terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Os Estados Unidos adotam hoje a filosofia da vaca...

Estão defecando e andando para o resto do mundo.
Francisco Vianna (com base na análise publicada pela empresa americana de inteligência Stratfor)

Foto que ficou famosa do Presidente Obama e Staff, com membros do Pentágono, assistindo via satélite, em tempo real e a cores, em HD, a operação militar que supostamente matou Osama bin Laden no Paquistão.
Na semana passada, ocorreram diversos eventos que foram importantes para suas respectivas regiões e, potencialmente, para o mundo, tais como:
          Ø Autoridades do governo russo sugeriram transformar a Ucrânia numa ‘federação’, após semanas de manifestações renovadas em Kiev.
          Ø O governo da Venezuela foi confrontado com protestos violentos e mortais.
          Ø O Cazaquistão experimentou uma crise financeira que poderá desestabilizar as economias da Ásia Central.
          Ø Rússia e Egito fecharam um acordo significativo sobre armas.
          Ø Grupos conservadores, na Europa, continuaram a obter ganhos políticos a despeito do governo ''progressista'' da Casa Branca.

Qualquer um desses eventos teve o potencial de afetar os Estados Unidos e, de um modo geral, a maioria das grandes economias do mundo atual. Em momentos diferentes tais eventos costumavam prender a atenção dos americanos muito mais do que fazem hoje, pois, ao longo da semana que passou, os americanos pareciam indiferentes a tudo isso e muito mais atentos nas Olimpíadas de inverno em Sochi, na Rússia.

Tal fato pode ser parte de um ciclo que vem moldando o interesse americano com relação aos assuntos públicos. A decisão de elevar o teto da dívida, por exemplo, que no último ciclo prendeu a atenção do público, parece provocar agora um completo desdém desse mesmo público que parece estar pouco se lixando para o assunto.

Os Estados Unidos foram fundados como um lugar onde os negócios privados têm primazia e o objetivo de substituir os negócios públicos e o estado deve ser sempre do tamanho mínimo possível para administrar o país, pelo menos internamente. O serviço público é tido menos como uma profissão do que como um fardo a ser assumido e uma questão de dever, principalmente em nível comunitário, local. Daí a palavra "serviço".

Os americanos são educados e cultivam um sentimento de que devem se envolver menos com assuntos públicos do que com seus assuntos particulares e as pessoas de outros países ficam frequentemente chocadas com quão pouco os americanos, teoricamente, sabem sobre assuntos internacionais, até mesmo com relação à sua própria política externa.

O fato de muitos países europeus terem em maior ou menor grau o Estado no centro das suas atividades e a moldar sua vida privada, não impede que nos EUA, onde essa capacidade do estado é mínima e em muitas situações inexistente, isso simplesmente não ocorra.

O público americano, que muitas vezes é ativo em defender a não ingerência do estado nos assuntos privados, mesmo quando essa ingerência é a menor possível, se preocupa é com a normatização de assuntos públicos, como vimos com a reforma do sistema público de assistência médica e hospitalar de certa forma imposta pela atual administração (o OBAMACARE).

Quaisquer que sejam as determinações governamentais, elas contam com a pouca atenção dos americanos que preferem se manter focados em suas vidas privadas, em seus prazeres e sacrifícios para ganhar a vida. Como não poderia deixar de ser, há momentos em que eles são despertados não apenas para assuntos públicos, mas também para o que ocorre no cenário mundial. Esse despertar, no entanto, é profundamente afetado pela capacidade de eventos que eventualmente possam afetar suas próprias vidas, do que a de afetar os povos onde eles ocorrem.

Todavia, não há nada de particularmente americano nisso. As pessoas, em todos os lugares, se preocupam mais com as coisas que lhes dizem respeito, com sua vida particular, do que com as coisas que dizem respeito às posições adotadas oficialmente pelo governo de seus países.

As pessoas, na Europa ou no Oriente Médio, por exemplo, onde o estrangeiro está muitas vezes a uma ou duas horas de viagem de distância, costumam, obviamente, ser mais conscientes e preocupadas com as Relações Exteriores de seu país. Mas, ainda assim, essas preocupações vêm em segundo plano em relação às coisas que lhes dizem respeito individualmente.

