terça-feira, 8 de outubro de 2013

Os cabides e suas modalidades de emprego

Jonathas Filho
Logicamente todo mundo conhece um cabide. Trata-se de uma haste arqueada guarnecida com um gancho no meio para fixá-la num varal de  madeira roliça dentro de armários guarda-roupas. A palavra pode ter origem na língua árabe como “qabada” .
O cabide pode ser comum, de madeira, de plástico ou de arame. Existem cabides especiais, torneados como antigamente, feitos de madeiras nobres. Cabides toscos são vendidos em lojas de R$1,99 e até em supermercados. Cabides grandes e fortes para capas, sobretudos e casacos pesados, são muito usados onde o inverno é rigoroso. Cabides finos e delicados são dedicados a   pendurar roupas de tecidos finos como as sedas e “organdis” usados pelas senhorinhas do século XIX que os habilitavam em “peignoirs”, “negligés”, estolas, xales ou lenços. Existem cabides até para gravatas e roupas íntimas femininas.

Certa vez, escutei um comentário desairoso em que uma pessoa dizia à outra que um “fulano” era tão magro que parecia um cabide que andava vestido. Maldade, não?

Há outra modalidade no uso do cabide, muito comum aqui em Pindorama. Habitualmente classificadas como “cabides de emprego”, onde quem tem o “gancho” para se pendurar se pendura por, pelo menos, uns bons anos; digamos uma legislatura, um mandato ou um ano luz, dependendo somente de alguns detalhes “técnicos” do tipo uma mão lava a outra” ou “é dando que se recebe ou “eu preciso de gente de inteira confiança . As considerações sobre o espaço dos guarda-roupas de um apartamento médio, nos permitem avaliar por exemplo,  que ali, naquele pequeno espaço cabem no máximo 10 cabides,  enquanto em um gabinete  político podem caber um número bastante superior.

Imaginem um órgão público com “espaço bem avantajado”? Cabe muita gente e não se precisa sequer usar aquele desodorante, que na propaganda da TV, insinuava que o uso dava condições de se estar em um ambiente exíguo como um elevador, sem exalar qualquer odor característico da falta de limpeza.

E por falar em falta de limpeza, o número aumenta mais ainda nos casos de nepotismo onde famílias inteiras, amigos, conterrâneos e partidários se perpetuam em cargos  ou em funções fantasmas, pois não ocupam  lugar físico, nem no tempo nem no espaço. Constam somente nas folhas de pagamentos, percebendo em “Hollerith”, valores nababescos cujas origens estão nos impostos pagos pelos “contribuintes”. Existem códigos nos tais “holleriths cujas “rubricas” premiam com valorizações complementares o salário de piso e acréscimos de gratificações extras ou especiais dos mais diversos tipos. Tudo pago com o erário, tudo retirado dos cofres públicos, tudo pago por nós!

Quem nunca ouviu falar dos Trens da Alegria”? Aconteceram inúmeros e o Ministério Público tem sido um dos maiores críticos dessa orgia de cargos comissionados.
Chega-se à conclusão de quem deve sair desses “armários são todos esses “cabides alegres” que acumulam empregos e cargos, recebendo remunerações altíssimas sem exercer de fato, qualquer trabalho em função que auxilie ou colabore com a melhor administração do próprio armário... Que é público!
Título e Texto: Jonathas Filho... sabe como o cabide do público é privado... até para “pendurar” a conta na farmácia!, 08-10-2013

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