Caroline Fourest
Seria melhor falar de “racismo
antijudeu”, já que a época está confusa. Logo que pronunciamos a palavra
“antissemitismo”, alguns enxergam nada mais do que dolorismo. Outros
apressam-se em acrescentar, aliviados, que também atinge os árabes, semitas
como os judeus... O espírito humano é assim. Quando ele não quer ver, ele
distorce as palavras para não dizer. A verdade, embaraçosa, é que o
antissemitismo que se acreditava extinto na Europa renasce das cinzas graças a
novas propagandas complotistas e
islamistas.
Este antissemitismo não é tão
novo assim. Ele esposa formas já experimentadas na Europa, como a inveja
social, com o sucesso genocida que todos sabemos. No século XX, a “Teoria do
Complô” circulava graças a livros como Os
Protocolos dos Sábios de Sião, antes de encontrar tomador: um movimento
totalitário nazista que soube explorá-lo.
No século XXI, o complotismo
propício ao antissemitismo circula à velocidade da luz na internet. Está longe,
o bom velho tempo do “Rumor de Orléans”. Na época, Edgar Morin sabia localizar
esta doença social capaz de transformar o menor fait-divers em complô orquestrado por lojistas judeus. Atualmente,
ele prefere assinar um livro com o seu amigo Tariq Ramadan, tão dotado em
instilar a desconfiança sobre o 11 de setembro de 2001, o atentado de Toulouse
ou o do Museu Judio de Bruxelas. Que naufrágio, e em plena tempestade.
Contrariamente à época bendita do “rumor de Orléans”, vivemos uma explosão de
atos antijudeus.
Na Inglaterra, atingiram um
nível recorde. Em França, são o dobro do que os atos antimuçulmanos, apesar dos
atentados cometidos em nome do Islão e não do judaísmo. O que está nos
acontecendo? Um fenômeno contemporâneo que transforma tudo. Depois do nazismo,
o antissemitismo encontrou um novo totalitarismo – o islamismo – que se
transformou da sua forma elementar racista à sua forma virulenta exterminadora.
Além de alimentar a rejeição e a discriminação como todos os racismos, arma
terroristas como Merah ou Coulibaly, vagabundos que torturam Ilan Halimi à
maneira de “Guantanamo”, um vizinho que defenestra Sarah Halimi depois de ter
olhado um site complotista, fanáticos que agridem um homem portando o kippa
gritando “Allah ouakbar”. Eis porque é muito grave. Não se trata simplesmente
de igualdade, nem de combater velhos preconceitos. Nós sofremos de uma doença
ideológica contagiosa, que toma os judeus como bodes expiatórios, trata as
mulheres como escravas, para atingir todo o mundo.
Elisabeth
Badinter tem razão em alertar: “Não deixem os judeus sozinhos em frente ao
antissemitismo.”
Nada seria pior do que mais um
recuo comunitário. Torna-se veneno a cada vez que um incomodado silêncio acolhe
uma nova agressão antissemita. É o que acontece quando um drama surge em plena
eleição, como o atentado de Toulouse ou a morte de Sarah Halimi. Por que este
silêncio, algumas vezes incomodado, outras vezes cúmplice?
Porque este novo
antissemitismo tem tudo de uma bomba de fragmentação. À força de colocar como
concorrentes as vítimas, mas também as memórias e os racismos. Com ele, as
vítimas habituais do racismo neocolonial são também os carrascos. Suficiente
para explodir a fratura entre as esquerdas “irreconciliáveis”, entre de um lado
os que pensam a partir da colonização e, do outro lado, aqueles que pensam a
partir do nazismo. Quando os judeus e os árabes são vítimas conjuntamente da
extrema-direita, tudo vai muito bem. Mas que os judeus sejam vítimas da
extrema-direita muçulmana, aí é a confusão. A esquerda pós-colonial não se
cansa de acusar aqueles que se inquietam do islamismo de serem racistas. A
esquerda antitotalitária chega a detestar esta forma de antirracismo imbecil,
que só serve para relativizar o integrismo, o antissemitismo, o sexismo e agora
o assédio sexual das ruas! Às vezes, ela esquece que o islamismo provoca também
o racismo antimuçulmano, e encontra aproveitadores políticos.
