sábado, 8 de maio de 2010

Sobre aniversários, homenagens e outros trecos...

M. e demais amigos:
Vou ser direto e objetivo. Eu julgo que homenagens, repito, homenagens, se prestam àqueles de quem gostamos, que realizaram obras concretas, mesmo que imateriais, em prol da comunidade, coletividade, nação...
Eu não presto homenagem àquela que me traíu, não me pagou, desviou o dinheiro que eu lhe confiava...
Me permito fazer um paralelo com uma situação, digamos, mais comum e percebível
1) Fui casado por uns trinta e tantos anos com uma mulher que muito amei. Infelizmente, o casamento acabou, numa boa, ela nunca me prejudicou, nunca tentou me fazer mal - quando ela precisa de alguma coisa, ajudo. Quando ela faz aniversário, mando um cartão.
2) Fui casado por uns trinta e tantos anos com uma mulher que muito amei. Ela me deixou para ir viver com outro. Não sei onde está, não me interessa, e nem sei porque me lembrei dela agora...
3) Fui casado por uns trinta e tantos anos com uma mulher que muito amei. Vinha me levando no bico nos últimos tempos, mas, por amor, eu fui ficando. Um dia, ela desmoronou. Isto é, devia a Deus e a todo o mundo, eu não sabia. Ficou com o único apartamento que tínhamos. Me deixou dívidas impagáveis de cartões de crédito e de consignações que recebia mas não honrava. Sujou o meu nome e me deixou na merda econômico-financeira.
Você acha que eu vou me lembrar de quanto ela era bonita, gostosa, e de quanto a amei? Não. A menos que eu a tivesse perdoado... E mesmo que lhe tivesse já perdoado, a minha situação econômico-financeira atual me IMPEDE de esquecer.
Não tenho saudades - não esqueci - da caloteira, por mais grandiosa, gostosa e irresistível que ela tenha sido um dia... 
Não vivo de passado, queria viver de futuro. O futuro que ela me roubou.
Inté!

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