Os israelenses ou os franceses estão cientes dos assuntos públicos e estrangeiros não porque eles são mais sofisticados do que os americanos, mas porque consideram o Estado mais importante em suas vidas, e os países estrangeiros estão muito mais próximos de suas casas do que ocorre com os americanos. Se, no entanto, forem perguntados sobre eventos distantes, acredito que se mostrarão tão desinteressados e desinformados como os americanos costumam ser.

A geografia dos Estados Unidos, obviamente, molda essa atitude mental e cívica do americano em relação ao resto do mundo. A península europeia está cheia de povos e nações-estados. Em questão de horas você pode estar num outro país, com língua, religião, etnia, e cultura diferentes e com um histórico recente de guerras contra o seu próprio país.

Os americanos, por sua vez, podem viajar milhares de quilômetros usando sua própria língua, experimentando a mesma cultura, e raramente uma memória de guerra em seu país virá perturbar seus contatos locais.

O noroeste da Europa está repleto de países. O nordeste dos Estados Unidos está cheio de estados de um mesmo país. Passando da Holanda para a Alemanha já há uma forte mudança linguística, cultural, e com memórias históricas de aproximações e animosidades atávicas.

Viajando de Connecticut para Nova Iorque não se percebe nada disso. O mesmo ocorre no Brasil, que, como os EUA, é dono de uma sólida cultura e de uma indiscutível identidade nacional e linguística raramente observadas em outros países.

Quando os europeus falam de seu conhecimento sobre assuntos internacionais, sua definição de internacionalidade é restrita a algo muito mais imediato e próximo de suas portas do que a dos americanos.

O interesse americano é cíclico e fortemente influenciado por uma eventual possibilidade de estar ou não afetado pelo que acontece no país e fracamente afetado pelo que acontece no exterior. Após o ‘11 de setembro de 2001’, o que aconteceu no mundo islâmico passou a importar muito. Mas, mesmo assim, essa importância tem passado por ciclos e hoje migrou para uma espécie de paranoia de segurança interna antiterrorista.

O grau com que os americanos se interessam pelo Afeganistão, por exemplo, mesmo que os seus soldados patrícios ainda estejam engajados em operações no país do Oriente Médio, é ainda assim limitada. O resultado da guerra é bastante claro, ou seja, o impacto sobre a América parece ser um tanto insignificante e as questões nela envolvidas soam de um modo distante.

Não que os americanos estejam desinteressados em assuntos externos, mas, sim, que seu interesse é, no frigir dos ovos, calibrado pela geopolítica e pela geoeconomia. As questões não deixam de importar para os americanos, mas essa importância só é considerável apenas quando a maioria dos problemas trazem consigo uma ameaça potencial real. O resultado será, no entanto incerto se tais problemas vierem sem um grau de clareza suficiente que construa no espírito das pessoas a sensação de uma ameaça imediata ao seu estilo de vida, e só então elas os entenderão e os tratarão com a devida urgência.

Há quem considere tal atitude dos americanos como errônea e até temerária no longo prazo, mas, no momento, tem sido esses os critérios adotados por eles em relação aos problemas externos.

O Afeganistão, antes visto e entendido como perigoso para os Estados Unidos, na verdade, pode não se adaptar a qualquer um desses critérios, mas os americanos acreditam naquilo que foram lá fazer, ou seja, na possibilidade de afastar um perigo potencial concreto que pairava sobre eles, ou seja o terrorismo fundamentalista islâmico, contra o qual concentram atualmente sua atenção e energia, tanto internamente como no país do Talibã.

Como o contexto é o que realmente importa, vimos que em tempos de escassez de petróleo, os acontecimentos na Venezuela poderiam muito bem atrair o interesse dos americanos ​​muito mais do os fatos ocorridos lá na semana passada.

