José Carlos Bolognese
So this is Christmas
And what have you done?
And what have you done?
Another year over
And a new one just begun
John Lennon
And a new one just begun
John Lennon
Então é Natal, e o que você
fez?
O ano termina, e nasce outra
vez

“Então é Natal, e o que você fez?”
Porque, para justificar a
pergunta, era preciso ter vivido. Os anos têm dias, semanas e meses, enfim... números...
para que se somem as realizações, o que se fez e se conquistou, não para contar
o tempo que falta para remover o obstáculo do viver.
Então, poderia chamar este
texto de “2006, o ano que não terminou”, e aí me dispensar de cantar junto...
“O ano termina, e nasce outra vez”
Sim, pois um ano que não
acaba, não deixa que outro ano comece. E, se as festividades natalinas nos
afastam da tristeza pelo conforto dos afetos, o Ano Novo começamos sós. Cada um
com seus problemas, suas contas, sua falta de recursos...
Mas, para aqueles que deveriam
nos prestar contas através dessas duas frases da canção, o... ”Então é Natal”,
bem... é... Natal o ano inteiro; eles sabem se cuidar e não faltam os “amigos
ocultos”- ou “secretos” - como dizem meus irmãos paulistas. E... o... “E o que
você fez?”… Pode-se deduzir que tudo de bom pra eles próprios e tudo de ruim
pra nós, como provam esses já quase sete anos roubados.
Pensando bem, essa gente que
se presenteia o ano todo tem algo em comum conosco. Eles, porque sem escrúpulos
em tomar o que querem, perderam a noção dos limites e se dão todas as coisas,
até o que não precisam. Nós, pelos insanos limites deles, estamos perdendo a
noção das coisas, daquelas que jamais teremos de volta e, a cada dia, das mais
essenciais.
Quem se acostuma a tomar, não
se convence a devolver. Vejam que mais uma vez, outra medida cruel tomou o
lugar da nossa esperança. Mais uma, às portas do Natal e do recesso de fim de
ano que não é só de fim, mas também de começo. Quando é mesmo que eles voltam?
Fevereiro, março? Se passam mais um ano sem querer devolver o que tiraram de
nós - porque trabalhadores e aposentados - também fazem de tudo para não pegar de volta o que roubaram os mensaleiros... porque... bandidos
sim, mas "companheiros" da corte! E os "graves danos de difícil
reparação para os cofres da União" se anulam, porque são a "caixinha
de Natal" da quadrilha?
Nós não estamos e jamais estaremos imersos num dilema só - o azul-e-branco-com-Ícaro-e-rosa-dos-ventos chamado Varig. Nosso problema é o Brasil – não o que ajudamos a construir em quase 80 anos de Varig – mas o que estão fazendo com ele há dez anos. Aqui alguns tolos irão correndo me corrigir com a tal herança maldita de antes de 2003. Pois que vão fundo, a mim pouco importa, podem ir até Pero Vaz Caminha, cinco séculos atrás escrevendo a El Rey de Portugal, D. Manuel, a pedir um favor de um emprego para o genro ou algo assim.
Mas que não esqueçam que o
“nuncaantesnessepaís” vale mais para coisas ruins nesses últimos dez anos do
que para os cinco séculos de antes. Especialmente para nós da aviação
comercial.
Mas, com “as gentes” que
estamos tratando, os sentimentos superiores de Natal e Ano Novo não existem,
pois estes, como tudo o que é bom, não dependem de calendário. Eu, por exemplo,
me senti no Natal em julho de 2012, quando o juiz Jamil reacendeu minhas esperanças. E passei a me
sentir na Sexta-Feira da Paixão todos os outros dias, quando essa esperança era
violentada pelas negações do desgoverno.
A persistir o nosso dilema com
essa gente que é nomeada, negociada e comprada para posições que na máquina
estatal se transformam em feudos e cidadelas fortificadas com os fossos e os
crocodilos da corrupção, devemos orar para que a deusa da justiça, essa
longínqua e relutante senhora, guarde em algum canto do coração um sentimento
de Natal, que esteja vivo em qualquer parte do ano.
De minha parte, o sentimento
existe e eu o ofereço a todos.
Feliz Natal!
Título e Texto: José Carlos Bolognese, 16-12-2012
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