quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Compartilhando o erro

Jonathas Filho
Hoje me peguei pensando que, quando não reclamamos de qualquer irregularidade, compartilhamos e participamos dos erros cometidos pelos outros. Passamos então a ser coautores. Será medo de ser considerado um inoportuno... pelo receio da crítica ou por preguiça de não querer criar nenhuma situação constrangedora, em que se tenha que se desgastar, cobrando disciplina e/ou atitudes pertinentes?
Será isso uma situação que nasceu no tempo do “descobrimento” e se arrasta até os dias de hoje? Transformou-se em cultura de um povo o “deixa prá lá”?
 
Trabalhei numa empresa em que a dona, sempre que eu me manifestava contra uma “desobediência” ela dizia: “Deixa quéto”!
Será porque ninguém quer brigar pelo próprio bem-estar? Ninguém quer brigar pelo certo? Nem mesmo pelo seu direito?

Será melhor deixar tudo do jeito que está para ver como é que fica? Meu Deus, tenho certeza que isso é uma irresponsabilidade. Nesse “deixa quéto” ninguém se expõe, ninguém se preocupa, ninguém se estressa, ninguém se machuca e a tudo continua a “lesma lerda” e consequentemente todos se lambuzam nisso, querendo ou não; afinal, somos partícipes e, portanto, coautores. Há uma máxima no nosso Direito que diz que é melhor um mau acordo do que uma boa demanda. Isso, de certa forma, tem a conotação de masoquismo, quando se prefere a dor e a humilhação ao invés da peleja pelos seus direitos legítimos.

O que é que falta em nós?
Raça? Isso não define atitudes.
Conhecimento? Isso não impele ao questionamento.
Interpretação? SIM, ISTO TE FAZ ENTENDER!
Sofrimento? SIM, ISTO TE FAZ QUERER QUALIDADE DE VIDA!

Boston, EUA, 16 de abril de 2013
Sofrimento já temos demais! E é querendo qualidade de vida que temos que nos “envolver” em fazer as coisas certas. Gerações que fizeram “coisas certas” agregaram isso ao jeito de viver e consoante à cultura das suas sociedades  tornaram tais atitudes indissolúveis, sendo hoje o significado do “way of life” que tanto invejamos em nações mais desenvolvidas. Quantas vezes, por exemplo, comentamos que em certo lugar, pega-se o jornal em confiança e por respeito, deixa-se o valor dele numa caixa, sem que ali tenha alguém para receber o dinheiro?
Honestidade? Não, isso é DIGNIDADE! Dignidade é a dimensão, onde se proliferam as virtudes. Dignidade só tem quem sabe discernir o que é certo do que é errado e pratica o certo. Discernir, só quem sabe é aquele que tem o conhecimento adquirido pela educação recebida. Até o amor é aprendido e se não o aprendemos, continuamos como bestas.

Essa “tal” dignidade é comum em vários países com um alto IRH – Índice de Responsabilidade Humana, onde a grande maioria, mesmo sendo facultativo, não se exime de emitir seus pareceres e de mostrar suas atitudes sobre quaisquer assuntos que possam criar prejuízos nesse jeito de viver.

Aqui, em Pindorama, considera-se que calar e “tirar o corpo fora” lhe livra de aborrecimentos. Será covardia ou preguiça? Medo de ser considerado um chato? Será melhor “deixar quéto”?
A vida é feita de escolhas e cabe aos interessados emitir sua vontade baseada nos seus pontos de vista e divergir se necessário for, pois quem cala... consente, e então tudo permanecerá idêntico a ontem e você continuará conversando com o seu vizinho que aumentaram isso, cobraram aquilo, não cumpriram o prometido e não fizeram o que deveriam ter feito.
Para você que me lê, a culpa, na verdade, é de quem?
Título e Texto: Jonathas Filho, 26-02-2014

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