Há poucas décadas, um governo de esquerda na Venezuela, e com um discurso extremamente ofensivo e irreal com relação aos EUA, poderia ter preocupado os americanos e até determinado uma intervenção para derrubar Chávez, como fizeram com Allende no Chile. Todavia, com os avanços na tecnologia, um novo contexto da produção de petróleo e gás natural nos Estados Unidos tem aumentado de tal forma que, em breve o país poderá ser um exportador da mercadoria e, nesse caso, um governo de esquerda na Venezuela passa a ser simplesmente mais um governo latino esquisito e autodestrutivo, e os americanos passam a achar que os acontecimentos da semana passada no país sul-americano não valem a pena a sua preocupação. Afinal, em muito breve, a compra de petróleo venezuelano não será mais algo indispensável e o futuro da Venezuela passa a ser um problema apenas venezuelano...

Não que os americanos estejam desligados do mundo, mas, sim, que o mundo parece não quere se desvincular deles. No cerne da questão está a geoeconomia e a geopolítica. Os norte-americanos, assim como os britânicos antes deles, usaram o termo "estrangeiro" para denotar relações exteriores, mas a realidade estadunidense é a de que a maioria das questões importantes, para além do Canadá e do México, tem oceanos que as separam, e oceanos são razoavelmente vistos como barreiras que tornam tais relações partes de uma instância distante...

Ora, mas os terroristas podem cruzar os oceanos, assim como as ogivas nucleares, e ambos bem que podem anular as barreiras geográficas que os oceanos representam. Mas a Al Qaeda não atingiu, e parecem ainda muito longe de atingir, uma capacidade nuclear plausível e de mobilização reconhecível, de tal forma que as coisas no exterior simplesmente parecem não importar muito para os estadunidenses.

Os americanos tinham uma mentalidade diferente, durante a Guerra Fria. Viam-se numa luta existencial para a sobrevivência em face das potências comunistas, pelo menos na área bélica, uma vez que na área econômica elas jamais representaram qualquer ameaça. Durante essa fase, houve por trás das cortinas – tanto as de ferro como as do Salão Oval da Casa Branca – uma batalha de âmbito global que durou décadas. Praticamente todos os países do mundo tinham uma embaixada dos EUA e da União Soviética, e que lutavam entre si pela hegemonia diplomática. Um evento no Brasil ou na Turquia envolvia os governos de ambos os países e, portanto, captava a atenção das pessoas em ambos os povos.

A ameaça de uma guerra nuclear era real, e pelo menos por duas ou três vezes ela esteve iminente. Por sua vez, as guerras convencionais, como a da Coreia e a do Vietnã eram questões pessoais de honra para os americanos. Na época, ensinava-se na escola primária a importância da luta contra o comunismo no Congo, por exemplo.

Finalmente, após o fim da Guerra Fria e as duas décadas subsequentes, a lição aprendida pelos EUA foi a de que o mundo importava – uma mentalidade que era tão habitual como reflexo de novas realidades. Se o mundo importava, então algo devia ser feito quando um perigo ao mundo surgisse. O resultado foi a ação secreta e ostensiva projetada para moldar os eventos para atender os interesses americanos, percebida e real.

A partir do final dos anos 80, os Estados Unidos enviaram tropas para o Panamá, Somália, Bósnia, Kosovo e Kuwait. O público americano estava envolvido em tudo isso por uma variedade de razões, algumas delas boas, outras ruins.
Qualquer que tenha sido o raciocínio utilizado na época, havia uma clara sensação de que se exigia que algo fosse feito. Após o 11/9, essa convicção de que “algo tinha que ser feito” – nem que fosse com o reles objetivo de ressarcimento dos danos sofridos – se transformou numa obsessão nacional. E, ao longo dos últimos 10 anos, a clareza dos americanos quanto a tal necessidade se tornou muito menor a ponto de obscurecer seu apetite por envolvimento em novas ações militares.

As intervenções secretas ou abertas durante a Guerra Fria e a guerra santa islâmica (jihad) contra o ocidente passaram a ser respostas padronizadas. Mais recentemente, as normas utilizadas para justificar qualquer tipo de intervenção se tornaram mais exigentes e duras para os formuladores de política externa.

A Síria, por exemplo, não foi um caso de indiferença americana, mas uma situação na qual não havia clareza suficiente que justificasse qualquer intervenção, ou seja, a existência de uma ameaça direta aos EUA associada a uma relação risco/benefício alta. Os Estados Unidos até pareceram estar prestes a intervir, mas, em seguida, recuaram exatamente por esses fatos citados.

