sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Vila de Sintra



Sintra é uma vila portuguesa no Distrito de Lisboa, na região de Lisboa, sub-região da Grande Lisboa e na Área Metropolitana de Lisboa.

É sede um município com 317 km² de área e 445 872 habitantes (2008), subdividido em 20 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Mafra, a leste por Loures e Odivelas, a sueste pela Amadora, a sul por Oeiras e Cascais e a oeste pelo oceano Atlântico.

A Vila de Sintra inclui o sítio Paisagem Cultural de SintraPatrimónio Mundial da UNESCO e tem recusado ser elevada a categoria de cidade, apesar de ser sede do segundo mais populoso município em Portugal, segundo a Câmara Municipal de Sintra.
Fonte: Wikipédia




O Centro Histórico inclui a designada "Vila Velha" (freguesia de S. Martinho), um dos núcleos que constituem o aglomerado urbano de Sintra e que é delimitado a Norte pela Rua do Paço, Rua Conselheiro Segurado, Beco do Forno, Escadinhas da Pendoa e Rua Fresca; a Este pelas Escadinhas do Hospital e Rua Visconde de Monserrate; a Sul pela encosta da Serra; e a Oeste pela Quinta dos Pisões.


Construída numa zona de maior declive, no sopé da Serra, a "Vila Velha" desenvolve-se entre o Palácio Nacional, antigo Paço Real, e a própria Serra, adaptando-se com flexibilidade e por sucessivos ajustamentos aos declives e à constituição morfológica dos terrenos. Uma vasta praça pública está adjacente ao Palácio e organiza o tecido urbano, pois é aqui que converge a principal estrutura viária da "Vila Velha". Sublinhe-se, ainda, a presença de pequenas praças, cujo traçado é irregular e espontâneo.

O núcleo mais antigo do Centro Histórico, de assentamento medieval, conserva um traçado relativamente homogéneo, sem grandes alterações. Constituído por um parcelamento pequeno e irregular, é densamente ocupado. à volta deste núcleo antigo e à medida que se vai caminhando para a periferia, modifica-se o tecido urbano, com arruamentos mais largos e menos sinuosos, tornando-se o parcelamento cada vez maior e mais irregular. As habitações ganham em dimensão e recolhem-se para o interior de propriedades mais amplas, isoladas pelo arvoredo e por muros cobertos de musgo e fetos, que a sombra e o clima húmido favorecem. Esta vegetação faz parte integrante da imagem e da especificidade do Centro histórico de Sintra.

A "Vila Velha" apresenta coerência arquitectónica, apesar da diversidade formal dos edifícios que a integram, coerência essa conferida pelo ritmo das fachadas e dos vãos, pela contenção volumétrica e pela homogeneidade dos revestimentos. No núcleo mais antigo, a nível dos pisos térreos, a leitura torna-se difícil e, por vezes, incoerente, dada a quantidade de elementos modernos adossados (toldos, publicidade e acessórios), inadaptados ao local e à linguagem arquitectónica dos edifícios.


A maioria dos edifícios é caracterizada por processos construtivos, gamas cromáticas e texturas tradicionais. Os materiais de construção e as técnicas de aplicação são originais. É de notar que alguns dos revestimentos imitam a pedra ou o tijolo.


Existem, na "Vila Velha", cerca de 100 imóveis e 380 fogos. A população, de cerca de 400 habitantes, pertence na sua maioria a um grupo etário idoso, sem grandes recursos financeiros. A afluência turística é determinante no predomínio do comércio de artesanato e artigos regionais e no crescente número de restaurantes e bares que aqui se têm vindo a instalar.


No Centro Histórico/"Vila Velha" localizam-se vários equipamentos públicos, de carácter cultural e social.

Memória Histórica
Na "Vila Velha" concentraram-se, até inícios do nosso século, as estruturas administrativas mais importantes do Concelho de Sintra (políticas, religiosas e sociais).

Do ponto de vista urbanístico, o Centro Histórico/"Vila Velha" de Sintra, desenvolve-se durante a época muçulmana. O tecido urbano na Idade Média é condicionado pelas principais vias de acesso, que convergem para o centro da Vila. Caracterizam-se pela sua relativa amplitude e pela menor irregularidade de traçado relativamente às vias secundárias. Conjunto urbanisticamente coeso, o núcleo antigo desenvolve-se numa malha urbana irregular que privilegia mais o espaço interior do quarteirão, em detrimento da transparência do espaço público.


Nesta época, a "Vila Velha" está dividida em quarteirões e credos. São exemplo disso as áreas reservadas a mouros e judeus. Vestígios deste passado são, ainda hoje, os nomes de algumas ruas e largos. Consolidam-se então as estruturas religiosas, políticas e administrativas, representadas na Igreja Paroquial de São Martinho, na Sinagoga, na Casa da Vereação e, um pouco mais tarde, no Paço Real.

