Assistindo ontem a um debate na France 24 sobre o
desemprego jovem (a diferença entre como se debate na FR24, pelo menos este,
com os ‘debates’ na televisões cá do burgo, é que cá se convidam os politicamente
engajados e escondem-nos sob o rótulo de “comentador” e… vamos todos malhar no
governo (atual) de direita fascista e capitalista, cheio de gente que, desde
que acorda e até adormecer, fica debruçado, exclusivamente, em encontrar as melhores
maneiras e formas de desgraçar a vida desses tantos “coitados valentes que têm
de emigrar”. E você não apreende nada, só assiste a ‘comícios’…
Sou de uma época, dizia, que os jovens, velhos, brancos,
negros, amarelos, gays, lésbicas e “indefinidos” iam à luta, mesmo. Sem
choradeira! Eram poucos, na época, os que podiam contar com os pais e/ou
família.
Meus pais se mandaram para Angola, em 1950. Meu
pai, que lá chegou como carpinteiro, pouco depois de ter chegado foi promovido
a “mestre” e posteriormente a “mestre-de-obras”, aquele profissional que fica
nas obras supervisionando os trabalhadores, de várias qualificações, que estão
construindo aquela obra…
![]() |
Meu pai, logo após chegar a Luanda |
Bom, e como o generoso leitor está cansado de
saber, foram 38 anos de Brasil, ou melhor, de Rio de Janeiro. É uma vida, né?
Lá, no Rio, vi tanta gente se virar na vida,
verdadeiros empreendedores… lembro do “Ceará” na praia de Ipanema, em frente ao
Country, e outros ´barraqueiros’…
Anos depois, assisti, com alguma consternação, a
proliferação de vendedores ambulantes que, em determinados locais,
constituíram, pelo tamanho e aglutinação, os “camelódromos”.
Bom, em que pesem algumas ilegalidades o fato é
que a expressiva maioria está ali lutando, fazendo pela vida!
Brasileiros emigram, recebem imigrantes, nunca me
apercebi que fizessem carnaval porque aquele ou aqueloutro saiu do país.
Imagina! Pelo contrário, brasileiros têm muito orgulho dos seus compatriotas
que triunfam fora do país, sejam famosos ou anônimos. Não lhes iria à cabeça
culpar o governo pela emigração deste ou daquele.
Não lhes iria à cabeça, assistir na TV, ao vivo, ao
embarque de um jovem enfermeiro que se prepara para embarcar para a cidade de
Manchester, na Inglaterra, com contrato assinado e com salário de 2 mil euros
por mês (!?) como se se tratasse de um degredo perpétuo para a Cochinchina, com
trabalhos forçados…
E a noção do ridículo, onde fica? Não fica.
*”Bill” era como o pessoal de Brazzaville chamava
os “duros” de Kinshasa…
Blague tê, masta. Sinon
nangai kubeta yo. Tala, façon ya Bill ya Kinshasa. Ainda me lembro do som, não sei se é assim que se
escreve em Lingala. Tradução: Não brinca comigo, cara. Senão eu te bato. Olha
para mim, sou um Bill de Kinshasa.
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-