Marcelo Caixeta
Vivemos numa época antipatriarcal, uma época onde todo tipo de autoridade é questionada, inclusive a do Pai, inclusive a Divina. Questiona-se inclusive o “machismo” de Jesus e de Jeová. Nossa época tem horror ao poder fálico dos ditadores (“Hitler, Stálin e Mussolini, quase destruíram o mundo”), dos generais (“Napoleão botou fogo na Europa”), dos eclesiásticos, dos “pais-de-família” (eis o discurso: “a maioria dos homens de família não tem a moral a que se arvoram, são mulherengos, acomodados, autoritários, machistas, gostam mais da pescaria, do carro, do futebol, do que da família, etc.”).
Vivemos numa época antipatriarcal, uma época onde todo tipo de autoridade é questionada, inclusive a do Pai, inclusive a Divina. Questiona-se inclusive o “machismo” de Jesus e de Jeová. Nossa época tem horror ao poder fálico dos ditadores (“Hitler, Stálin e Mussolini, quase destruíram o mundo”), dos generais (“Napoleão botou fogo na Europa”), dos eclesiásticos, dos “pais-de-família” (eis o discurso: “a maioria dos homens de família não tem a moral a que se arvoram, são mulherengos, acomodados, autoritários, machistas, gostam mais da pescaria, do carro, do futebol, do que da família, etc.”).
Neste mundo de
“igualitarismo”, de “democratismo”, há de pensar-se que a “autoridade do pai
morreu”, consequentemente morreu também a autoridade do Pai (ou seja, do Pai=Deus).
E isto não é apanágio apenas do mundo capitalista, pois no mundo comunista o
pai também morreu (perdeu a competição para o Estado, que o emasculou).
O único lugar onde o pai ainda
não morreu é o “atrasado” mundo muçulmano (um mundo ainda patriarcal,
autoritário, machista, ditatorial). Inclusive, a luta que o Islã tem hoje com o
Ocidente é justamente porque não aceita nosso “desrespeitoso” (“anti-Alá”) modo
de vida, um modo de vida onde a autoridade masculina (tão valorizada no Islã) é
desafiada e destituída progressivamente.
O Brasil caminha a passos
largos rumo a este mundo anti-Pai, anti-Deus. Só que, como toda ação tem uma
reação igual e contrária, nós também temos, entre nós, o nosso “Islã”, isto é,
nossa “resistência contra a destruição de Deus”, que é o mundo evangélico (nos
últimos anos, a Igreja Católica vem perdendo aproximadamente 1,5% de seus fiéis
para os protestantes, a cada ano). Inconscientemente, a população, ao buscar o
“Deus evangélico”, tenta recolocar um Pai em seu lugar. Tenta reconduzir um Pai
emasculado e escanteado pelo discurso também contaminado de feminismo poderoso
e antifálico da Igreja Católica. Acontece que, na medida em que a Igreja
Evangélica também vai “evoluindo”, ficando mais rica, mais culta, mais
cosmopolita, mais “tolerante para as diversidades”, menos “dogmática”, o poder
feminista antifálico passa a dominar, anulando assim o poder fálico do tipo
daqueles todo-poderosos pastores de bairros periféricos (um pastor que, neste
caso, é o lídimo representante de “Deus-Pai Todo-Poderoso”). Tanto é assim que,
numa igreja protestante “evoluída” (do tipo aí acima) que me reportaram há
alguns anos, a comunidade colocou à sua frente um pastor que já havia sido
padre (portanto, com pouca “energia masculina”, pouca “testosterona”) e que, em
todo culto, exaltava as enormes e benéficas características do “ser-mulher”.
Então, mesmo que hoje tentemos nos agarrar a qualquer coisa que nos faça
lembrar da “força do falo”, da “força do Pai”, da “força de Deus”, não há muita
dúvida de que, ao final, as forças antifálicas tenderão a ganhar. Neste ponto,
então, a sociedade já estará num “caos antifálico” (p.ex., não se pode prender
adolescente, bandido não pode ir para cadeia, criminosos precisam é de “apoio
psicológico” e não reclusão), ainda maior do que aquele em que vivemos hoje (um
momento onde as forças fálicas que restam – tipo “grupos de extermínio” para
limpar os marginais que o antifalicismo libera todos os dias – tentam exercer
seu poder em um mundo onde o antifalicismo já ganhou o governo, a justiça, a
mídia e as consciências). Então, quando o caos antifálico instalar-se, aí
chamarão de volta o nome de Deus, e o balanço tenderá a se reinstalar sobre a
Terra. Será um “falicismo” mais controlado, pois será um “falicismo” onde não
haverá lugar para o machismo, a ditadura, a exploração escravagista e a
utilização do homem pelo homem. Será um falicismo onde o mais poderoso terá
como principal função servir de guia, esteio e braço forte para o que é menos
que ele.
Título e Texto: Marcelo Caixeta, Diário da Manhã
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