No século XVI, Sintra é visitada por numerosos artistas humanistas, que reflectem o prestígio de uma corte magnificente e culta. Constroem-se quintas de recreio em redor da Vila e promovem-se obras de embelezamento e de adaptação aos novos conceitos estéticos de habitabilidade – caso do Paço Real e da
 Casa dos Ribafria.


No século XVIII, porém, o interesse da corte desloca-se para outras terras – Mafra e Queluz -, ficando relativamente esquecida a Vila de Sintra. Aqui, o surto construtivo em Sintra é então orientado em direcção à Serra.


A evolução natural da Vila é perturbada pelo terramoto de 1755. Os seus efeitos são violentos. Torna-se inevitável, à semelhança do que se passa com Lisboa, a reconstrução de grande parte da "Vila Velha", pois muitos dos imóveis ficaram totalmente ou parcialmente destruídos, nomeadamente a Igreja de São Martinho. Verificam-se, assim, algumas transformações do tecido urbano tradicional.

Durante o século XIX, Sintra vive um novo período de apogeu, com a vinda e a permanência de numerosos viajantes, escritores e aristocratas nacionais e estrangeiros, que a procuram enquanto lugar privilegiado de vilegiatura. Trazem ideais românticos que se traduzem na remodelação ou construção de quintas e palacetes. Todavia, a influência mais significativa diz respeito à nova concepção do jardim/parque, cuja relação com o edificado é concebido como um todo, assente num equilíbrio entre o construído e a paisagem.


É também neste século, concretamente em 1850, que se procedeu ao primeiro levantamento topográfico cadastral rigoroso da Vila. Verifica-se pela análise desta planta, que a Vila de Sintra se desenvolvia então para a periferia, ao longo das vias de acesso principais já delineadas em períodos anteriores. No tecido urbano, as alterações mais significativas dão-se ao nível da fragmentação da propriedade fundiária. Assiste-se assim à abertura de novos espaços; de novos arruamentos; e à construção de novos quarteirões periféricos.


Na segunda metade do século XIX, Sintra adquire um estatuto de vila burguesa essencialmente consagrada ao prazer e ao ócio, constituindo-se então vários hotéis e pensões imortalizados através da pena de afamados escritores da época. Simultaneamente, na sua periferia instala-se gente de grandes recursos econômicos, trazendo novidades arquitetônicas, sobretudo na moda dos revivalismos e do ecletismo, que influenciaram a arquitetura vernácula. Entre as novidades, destacam-se os chalets, que inclusive se ergueram em espaço urbano.

É igualmente durante este século que se assiste à destruição do pelourinho manuelino e à demolição do alpendre público medieval.


Mas é necessário esperar pelo século XX para se perpetrarem as mais graves alterações no tecido urbano tradicional da "Vila Velha". Na primeira década, com a queda da Monarquia e a implantação da República, destrói-se a muralha em redor do Paço Real assim como as "aposentadorias" medievais em volta do terreiro. Simultaneamente, eleva-se a altura das habitações e preenchem-se os logradouros com novas construções. Nos anos 30 é amputada a Igreja da Misericórdia que fica então reduzida à capela-mor, dando origem a uma nova praça.


O afluxo turístico e consequente especulação imobiliária traduzem-se na perda de algumas das características da"Vila Velha". Com o objectivo de contrariar esta tendência é realizado, em 1949, o Plano de Urbanização de Sintra, que visa controlar a expansão urbanística , muito particularmente no seu Centro Histórico. Todavia, na década de 70, dá-se a destruição de um quarteirão junto ao Palácio Nacional, outrora Paço Real, onde estava implantado o antigo Hotel Nunes. Este é substituído pelo Hotel Tivoli, talvez o maior equívoco do Centro Histórico e, por isso, explícita e intencionalmente excluído da área classificada pela UNESCO como Patrimônio Mundial.


Actualmente, a recuperação patrimonial e a revivificação da "Vila Velha" de Sintra constitui um imperativo da Autarquia, para o qual convergem as acções e os desejos da população. (...)

O Lawrence's Hotel foi a primeira unidade hoteleira da Península Ibérica e uma das mais antigas da Europa. Em funcionamento desde cerca de 1780, era pertença de uma família inglesa, os Lawrence Oram, que souberam imprimir ao hotel o requinte e o ambiente que lhe conferiu merecidos créditos, sobretudo ao longo do século XIX.


Ali se instalaram grandes figuras nacionais e estrangeiras, como Lord Byron, Camilo Castelo Branco, Oliveira Martins, Bulhão Pato, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, etc.. A partir da chamada Regeneração (post 1850), o hotel recebeu novo incremento sob a gerência de Jane Lawrence Oram, imortalizada em Os Maias, por Eça de Queirós.

Depois de um período conturbado, que levou inclusivamente o edifício à ruína, o Lawrence's Hotel encontra-se em fase de recuperação, com vista a conferir-lhe a dignidade de outrora.

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