes pais e mães de policiais, que receberão o salário de março em maio) precisam ter suas remunerações, proventos e pensões, em dia, assim como gratificações e funcionamento de seus equipamentos de mobilidade e comunicação. Se o governo do Estado do Rio não tem esses recursos, cabe ao governo federal adiantá-los, completando o necessário. Uma operação padrão durante os JJOO teria delicadas repercussões.
             
7. Por isso tudo, o Senador Renan Calheiros, presidente do Senado, precisa imediatamente -quem sabe amanhã mesmo - pautar a matéria e o Senado aceitá-la, o que parece não ser problema e afastar a presidenta até o julgamento. Collor - por uma ou outra razão - renunciou nesse momento, abrindo o espaço para a assunção do vice-presidente Itamar Franco.
             
8. Isso é importante para todo o país, mas para as Olimpíadas do Rio de Janeiro é fundamental e decisivo. Em seguida, o vice-presidente Michel Temer designará uma autoridade de sua confiança com plenos poderes para representar o governo federal e suas obrigações, em relação às etapas finais garantidoras dos JJOO-2016. É isso que o Rio espera e aguarda com ansiedade. 
Título e Texto: Cesar Maia, 18-4-2016

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