O decreto de lei que proíbe os humoristas de falarem sobre os políticos durante o período eleitoral tem mexido com o humor dos comediantes, que não estão achando a menor graça nisso. Indignados com a proibição, alguns humoristas do país promoverão a passeata “Humor Sem Censura”, na Praia de Copacabana, no próximo domingo (22). Tudo em protesto à lei que os proíbem de fazer piadas sobre os candidatos durante o período eleitoral.
A manifestação vem sendo liderada pelo grupo de stand up comedy “Comédia em Pé”, que começou a convidar os amigos e, posteriormente, também toda a população para participar da caminhada e da leitura de um manifesto que será enviado junto a um abaixo-assinado ao Ministério da Cultura.
O comediante Fábio Porchat é o organizador do "esquema" (como ele mesmo se define). Ele disse ao Famosidades que não tinha idéia que a passeata tomaria uma grande proporção. “No começo, eu esperava reunir apenas os de casa, tal como minha mãe, avó e irmã”, brincou, já que ele começou a divulgação do manifesto num total ‘boca a boca’ e também por meio do seu Twitter.
“A coisa está tomando uma proporção enorme e vários humoristas de todo país já confirmaram presença. Virão comediantes e grupos de humor de Brasília, Minas Gerais e São Paulo. Percebi que os humoristas esperavam um primeiro passo. Fico feliz por ter iniciado essa manifestação”, afirmou Porchat, que já conseguiu que o manifesto e o abaixo-assinado, que será colhido no domingo, sejam entregues ao Ministro da Cultura, Juca Ferreira.
“Teremos placas, faixas e camisas feitas pelo cartunista Nani mostrando nossa indignação. Distribuiremos também máscaras dos presidenciáveis e que, assim como as placas, cada manifestante presente poderá confeccionar a sua. Ou seja, será uma farra só”, declarou.
Além dos integrantes do “Comédia em Pé”, também estão confirmados humoristas das trupes do “Rock Bola”, “Pânico”, “Casseta & Planeta”, “Os Caras de Pau”, “Zorra Total”, “CQC”, “Os Legendários”, “Hermes & Renato” e “Comédia MTV”. Além dos comediantes Bruno Mazzeo, Leandro Hassum, Fabiana Karla e do cartunista Chico Caruso.
O assessor de comunicação do TSE - Tribunal Superior Eleitoral -, Luiz Felipe Neves, afirmou que o alvo dos humoristas deveria ser o Congresso Nacional. “Foi o Congresso que votou e aprovou essa lei, o TSE apenas a executa”, declarou.
Em nota, o TSE esclareceu que não criou nenhuma restrição nova aos programas de rádio e televisão, inclusive aos humorísticos, além das existentes na Lei das Eleições (nº 9.504/1997). Na nota, o TSE informou ainda que é absolutamente errônea a interpretação de que foram criadas, neste ano, limitações aos programas humorísticos.
"Pois as vedações impostas às emissoras de rádio e televisão começaram a partir de 1º de julho dos anos eleitorais e consistiam em não permitir que candidatos fossem ridicularizados e degradados, lei essa que fora aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República", afirma o órgão.
Ainda segundo a nota, por ser tratar de um órgão do Poder Judiciário, o TSE não tem competência para legislar, podendo apenas editar resoluções com o intuito de organizar o pleito eleitoral, dentro dos parâmetros pré-determinados pelas leis.
Cabe ressaltar que o Congresso Nacional já fez duas reformas na Lei nº 9.504, uma em 2006 e outra em 2009, e nenhuma delas delas modificou a restrição imposta às emissoras de rádio e televisão pela redação original.
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