Um deslustrado, um dia,
autoproclamou-se “Filho do Brasil”, anunciando, como pai, um país tido como
paraíso de aventureiros nacionais e estrangeiros. Este de quem se fala, perito
estrategista em estelionato político, passou de desempregado a patrão, servindo-se
da massa populacional que via nele um igual pela origem.
Tendo em vista que a herança
cultural do Brasil mais usufruída é a da esperteza em todas as esferas,
oficiais ou não; a do engodo; e a do jeitinho desprezível de ser, considerou-se
ele com total direito à filiação e, por essa razão, tornar-se herdeiro absoluto
desse legado infame. Sendo assim, é válida a certidão de legítimo produto
genético do país que não deu certo.
Assim concebido, tornou-se
lídimo filho do Brasil pilantra, pela completa afinidade com a parte do povo
tendente a qualquer negócio, desde que lhe sobrem vantagens.
O filho cresceu em astúcia, em
velhacaria, e transformou-se em Pai da Corrupção, patriarca do clã mais
agressivo em termos de decomposição moral de que se tem notícia.
Se é verdade que percorre o
mundo, pressionando seus aliados a apoiarem-no para ganhador do Prêmio Nobel da
Paz, é sinal de que a petulância, a empáfia do cínico indivíduo acabaram por
lhe dar o título de Maior Embusteiro, o mais completo impostor com direito à
inclusão no Guinness das falcatruas.
Mas já está passando da hora
de o Brasil sensato reagir à inércia em que seus individualistas e
mal-intencionados governantes desejam mantê-lo, e desvencilhar-se dessa
confraria de parasitas do erário, que tenta aprisioná-lo nos antivalores da
liberalidade sem freio e enroscá-lo com os tentáculos da traição, para melhor
sugar-lhe as entranhas alimentadas pelo contribuinte, apascentado pelo hábito
de pagar e nada ver.
O Filho do Brasil e Pai da
Corrupção é a representação congênita do que há de mais nocivo dos “estigmas”,
como diria Cesare Lombroso [1], emanando dele todo o miasma da perversão
ético-moral.
Por que, então, não está
sentado no banco dos réus e as ameaças de seus comparsas de denunciá-lo nunca
são concretizadas? Por que excluí-lo, se parte de seu comando todas as
perniciosas ações governamentais, ignorando a existência da afilhada, nulidade
presidencial?
Surge o escândalo da
supersecretária, outros virão, mais outros e mais outros, como se roubar fosse
norma constitucional neste governo promíscuo. Em contrapartida, a calmaria
permanece, nada se move na natureza: os navios não balançam; o silêncio
permanece nos quartéis, verdadeiros mosteiros medievais; os aviões não passam
rasantes pelo centro da corrupção. Nada! Todos repetindo “assim seja!” aos
escândalos da canalha petista.
Só restam as palavras, mas
estas também estão imóveis e mudas no texto, não mais ecoam, parece terem
perdido a força para provocar as mudanças desejadas. Estão semelhantes a armas
sem munição, a naus sem leme, a aviões sem motor.
Quando um juiz exigir a
reintegração, até o último centavo, do patrimônio roubado do Estado pelo Filho
Enjeitado do Brasil e Pai da Sórdida Corrupção, então poder-se-á dizer que a
justiça é para todos ou que “todos são iguais perante a lei”.
Enquanto não acontecer tal
milagre, o poder vermelho continuará a escarnecer, ruidosamente, das
instituições nacionais, permanentemente sob o efeito anestesiante de doentia
acomodação.
[1] Cientista italiano, do
século XIX, estudioso da antropologia criminal.
Título e Texto: Aileda de Mattos Oliveira, Drª em
Língua Portuguesa e membro da Academia Brasileira de Defesa, 25-12-2012
Colaboração: Pedro Fernando Malta
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