Aécio Neves
A crise é inegável e ganha
proporções, até pouco tempo atrás, inimagináveis.
A crise é econômica porque a
economia patina, adernada em erros cometidos e não reconhecidos e na perda de
credibilidade; é de gestão porque os problemas se perpetuam, intocados; a crise
é política porque não há um projeto de país capaz de gerar confiança e
solidariedade, e sim um projeto de poder regido pelos interesses e
conveniências de plantão.
E é, especialmente, uma crise
de valores, descortinada por escândalos em série, que alimentam o descrédito da
classe política junto à população.
O governo não consegue
oferecer à sociedade nenhum horizonte que fortaleça a esperança das famílias
brasileiras ou um caminho que acalme o país e responda aos desarranjos que ele
legou a si próprio. Esse cenário de intranquilidade tem se tornado um grande
desafio às nossas instituições e as encontra em um trecho de história
especialmente importante, quando se afirmam e ganham clara autonomia.
O amadurecimento delas não
resulta da benevolência de governos, mas é fruto de um longo caminho de etapas
vencidas e conquistas celebradas.
Poderemos sair de todo esse
processo fortalecidos em nossa estrutura democrática. Por isso, é fundamental
que, em solidariedade ao país, cada instituição cumpra o seu papel com a
responsabilidade e o respeito que devem a cada brasileiro.
O momento que atravessamos é
um claro exemplo da importância de podermos contar com instituições sólidas e
independentes e de como poderia ser danoso ao Brasil teses como o controle da
mídia, defendida, obsessivamente, com nomes e justificativas diferentes, por
aqueles que temem o livre debate e a livre informação.
A democracia brasileira, e com
ela todas as liberdades individuais e coletivas, precisa ser a grande vencedora
dos embates hoje travados no país.
É neste cenário que celebramos
ontem o Dia Internacional da Mulher e registramos as importantes questões que a
nossa sociedade ainda precisa enfrentar para reduzir a drástica e injusta
desigualdade de gênero que persiste no país.
Em meio a todos os desafios
que, mulheres e homens, precisamos vencer juntos, um ganha maior relevância: o
de criarmos nossos filhos em um mundo que se movimenta em alta velocidade e,
não poucas vezes, na contramão daquilo que desejamos para eles. Em um mundo em
que valores como solidariedade e ética são, diariamente, deixados de lado. Em mundo
carente de exemplos e significados.
Não vamos nos enganar: a crise
que vivemos é econômica, política e de gestão. Mas é, sobretudo, de valores. E
valores definem gerações. Valores constroem uma nação.
Meu prezado candidato Aécio Neves, infelizmente e a contra-gosto dos aposentados mais equilibrados, vossa excelência deixou fugir por entre os dedos uma vitória que tinha tudo para acontecer. Pudera, foi muito tímido o seu comprometimento com os aposentados, que há muito esperam por um herói tipo Robin Hood, que possa libertá-los da tirania dos governos petistas. Sua campanha na disputa pela presidência da república, embora admitisse superficialmente apoio aos aposentados, não foi o suficiente para convencer os segurados do INSS, que até hoje, não perdoam FHC, o iniciador da desdita dos aposentados. Vossa excelência, como cansei de alertar, citando sempre o exemplo de José Serra, deveria ter focado com prioridade o assungo aposentados, o que lhe garantiria, tranquilamente, superar a diferença de 3,5 milhões de votos a mais que a Dilma obteve na apuração final. Somos mais de nove milhões de aposentados prejudicados, que juntando mais alguns milhões de votos dos familiares, garantem a quem se propuser assinar a nossa Carta de Alforria, uma disputa mais equilibrada contra qualquer presidenciável do PT, que vem atingindo no cômputo geral dos votos, o expressivo nº de 50 milhões. FHC tem muita culpa do ostracismo que vem sofrendo o PSDB, porque, dentro da sua soberba por ter feito um excelente governo, não admite confessar que errou, ao impor políticas prejudiciais contra os aposentados. Não quer tentar consertar um erro fatal, sofrendo com isto, todos os candidatos tucanos.
ResponderExcluirAlmir Papalardo.