domingo, 6 de fevereiro de 2011

"Quase todos os terroristas atuais seguem o Profeta"

Alberto Gonçalves
O óbvio à solta
Além dos mortos e feridos, o recente atentado no aeroporto de Moscovo provocou duas vítimas colaterais e frequentes neste tipo de chacinas.
A primeira vítima é a minha susceptibilidade. Na sequência de cada massacre, estadistas em peso aparecem a criticá-lo e eu fico pasmado. É meso necessário que indivíduos civilizados venham a público dizer que que discordam da matança indiscriminada de inocentes? Não falo de Chávez, Kadhafi ou demais tiranetes com quem o Eng.º Sócrates gosta de negociar: esses, quando não aplaudem os atentados, instigam-nos. Falo de sujeitos respeitáveis, para os quais a repulsa pelo terrorismo está, ou deveria estar, implícita. Ao condenar5 “com veemência” o crime de Moscovo, o Papa, o presidente da Comissão Europeia e os chefes de Estado democráticos inadvertidamente insinuam a possibilidade de uma atitude diferente, desde a reprovação ligeira (“Não acho muito bem”) até à aprovação (“Fantástico”). Sobretudo o carácter “automático” e “inevitável” da condenação arrisca retirar-lhe poder e isentá-la de consequências.

A segunda vítima é o rigor informativo. Em parte das notícias notou-se o bravo esforço dos jornalistas para omitir qualquer referência à crença religiosa dos assassinos, geral e carinhosamente designados por “suicidas”. Escreveu-se que os “suicidas” talvez fossem um homem e uma mulher e que talvez pertencessem aos separatistas do Cáucaso. Poucos escreveram que o Cáucaso que recorre ao horror para mostrar desagrado face à Rússia é muçulmano. Sempre aflitos por lembrar que apenas uma ínfima fracção dos seguidores do Profeta são terroristas, os media raramente lembram que quase todos os terroristas actuais seguem o Profeta, ainda que não saibam para onde.
Claro que nenhum dos casos é demasiado grave. Mas são no mínimo um desperdício curioso, visto que a obrigação de uns afirmar o óbvio contrasta com a preocupação de outros de o esconder. E o óbvio, por definição, dispensa ambos os trabalhos.
Texto: Alberto Gonçalves, Sociólogo, "Sábado", nº 352, 02-02-2011
Digitação: JP



Líder terrorista promete ataques todos os meses na Rússia
O líder tchetcheno da organização terrorista Emirado do Cáucaso ameaçou levar a cabo um atentado terrorista por semana ou por mês na Rússia, dependendo da «vontade de Alá». Doku Umarov deixou a promessa de um «ano de sangue e lágrimas», num vídeo divulgado no site dos separatistas islâmicos Kavkazcenter.
Segundo o líder, os ataques terão como alvo os que «não gostam do Islão» e «insultam os caucasianos». Apesar de não ser divulgada a data do vídeo, alguns apontam que terá sido gravado antes do atentado no aeroporto de Domodedovo, que matou 36 pessoas e deixou mais de 100 feridas, dando o mesmo a entender que Doku Umarov terá estado envolvido no ataque.
O filme mostra que o líder tchetcheno visitou a base Riiaduz Salihiin, local de treino de terroristas suicidas, aparecendo ao lado do comandante do batalhão, o emir Hamsat, e de um jovem que se parece com Mahomed Evloev, indivíduo a quem as autoridades russas atribuem o ataque terrorista no aeroporto.
Note-se que nos últimos dias Moscovo tem estado em alerta para a ocorrência de vários ataques terroristas, tendo-se deparado com vários falsos alarmes. Ainda este domingo, as forças policiais russas ordenaram a evacuação de três estações de comboios e uma do metropolitano. 
A Bola, 06-02-2011

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