A cidade do Rio de Janeiro, um
dos postais do nosso Brasil e onde nasci e resido ainda, tem sido palco de
tristes acontecimentos que se agravam dia após dia. Pessoas, vítimas de balas perdidas,
morrem ou sofrem lesões graves. Policiais, tentando enfrentar bandidos, ou
passar por determinados locais onde o perigo é evidente. Enfim, vivemos uma
guerra, onde impera o medo, quando comerciantes são obrigados a fechar suas
portas em virtude das ameaças de bandidos.

Todo o caos em que vivemos atualmente tem uma origem: A DROGA E O TRÁFICO DA MESMA. Tudo isso vem ocupando meus pensamentos que tenta vislumbrar uma solução para o grave problema que vivemos, ainda que eu nada possa fazer em relação a ele, a não ser escrever e manifestar minha opinião a quem me queira ler. É possível que eu esteja completamente errada ao admitir a solução que desejo apresentar a vocês, aqui e agora, como a única viável no momento.
Nunca foi de meu agrado analisar pontualmente qualquer problema, visto que eles não acontecem isolados, mas conectados a outros fatores e o primeiro deles é que, só há traficantes de drogas porque há os que as consomem. Se abrimos um negócio e tentamos vender um produto que ninguém compra, falimos – isso é óbvio!
A rede do tráfico de drogas é
poderosa e não se restringe ao nosso território.
Fora a droga produzida aqui
mesmo que não tem que atravessar fronteiras, há a droga vinda de fora e é quase
inútil se tentar impedir essa entrada visto que o Brasil é imenso e caso ela
não entre via aeroportos ou portos, entrará via florestas e rios sobre os quais
é praticamente impossível manter-se uma vigilância permanente ou não.
Enfim, o que se constata é que
quem quer usar droga usa, ainda que seja proibida a venda.
Isso não é mistério para
ninguém. Qualquer um que queira comprar cocaína, maconha ou outra droga que
seja, vai comprá-la com relativa facilidade, se tiver dinheiro.
Para cada traficante, de
segundo ou terceiro escalão, que seja preso ou que morra no “cumprimento de
dever”, surgem dois ou três para substituí-lo, pois a rede é poderosa, rendosa
e encontra interessados em todos os níveis de nossa sociedade.
Tudo o que falo nesse texto é
do conhecimento de todos. Não possuo nenhuma informação secreta.
Durante a Lei Seca, quando a
bebida alcoólica teve proibida sua venda nos Estados Unidos, foi quando
surgiram os grandes e legendários bandidos que se dedicavam à compra e venda
ilegal de álcool. O álcool É UMA DROGA, quer queiram quer não queiram os
apreciadores de bebidas alcoólicas.
Sua venda é absolutamente
liberada e bebe-se à vontade embora haja um tênue e quase imperceptível alerta
que recomenda moderação nas propagadas de cerveja na TV.
O cigarro, também nocivo à
saúde, sofre uma implacável propaganda contra, que, felizmente, tem dado bons
resultados. Entretanto, sua venda jamais foi proibida e, tanto se fuma um
cigarro comum como se consome um baseado (maconha). O cigarro comum tem sofrido
restrições até mesmo de lugar onde se pode ou não fumar e, embora a venda não
seja proibida, o número de consumidores diminuiu razoavelmente em razão da propaganda
maciça contra.
Caso a venda de bebidas
alcoólicas fosse proibida, certamente surgiria o mercado ilegal, comandado por
marginais bandidos que disputariam pontos de venda como são atualmente
disputados os pontos de venda das drogas.
É fácil constatar que a
proibição gera o crime, pelo menos os crimes ligados às drogas que, no momento,
são os que vêm causando tantos distúrbios à população.
Se, proibida ou não a venda e
o consumo de drogas, quem deseja consumi-la a consome e, sendo proibida, vem
gerando tantos problemas como mortes de inocentes, gastos com a polícia de
plantão em favelas, terror na cidade a quem jamais provou um cigarro de maconha
ou cheirou o tal do pó, eu pergunto:
PORQUE NÃO SE LIBERA A VENDA
DA DROGA A QUEM A QUEIRA COMPRAR e usar?
Você, leitor, compraria? Eu
não! Comprariam os que sempre compraram e continuarão comprando, com uma
vantagem, os traficantes de primeiro, segundo, terceiro ou quarto escalões
ficariam desempregados. Certamente a criminalidade ligada a drogas deixaria de
existir. Alguém por acaso já ouviu falar em tráfico de bebida alcoólica? Só nos
tempos da Lei Seca nos Estados Unidos. Comprovadamente, o álcool é DROGA SIM! E
MATA! E FAZ COM QUE O HOMEM PACATO MATE QUANDO ALCOOLIZADO. O bêbado provoca
acidentes de tráfego, o bêbado bate na mulher, nos filhos e comete desatinos
também.
O alcoólatra, se não tratado,
tem um triste fim. Mas o álcool é liberado!
Ninguém alicia menores em
portas de escola para a compra de álcool mas, para a compra de maconha, de coca
ou de outras drogas proibidas, sim.
Se a propaganda contra o
cigarro deu tão certo porque não se libera de uma vez a venda de outras drogas
e não se gasta o dinheiro que se gasta no combate aos traficantes, estando eles
soltos ou presos, numa campanha antidrogas eficaz e maciça? Campanhas através
da televisão, das escolas, das Igrejas, enfim campanhas espalhadas por toda a
cidade.
Todos sabem que proibição gera
vontade. O que é proibido tem mais sabor.
Libere-se a droga e o jovem
terá menos curiosidade e saberá por intermédio da mídia (filmes, palestras em
escolas, etc) o mal que faz e como terminam os pobres viciados.
A quem não interessa a
liberação? Creio que há muitos que lucram com o tráfico.
Eu sei que Mao Tse Tung acabou
com o uso do ópio (introduzido no país pelos ingleses) na China. Mas tratava-se
de um regime totalitário e as leis (ou falta delas) eram outras.
Quem deseja isso para o
Brasil?
Não sei como poderia ser feita
essa liberação. Não sei mesmo se estou correta em meu raciocínio, mas não
vislumbro outra solução para este grande mal que está afetando não somente os
viciados, mas também quem nunca se meteu com drogas e que morre por causa
delas.
Sei também que a droga não é
liberada no mundo. Mas moro no Brasil, no Rio de Janeiro e tenho que pensar em
termos de Brasil. Se aqui enfrentamos uma verdadeira guerra, onde o comando do
tráfico domina a sociedade impondo suas leis e regras, é aqui que temos que
encarar o problema.
A quem leu esse texto até
agora, peço que opine e me diga se tenho ou não razão e mostre uma outra saída
para esse gravíssimo problema que enfrentamos.
Título e Texto: Regina Mas, 31-10-2013
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