Da cegueira até à negação, os
fanáticos, como os racistas, se regozijam. Como escapar? Cessando de acreditar
que minimizar o fanatismo fará diminuir os racismos. Pelo contrário. É cortando
pela raiz o mal totalitário que se conseguirá fazer recuar todos os racismos.
Título e Texto: Caroline Fourest, Marianne, nº 1072, de 6 a 12 de outubro de
2017
Tradução: JP
Pois,
ResponderExcluirEm 2006 eu havia descrito no falecido ORKUT a diferença entre preconceito, discriminação e estigma.
Vou tentar novamente.
O que é preconceito? - É uma reação adversa ao desconhecido.
Se sabemos que uma pessoa é aidética, e rejeitamos a sua aproximação, sabendo que a doença não é adquirida pelo contato social, é DISCRIMINAÇÃO. Se tememos o contato por desconhecer as formas de contágio da doença, é PRECONCEITO.
ESTIGMA É O FLAGELO QUE SE CARREGA POR FATORES ALHEIOS OU POR NOSSA INTEIRA VONTADE.
Ser negro ou branco é alheio às nossas vontades.
Ser Homo, analfabeto, criminoso, traficante é por nossas vontades e ou necessidades.
O Brasil passou a ser a terra do preconceito imbecil.
Racismo não é preconceito.
Racismo é discriminatório, o agente discriminador é conhecido, os prós e contras são conhecidos, não há desconhecimento prévio.
O criminoso sabe e é consciente do crime que pratica.
Na realidade os pré conceitos são ignorâncias, total faltas de saber, do desconhecido.
Partindo dessas três premissas povo aculturado é preconceituoso.
Partindo dos princípios constitucionais, eu tenho o direito de não gostar, de pessoas, de cores, de raças, de atitudes morais, éticas e sexuais.
Nesse mesmo princípio, eu não tenho o direito de ofendê-las, nem discriminá-las.
Abusando de princípios constitucionais, nós estamos sendo obrigados a aceitar o que não gostamos, porém as minorias que se acham discriminadas, não nos aceitam ser diferentes.
Essa é uma seara perigosa, para um governo democrático intrometer-se.
Bastaria o cumprimento estrito da constituição, sem alardes, sem recursos midiáticos e explorações jornalísticas.
Nesse caminho apologético, caminhamos para ser punidos simplesmente pelo fato de não gostar, não aderir e não comungar dos anseios e necessidades dos outros.
Liberdade para ser respeitada nunca é a nossa, e sim respeitar a liberdade dos outros.
Eu não gosto de galinha, não como, não suporto o cheiro dela crua, cozida ou assada.
Galinha fede viva, morta, crua, assada, contamina a geladeira com um odor insuportável.
Não vou a churrascarias rodízio, porque são assadas no conjunto com as outras carnes.
Não peço casquinha de siri, porque a maioria dos restaurantes mistura a carne de siri com galinha.
O dia que me encontrarem com uma galinha viva debaixo do braço é porque salvei a vida dela.
Do jeito que esse governo age, qualquer dia vão me processar por preconceito contra as galinhas.
Do jeito que a inflação nos consome, vão obrigar-me a comê-las.
Se sobrarem os ovos me contento.
Afinal não existe preconceito contra arroz, feijão e ovo, saborosa comida do povo.
Os adeptos do candomblé que se cuidem, vão ser processados pelas galinhas brancas por racismo.
Agora contra JUDEUS é um racismo criado através da história, são longos milênios de perseguições. Difundidas no século XX pelo Stalinismo e hitlerismo.
Na África o racismo contra NEGROS é por etnia e religião.
Na Índia o racismo atinge 450 milhões de párias.
Esse racismo em outros locais é causado pela imigração.
Estamos a dividir nosso país em castas.
A casta dos funcionários públicos privilegiados e a do povo trabalhador assalariado.
NÓS TEMOS UM GOVERNO ANTISSEMITA.
FUI
Se tem anti-alemão, anti-português, anti-americano, anti-arabe, anti-rússo e anti para tudo, só não pode ter anti-semitismo! É isso que fez a ditadura holocau$tica dos racistas holocau$ticos depois de 1945, simplesmente imbecilizou o mundo com o anti-semitismo dos supremacistas holocau$ticos!
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