Paulo Hasse Paixão
Foi um dos momentos mais
bizarros e reveladores das eleições para o Parlamento Europeu. No final da
noite desse domingo, quando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, anunciou com
entusiasmo que o seu Partido Popular Europeu (PPE) tinha “ganho” as eleições e
que o “centro está a aguentar-se” na política europeia, começou o seu discurso
de vitória declarando que, antes de mais, queria “agradecer aos eleitores”.
Foi bizarro, porque ninguém
tinha votado em von der Leyen. Nem um único dos milhões de eleitores europeus
que foram às urnas colocou a sua cruz ao lado do seu nome. O que não é
surpreendente, uma vez que a “Presidente da Europa” nem sequer estava a concorrer
às eleições. Nem a estas, nem a nenhumas, claro.
Embora a Comissão Europeia
seja o órgão que dá início a toda a legislação da União Europeia, o seu
presidente não tem qualquer legitimidade democrática ou responsabilidade
perante os eleitores. A insuportável Ursula foi nomeada em 2019 por uma maioria
qualificada no Conselho Europeu – composto pelos chefes de governo dos
Estados-Membros – e depois formalmente (mas por pouco) apoiada pelos membros do
Parlamento Europeu. Se ela for bem sucedida na sua campanha para ser “reeleita”
Presidente desta vez, como tudo indica, os povos da Europa que ela aspira a governar não terão, mais
uma vez, uma palavra directa a dizer sobre o assunto.
(…)
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