Novas previsões dissipam receio de que Portugal tivesse mergulhado numa
espiral recessiva. PIB cairá menos neste ano do que se previa, essencialmente
graças ao bom comportamento das exportações e a uma retracção menos acentuada
do consumo privado. Já as importações voltam a subir.
Pela segunda vez em seis meses, o Banco de Portugal divulgou nesta terça-feira previsões menos sombrias para a evolução da actividade económica portuguesa, esperando agora que, depois de ter caído 3,2% em 2012, o PIB recue 1,6% ao longo de 2013. Em Julho, o BdP esperava uma queda anual de 2% do PIB neste ano, o que já traduzia uma revisão em alta face ao recuo de 2,3% que era antecipado em Março.
Pela segunda vez em seis meses, o Banco de Portugal divulgou nesta terça-feira previsões menos sombrias para a evolução da actividade económica portuguesa, esperando agora que, depois de ter caído 3,2% em 2012, o PIB recue 1,6% ao longo de 2013. Em Julho, o BdP esperava uma queda anual de 2% do PIB neste ano, o que já traduzia uma revisão em alta face ao recuo de 2,3% que era antecipado em Março.
A nova previsão da entidade
presidida por Carlos Costa dissipa o receio de que Portugal tenha mergulhado
numa espiral recessiva, sugerindo estar em curso um processo de recuperação,
ainda que muito gradual.
“A economia portuguesa
registará em 2013 uma nova contracção da actividade económica. A informação
relativa ao segundo trimestre de 2013 e os indicadores disponíveis para o
terceiro trimestre sugerem que se poderá estar a iniciar um processo gradual de
recuperação económica. A actual estimativa tem implícita uma continuação do
aumento da taxa de variação homóloga, que deverá regressar a valores positivos
no final do ano”. O Banco de Portugal antecipa uma “estabilização” da procura
interna neste segundo semestre, essencialmente em resultado de um melhor
comportamento do consumo privado, que, em vez da queda de 3,8% prevista em
Março deverá recuar 2,2% no conjunto de 2013.
O Banco de Portugal estima
também um comportamento "assinalável" do sector exportador, tendo
revisto em alta de 4,7% para 5,8% a taxa de crescimento das exportações,
igualando-a à mais recente previsão do Governo e da troika. “O ganho continuado
de quotas no mercado externo constitui um dos elementos mais positivos do
processo de ajustamento da economia portuguesa, reflectindo um grau assinalável
de adaptabilidade das empresas portuguesas às actuais condições dos
mercados", refere a instituição, segundo a qual o peso das exportações no
PIB deverá voltar a aumentar em 2013, situando-se em aproximadamente 40%. Em
contrapartida, as novas previsões antecipam que as importações cresçam já neste
ano, 2%, quando em Julho ainda se apontava para uma nova queda, de -1,7%.
O Banco de Portugal sublinha
ainda a "redução muito significativa das necessidades de financiamento
externo que, a partir de 2012, deu lugar a uma capacidade líquida de
financiamento da economia portuguesa" e que, medida pelo saldo conjunto
das balanças corrente e de capital, deverá elevar-se 3,1% do PIB para o
conjunto do ano de 2013.
Parte deste fenómeno é
explicado pela retracção do investimento que, depois de ter caído 14,3% em
2012, deverá recuar 8,4% neste ano, menos que os -8,9% anteriormente previstos.
O Boletim de Outono, divulgado
nesta terça-feira, não apresenta números para 2014, mas as mais recentes
previsões do Banco de Portugal (publicadas em Julho) antecipavam que, após três
anos de recessão, se siga uma quase estagnação da economia portuguesa, com o
PIB a crescer 0,3%, em vez dos 1,1% que eram esperados ainda na Primavera. A
nova previsão do Governo e da troika, anunciada na semana passada, aponta para
um crescimento de 0,8% no próximo ano.
Embora não quantificando, o
BdP volta a referir que a necessidade de prosseguir a consolidação orçamental
continuará a pesar sobre as expectativas de crescimento. “O cumprimento dos
actuais objectivos para o défice estabelecidos no âmbito do Programa (4% e 2,5%
do PIB em 2014 e 2015, respectivamente) exige a continuação do esforço de
ajustamento orçamental" que deve "assentar no programa de redução da
despesa pública", o que "tenderá a induzir, no curto prazo, um efeito
negativo sobre a actividade económica”.
(…)
Título e Texto: Eva Gaspar, Jornal de Negócios, 08-10-2013
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