O público americano parece ter percebido isso com nitidez e não hesitou em evitar outro entrevero no exterior, com um resultado que estava além da capacidade de moldar a situação pelos americano e seus aliados.

Agora, vemos o mesmo ocorrer na Ucrânia. Os EUA não admitem uma única potência, como a Rússia, a dominar de novo a Eurásia. Isso criaria um poder que voltaria a ameaçar os Estados Unidos. Houve momentos em que a crise ucraniana teria imediatamente despertado o interesse americano e isso ocorreu, de certa forma, no âmbito de alguns setores do governo dos EUA, particularmente no Departamento de Estado, mas o público americano em geral permaneceu indiferente à movimentação russa em relação ao seu vizinho.

Do ponto de vista geopolítico, o futuro da Ucrânia como o da Europa ou da Rússia ajuda a moldar o futuro da Eurásia. Mas, do ponto de vista do americano comum, tal futuro está muito longe e é suscetível de interferências (os americanos ouviram falar de muitas coisas que poderiam se tornar uma grande ameaça, com alguns dando atenção a elas, nas com a maioria simplesmente ignorando-as).

Dispostos a apostar que o futuro da Ucrânia não se cruzará com as suas vidas, chegaram à conclusão que a Ucrânia é mais importante para os europeus do que para eles, americanos, e que a capacidade dos Estados Unidos para, de fato, moldar os acontecimentos é limitada e até contraproducente, além de, de longe, estarem claras quais são as questões a serem consideradas a partir de um ponto de vista americano.

Isso é um tanto desconcertante segundo quem vive fora dos Estados Unidos. Quem vivenciou a ação dos Estados Unidos durante a Guerra Fria, os anos Clinton, e da era post-11/9, tinha a certeza de que os EUA estariam profundamente envolvidos em tudo e em praticamente em toda a parte do planeta. O mundo tinha se acostumado a isso.

Mas a invasão da Ucrânia pela Rússia com a anexação de uma pequena região do país ao território russo ante a impassibilidade de Washington, começou a mudar essa visão de mundo. Hoje, as autoridades americanas buscam definir padrões muito mais altos de envolvimento, embora não tão altos quanto os estabelecidos pelo americano comum.

A presença constante de americanos em quase todo o planeta molda o poder americano de atuar longe de seu país, isso tudo para evitar o surgimento de uma ameaça, seja comunista ou islâmica, uma vez que o país não tem qualquer tradição colonialista. A falta dessa tradição representa o maior fator de tranquilidade para os demais países e é a principal atração de aliança com os EUA.

Mesmo assim, tal onipresença está em declínio, por que custa muito caro e os americanos passaram a acreditar que é preciso contar com as capacidades regionais de desenvolver um estado de boa vontade com relação a América e não a de ficar enxergando inimigos onde muitas vezes eles não existem ou sejam apenas pontuais.

Alguns diplomatas estrangeiros insistem que os EUA estão enfraquecendo. Confundem como fraqueza a decisão de retirada por razões econômicas e pela indiferença. Não aceitam a ideia de que os Estados Unidos entraram num período em que realmente não se importam com o que acontece em seus países e que os problemas lá surgidos têm que ser solucionados por eles próprios.

Pode-se até dizer que há países que importam muito mais para Washington do que outros, mas, mesmo assim, parece claro que quem tem que cuidar dos seus problemas são seus próprios cidadãos e governos, e não a Casa Branca. Isso é um reflexo da visão corriqueira do americano comum, que não vê importância no que ocorre na maioria dos demais países.

