Prezado Sr. João Sidney,
Atarefado com suas atribuições
no Senado, o senador Alvaro Dias, ao tomar conhecimento de sua mensagem,
encarregou-me de responder. Ele manda dizer que a sua perplexidade com a
situação dos aposentados brasileiros tem toda razão de ser. Mas é assim mesmo que
o governo do PT trata os aposentados, com total descaso e injustiça. Se fosse
realmente um governo preocupado com os aposentados, atenderia aos legítimos
apelos da classe.

Um projeto de lei com o mesmo
teor da MP seria votado na Câmara, mas o texto incluía no reajuste os dez
milhões de aposentados que recebem mais que o mínimo. Dilma afirma que se esse
projeto fosse aprovado, iria elevar os custos da Previdência, ampliando o seu
déficit. Mas acontece que o propalado déficit da Previdência não corresponde à
realidade e, embora não disponha no momento de dados atualizados, o senador
Alvaro Dias não tem dúvida de que a Previdência não é deficitária.
O governo federal faz um
cálculo incorreto para dizer que a Previdência Social é deficitária. Segundo
dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
(ANFIP), a Previdência Social teve superávit de R$ 60,9 bilhões no ano de 2007,
R$ 50,8 bilhões em 2006 e R$ 62,6 bilhões em 2005. E esse superávit se manteve
até os dias atuais, com ligeiro crescimento de ano para ano. O governo
considera como receita única da Previdência Social a obtida com a folha de
pagamento, desconsiderando as demais. O governo se utiliza dessas outras
receitas para atender a outros compromissos.
De acordo com o estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cerca de 40% do montante
arrecadado com as contribuições sociais foram destinadas ao financiamento da
Seguridade Social, 60% para outros fins, como o custeio da dívida pública.
Assim sendo se déficit existe, este, na verdade, é do Tesouro Nacional.
Portanto, o saldo negativo, entre receita de contribuições e gastos com
benefícios só existe em função de renúncias fiscais, com o tratamento
tributário diferenciado dado a microempresas e entidades filantrópicas,
obrigações que são do Tesouro, por terem características de assistência social.
Um exemplo são as
aposentadorias de trabalhadores rurais, que não contribuíram para a Previdência
ao longo de sua vida laboral. Vê-se, pois, que na realidade a Previdência
Social não é deficitária. O governo é que se utiliza de suas receitas para
atender a outros compromissos, o que configura um desvio de finalidade. Essa é
a grande verdade.
O que se lamenta é que o
governo do PT, partido que se autoproclamava defensor dos humildes, tenha
rasgado essa bandeira e a colocado na lata do lixo. O tratamento que dá aos
aposentados e pensionistas brasileiros é lastimável, pois, estes deram a sua
parcela de contribuição ao desenvolvimento do país e agora, com a chegada da
idade avançada, são relegados a situação de penúria.Uma lástima. O senador
Alvaro Dias tem condenado esta situação e vota sempre a favor dos aposentados,
mas é derrotado, pois o governo do PT tem maioria nas duas Casas do Congresso,
que só aprova o que ele quer.
Cordialmente,
Edilson Leal de Oliveira
Assistente Parlamentar
Gabinete do Sen. Alvaro Dias
Via João Sidney/Brasil Para Valer, 9-5-2015
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