terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Farinha pouca meu pirão primeiro


Almir Papalardo
Desde a criação do mundo o ser humano demonstra grandes e inúmeros defeitos, entre eles o "Egoísmo", uma distorção de caráter, que acredito, sem solução e, até certo ponto, compreensível e aceitável desde que não cause danos irreversíveis aos seus semelhantes. 

Não é um dos piores pecados do homem, que visa exclusivamente os seus próprios interesses (lei do Gerson "gosto de levar vantagem em tudo"), nascendo daí a famosa máxima popular: "Farinha pouca meu pirão primeiro". Existem outros defeitos de maior gravidade praticada pelo homem, que chocam-se frontalmente contra os ensinamentos do nosso Pai Supremo. Não condenemos pois, com muita severidade, o "Egoismo Humano". 

É muito raro que as pessoas sumamente individualizadas e pretensiosas, tenham o necessário discernimento, suficiente, para reconhecerem que é necessário expandir todo o seu campo visual, analisando por todos os ângulos possíveis, as prioridades na erradicação de problemas carentes de soluções urgentes.

Nós, os aposentados, condenamos o governo federal por nos esquecer literalmente, esquecendo-nos, nos próprios, que esse mesmo governo, tem centenas de problemas sérios e cabeludos, no aguardo de providências corretivas de sua total e única responsabilidade de bem conduzir a pátria. Se estamos num degrau da vida juntamente com várias outras pessoas, não vamos ter a pretensão de julgar que o governo tem a obrigação de nos colocar, porque assim queremos, no degrau de cima. Precisamos nos conformar se não formos os escolhidos e aumentar com classe as nossas cobranças, objetivando ser os próximos a subir um degrau. 

E some-se a isto, a dificuldade patente em se conseguir uma boa administração, porque a corrupção prevalece em algumas áreas do país, por culpa exclusiva da nossa Constituição, que dá plenos poderes a um número super exagerado de poderosos, quando, somente, uma terça parte desses legisladores atuais, já seria o suficiente para tocar melhor, mais corretamente e com maior firmeza o país para a frente. Qualidade legislativa sim, funciona! Quantidade, ao contrário, só tumultua...

Nossa categoria de aposentados deveria se conscientizar que por sermos agora inútil ao governo central, que é obrigado a nos sustentar sem receber mais a outrora e cobiçada contribuição mensal para o INSS, não somos mais bem quistos (minha opinião é que nunca deveríamos ter parado com os descontos para a Previdência), a equipe econômica governamental não tem e nunca terá boa vontade política para nos fazer justiça. Temos que saber conquistar essa boa vontade dos governos.

Se ignoram por conveniência própria e leniência da oposição certos Artigos da Nossa Carta Magna, mais facilmente e sem sentimento de culpa, ignoram os velhos aposentados que não têm força alguma, nenhuma representatividade política, não dão ibope, não podem ameaçar a paz dos Estados com greves, não têm pique para efetuar manifestações, e não sabem fazer bom uso do voto onde a maioria esmagadora não comparece mais às urnas e, muitos ainda, se dão ao luxo de anularem seus votos, deixando o atual governo tranquilo e confiante em vitórias sucessivas.

Diante de todos estes itens desfavoráveis ao aposentado, quando não contamos nem mesmo com a favorabilidade da sociedade, nem com o apoio de dois terços de co-irmãos aposentados que são beneficiados nos reajustes com os mesmos percentuais do salário mínimo, ainda costumamos imprudentemente alimentar a raiva dos nossos inimigos, com xingamentos e ofensas morais, uma tática totalmente equivocada, porque cada vez mais as canetadas da dona Dilma como castigo rubricam sempre contra o pobre aposentado. Haja vista que ela nos concedeu apenas no seu primeiro mandato, dois reajustes com percentuais inferiores até mesmo ao da inflação apurada, coisa jamais acontecida com os dois presidentes anteriores, mostrando uma nítida vontade de prejudicar os aposentados malcriados.

Os segurados do RGPS atingidos precisam rever urgentemente seus métodos de combate, porque os atuais têm se mostrado ineficazes, embaraçando cada vez mais os nossos caminhos, em busca de direitos surrupiados e, condenados, se nada for feito, a converter-se numa irrisória aposentadoria de apenas UM salário mínimo, embora quando ativos nossas contribuições a Previdência Social fossem feitas sobre vários salários mínimos vigentes na ocasião.
Título e Texto: Almir Papalardo, 18-02-2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-