Tais diplomatas vieram de um tempo em que a mentalidade era a de que tudo importava e que, diante de todos os problemas em seus países, os EUA tinham a obrigação de ser polícia do mundo e assumir uma posição. Para eles, a indiferença estadunidense é a coisa mais assustadora da época atual.
Esta foi a posição dos ‘isolacionistas’ americanos do início do século 20 ("Isolacionista” é reconhecidamente um péssimo termo, bem como a contrapartida "internacionalista", ambos atributos enganosos aos EUA). Esses ‘isolacionistas’ se opuseram ao envolvimento americano na Europa durante a Segunda Guerra Mundial por uma série de razões. Eles sentiam que o problema europeu era europeu e que a aliança anglo-francesa poderia lidar com a Alemanha. Não viam como a intervenção dos EUA traria energia suficiente para fazer uma diferença significativa a ponto de mudar a guerra. Estavam enganados, tudo porque achavam que o envio de um milhão de homens à França, na Primeira Guerra Mundial, não produziu um resultado satisfatório e permanente. Por outro lado, os ‘isolacionistas’ estavam dispostos a se envolver na Ásia, como se costuma intencionalmente esquecer, mas não na Europa.

O americano comum não é um ‘isolacionista’, mas é difícil para ele ver como uma intervenção norte-americana no início do conflito mundial teria mudado a forma da guerra europeia. A França não tinha entrado em colapso porque estava em desvantagem numérica ou em poder de fogo, mas porque foi hesitante e adotou estratégias erradas. Após o colapso da França, não ficou claro o quanto os Estados Unidos poderiam ter feito pela Grã-Bretanha a mais do que fizeram, ou os tipos de intervenção maciça que teriam sido necessários para mudar o curso inicial da guerra, impossíveis de sequer serem concebidos.

Os EUA levaram anos de mobilização e direcionamento total para a guerra, de tal forma que, na prática, não se esperava que França entrasse em colapso em seis semanas. Stalin, decerto, ficou surpreso...

O período ‘isolacionista’ foi seguido, é claro, pela guerra, e pela vontade dos Estados Unidos de "pagarem qualquer preço, de suportarem qualquer ônus, de vencerem toda a dificuldade, para apoiar qualquer amigo, para se opor a qualquer inimigo a fim de assegurar a sobrevivência e o sucesso da liberdade política e econômica dos indivíduos", nas palavras de John F. Kennedy.
Tal declaração, impactante e arrebatadora, do líder democrata americano, até muito recentemente, era emblemática da política externa dos EUA, desde 1941. A atual indiferença pública à política externa reflete a mudança. Mas a política externa emergente de Washington não é mais a política externa sistemática do período pré-Segunda Guerra Mundial. E isso é uma ‘posição fundamental’, que pode se adaptar a novas circunstâncias e, provavelmente, não ser alterada não apenas ao longo de décadas, mas também ao longo de meses ou anos e a qualquer momento.

No entanto, hoje, a indiferença do público para a política externa e até mesmo a eventos nacionais, é forte. A sensação de que a vida privada é mais importante do que a pública é intensa, e isso significa que os americanos estão preocupados com coisas que são consideradas frívolas por estrangeiros acadêmicos e outros que ganham a vida com as políticas públicas de seus países, ou seja, fazem parte da restrita burguesia improdutiva dos politburos de seus estados socialistóides.

O fato de os americanos, apesar de preocupados com algumas coisas, não estarem preparados para se preocupar com todas as coisas, muda, decerto, a promessa de Kennedy em sua grandiosidade e abrangência, embora não em sua essência. Os EUA não abrirão mão de alguns encargos, desde que sirvam aos seus interesses e não apenas aos interesses dos seus aliados.

Se tal sentimento é bom ou ruim é algo para ser discutido e, principalmente, comprovado na prática futura. Para os analistas, é simplesmente um fato a ser levado em conta e até ser considerado um luxo, ainda que temporário, garantido pela geografia americana.
Os americanos podem não estar interessados no resto do mundo da maneira como já estiveram antes, mas o que se vê é que o mundo está cada vez mais interessado nos americanos. Até que este luxo chegue ao fim, os Estados Unidos têm amplas assistências de seus secretários a dar a impressão de que se importam, às diversas nações.

Os Estados Unidos vão se ajustar a este período mais facilmente do que outros governos, que esperam que os Estados Unidos se comprometam em assumir qualquer ônus. Isso até pode vir no futuro, mas não agora. Mas a história do mundo tem sido marcada por alianças e comprometimentos não só com a América, mas com o resto do mundo.
Título e Texto: Francisco Vianna (com base na análise publicada pela empresa americana de inteligência Stratfor), 18-02-2014

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