terça-feira, 22 de outubro de 2013

Os vícios

Jonathas Filho
Vício do latim "vitium", que significa "falha" ou "defeito"  é um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem. 

Sócrates afastando Alcebíades do vício, óleo sobre tela, Jules Le Chevrel, 1865
Discorrer  sobre vícios é muito difícil pois, é por demais abrangente.  Tudo hoje em dia pode viciar. O uso de drogas ílicitas é grande, mas dizer o quê sobre o vício de comer... principalmente doces e gorduras. Todo o vício envolve prazer e os prazeres são múltiplos. O prazer de se comer uma grande barra de chocolate é de fato considerado acima da normalidade pois são muitas calorias e gorduras para um só indivíduo. Imaginem uma caixa com 10 barras?! 

O álcool em demasia, das bebidas charmosas de hoje em dia, pode fazer com que muitas pessoas venham a aderir ao alcoolismo posteriormente. Muita gente começa bebendo socialmente e  descobre mais tarde que a bebida pode servir de “máscara” e de “suporte para se enfrentar”  ambientes ou situações antes inimagináveis.

Os jogos virtuais viciam crianças com muita pouca idade. Existem relatos de jovens e crianças, cujo entretenimento maior são os jogos de computador com as características de conquistas e guerras que tenham desafios virtuais que os levam a permanecer horas perante uma pequena tela, matando e morrendo, indiferentes ao mundo ao seu redor.

Até o trabalho vicia, e atualmente nos consultórios de psicólogos  são os workaholics um número bastante considerável. Retire deles a atividade do trabalho e eles terão a síndrome de abstinência em igual intensidade de um alcoólatra. A cada desafio vencido e a cada meta alcançada é recebido com mais satisfação do que um prêmio.

Há vícios de todos os matizes. Uns beiram à neurose, outros nem tanto. Existem vícios temporais como a contestação dos mais jovens sempre a perguntar o porquê disso ou daquilo e, mesmo após conhecedores desses “porquês”, continuam questionando. Na fase adulta, normalmente cessam tais indagações até porque as experiências da vivência, ensinam bem melhor.

O vício de mentir, só por mentir, pode não ser tão perigoso dependendo da mentira fabricada, porém, qualquer descoberta é no mínimo constrangedora para ambas as partes, principalmente para os enganados. Na maioria das vezes isso está embutido no caráter do indivíduo e se processa a cada relacionamento, seja casualmente ou permanentemente.

Geralmente, o próprio mentiroso contumaz acredita naquilo que está inventando ou afirmando. Dentre os mais compulsivos nesse vício estão os indivíduos da classe política, assumindo publicamente compromissos antes de eleições e não os cumprem quando eleitos.

Também durante  os mandatos realizam até mentiras contínuas em conjunto, quando  dizem que atenderão um problema de significado capital e posteriormente, repassam para subalternos que sabem que devem manter as coisas como estão, e a mentira produzida oportunamente aumenta, se esticando e ganhando tempo para na hora que considerarem como apropriada, mostrar a conclusão de “estudos” que indicam impossibilidades causadas pelos motivos X, Y e Z.

Determinadas circunstâncias caracterizam esse tipo de vício de mentir, pois segundo o comportamento de pessoas maquiavélicas, há um prazer inenarrável em se ver a esperança de “outros” se diluir... esmorecer, seja com o dilatamento exagerado de prazos ou com a explícita falta de empenho na realização do que ficou combinado. Muito pior quando há a conjugação de mentiras & reuniões onde alguns assessores muito interessados em aparecer e usufruir do cenário, apressam-se em fornecer idéias tais como: “Vamos informar aos interessados que estamos estudando tudo detalhadamente; O assunto está tendo desdobramentos e na semana que vem deverá estar concluído; O atraso é devido aos cálculos que são executados por especialistas que trabalham distantes do nosso ambiente de reunião”.

Em resumo, o vício de mentir políticamente está ligado diretamente ao   prazer de não “pagar” qualquer compromisso ou promessa.  Esse  “prazer” em qualquer situação, age de forma compensatória “cobrindo” o que está intimamente ligado a débitos futuros.
Título e Texto (e Grifos): Jonathas Filho, não  mente nem inventa, só apresenta, 22-10-2013

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