Adriana Vandoni
(Giulio Sanmartini) O frade dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, nacionalmente conhecido por Frei Betto (não sei onde foram arrumar dois “ts” para um apelido em português), mais dado ao materialismo histórico que a textos católicos, sempre jactou-se de ter sido o líder “espiritual” da família Lula, nos anos 1988-1984 especialmente, durante o movimento sindical dos metalúrgicos da região do ABC, por isso se fez co-fundador da CUT.
Teve um grande momento de
exultação, quando viu seu pupilo Liz Inácio Lula da Silva, atingir pelo voto, o
mais alto posto do país (2002). Foi nomeado coordenador do programa “Fome
Zero”, mas passados dois anos deixou o governo alegando inicialmente “motivos
pessoais”, mas no correr desses 6 anos ele passou a ser crítico do que ajudou a
fazer.
O amigo pessoal de Lula, numa espécie de queixa, afirmou que o PT mudou os rumos de sua política e deixou de lado um projeto inicial de governo, para se dedicar a um “projeto de poder”: “É um governo que lamentavelmente na sua trajetória mudou a rota. Deixou de lado um projeto de Brasil, por um projeto de poder, a ponto de fazer hoje uma coligação de 14 a 16 partidos em função de um horizonte de poder e não um horizonte de Brasil”.
Frei Betto voltou a carga
nesse mês de julho passado, em entrevista ao periódico de esquerda “Caros
Amigos”. Disse ele: “O Brasil é o paraíso do capital especulativo. E no lugar
de um programa que tinha um caráter emancipatório, se introduziu um programa de
caráter compensatório que é o Bolsa Família”. Depois, que aprendeu no governo
duas grandes lições: “Governo é que nem feijão, só funciona na panela de
pressão. Só que quem mais pressiona o poder público são as elites através de
lobbies muito bem pagos e organizados. Nós, movimentos sociais precisamos fazer
a mesma coisa”. E, “governo não muda ninguém. Faz as pessoas se revelarem. Tem
um ditado espanhol que é fantástico: ‘Se quiseres saber quem é Juanito, dê-lhe
um carguito’”.
Finaliza, o que ainda se diz
amigo de Lula, mostrando que nesse governo não há esperanças para um futuro que
ele passou a vida sonhando: “Serão oito anos sem nenhuma reforma estrutural,
nem agrária, nem a tributária, nem a política, nem a da saúde e da educação. Se
a gente considerar que o governo joga através dos títulos da dívida pública
quase R$ 300 bilhões para fomentar a especulação no mercado financeiro e apenas
R$ 44 bilhões na saúde, um pouco menos na educação”.
Frei Betto deixa entender que
tem consciência de ter criado um monstro e não sabe como fazer para destruí-lo.
(*) Foto: Frei Betto como capa
de “Caros Amigos”
(*) Texto de apoio: José Aparecido Miguel
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