Francisco Vianna
O jornalista Sebastião Nery me
envia um relato, através de seu blog, pelo qual afirma ter assistido o
nascimento do mensalão, no Brasil.
Diz o jornalista: "Tarde de um sábado, no começo de 2003, no restaurante Piantella, o melhor de Brasília. Lula havia sido eleito Presidente da República em outubro de 2002, vencendo o tucano José Serra, e tomado posse em Brasília em início daquele ano. Estava, naquele sábado, em Porto Alegre, junto com José Dirceu e a cúpula do PT, a discutir com os petistas gaúchos a formação do novo governo. Como fazíamos quase todas as tardes de sextas e sábados, eu e um grupo de jornalistas almoçávamos a um canto, conversando sobre política do país. De repente, entram nervosos, aflitos, os deputados Moreira Franco, Gedel Vieira Lima, Henrique Alves, da direção nacional do PMDB, e começam a discutir baixinho, quase cochichando. Em poucos instantes, chega o deputado Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Nem almoçaram. Beberam pouca coisa, deram telefonemas, saíram rápido. Nada falaram. Acontecera alguma coisa grave. Deviam voltar logo. Só um voltou e contou a bomba política do fim de semana. Antes de viajar para o Rio Grande do Sul, Lula encarregara José Dirceu, coordenador da equipe de transição e já convidado para Chefe da Casa Civil, de negociar com o PMDB o apoio a seu governo, em troca dos ministérios de Minas e Energia, Justiça e Previdência, que seriam entregues a senadores e deputados indicados pelo partido".
Diz o jornalista: "Tarde de um sábado, no começo de 2003, no restaurante Piantella, o melhor de Brasília. Lula havia sido eleito Presidente da República em outubro de 2002, vencendo o tucano José Serra, e tomado posse em Brasília em início daquele ano. Estava, naquele sábado, em Porto Alegre, junto com José Dirceu e a cúpula do PT, a discutir com os petistas gaúchos a formação do novo governo. Como fazíamos quase todas as tardes de sextas e sábados, eu e um grupo de jornalistas almoçávamos a um canto, conversando sobre política do país. De repente, entram nervosos, aflitos, os deputados Moreira Franco, Gedel Vieira Lima, Henrique Alves, da direção nacional do PMDB, e começam a discutir baixinho, quase cochichando. Em poucos instantes, chega o deputado Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Nem almoçaram. Beberam pouca coisa, deram telefonemas, saíram rápido. Nada falaram. Acontecera alguma coisa grave. Deviam voltar logo. Só um voltou e contou a bomba política do fim de semana. Antes de viajar para o Rio Grande do Sul, Lula encarregara José Dirceu, coordenador da equipe de transição e já convidado para Chefe da Casa Civil, de negociar com o PMDB o apoio a seu governo, em troca dos ministérios de Minas e Energia, Justiça e Previdência, que seriam entregues a senadores e deputados indicados pelo partido".
Contou que Lula já havia dito
ao PT que eles não podiam esquecer a lição da derrubada de Collor por "impeachment",
que o senador Amir Lando, do PMDB de Rondônia, relator da CPI de PC Farias,
definira como uma “quartelada parlamentar”, arrematando ao dizer que,
"no Brasil, para governar era preciso ter sempre maioria no Congresso e
que o PT teria que fazer as concessões necessárias".
Destarte, o primeiro partido a
ser chamado foi o PMDB, o maior partido da Câmara e do Senado. Lula mandou José
Dirceu acertar com o PMDB. Combinaram os três ministérios e ficaram todos
felizes (afinal, ideologia seria apenas uma alegoria dialética moldável e
utilizável conforme as necessidades do aqui e agora... O importante é o volume
de dinheiro das dotações ministeriais!).
Em Porto Alegre, na primeira
noite, Lula bateu de frente com gula voraz do PT gaúcho, que exigia os
ministérios de Minas e Energia, da Justiça e da Previdência. Lula teve que
ceder. Chamou Dirceu e deu ordem para desmanchar o acordo com o PMDB. Dirceu
ainda perguntou como iriam conseguir maioria no Congresso. "Compra os
partidos menores", disse Lula a Dirceu. "Fica mais barato"
(assim, na lata, com todas as letras).
Dilma, então virou ministra de Minas e Energia, Tarso Genro da Justiça e
Olívio Dutra das Cidades. E assim nasceu o Mensalão. Ou seja, a chamada
"base aliada" era, na verdade, uma "base alugada"... (e se
isso não é crime, não sei mais o que possa ser!).
Contou ainda que o advogado do
ex-deputado Roberto Jefferson, o brilhante Luiz Francisco Correa Barboza, tinha
dito a 'O Globo': “Não só Lula sabia
do Mensalão, como ordenou toda essa lambança; e que não é possível acusar os
comandados e deixar o chefe de fora”.
Continuou seu relato dizendo
que, no dia 12 de agosto de 2005, num pronunciamento pela TV a todo o povo
brasileiro, Lula pediu “desculpas pelo escândalo”. Ora, Lula é um 'cappo
de la cosa nostra'. Os companheiros do partido e do governo no banco dos
réus e ele, só ele, de fora. Logo ele que deveria ser o grande réu, “o réu”.
Dirceu, Roberto Jeferson,
Genoino, Delúbio, Silvinho, Marcos Valério, Gushiken, João Paulo Cunha,
Valdemar Costa Neto, Professor Luizinho, a malta toda, como disse o Procurador
Geral da República, era uma “organização criminosa”, uma “quadrilha” chefiada
pelo Dirceu. Mas sob o comando do chefão, Lula, "il cappo de tutti i
cappi". Ninguém mais do que ele teria que estar sentado em lugar de
destaque no banco dos réus, no lugar do "chefão-réu”.
Acrescentou ainda que, desde
2003, todo ano relembra essa estória, na qual Lula começou dizendo que “não
sabia de nada”, depois passou a dizer que tinha sido "traído pelas costas”
e, finalmente, a lançou a tese oficial, dele e do PT, de que “o Mensalão foi
uma farsa”.
Encerrando o seu relato, Nery
diz que "Lula arranja ajudantes com a desfaçatez para agredir a Corte
Suprema. Um gaúcho baixotinho, que ninguém sabe quem era, de onde veio, e que
acabou virando presidente da Câmara dos Deputados, nesta semana, cuspiu no
Supremo: “O Mensalão é uma falácia”.
E arrematou o jornalista:
"Ele não sabe o que é falácia, mas cadeia ele sabe. Quando for visitar
Dirceu, Genoino, Valério, e seus companheiros asseclas, na cadeia, ele vai
aprender".
Título e Texto: Francisco
Vianna, (com base em matéria do blog do jornalista Sebastião Nery)
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