sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Análise: em noite de erros e atuações ruins, cansaço pesa, e Vasco sai em desvantagem na Copa do Brasil

Ao contrário do último domingo, time de Ramon fica preso na marcação do Botafogo e falta fôlego para buscar soluções. Rivais voltam a duelar na quarta, em São Januário 

Marcelo Baltar 

O jogo foi novamente no Engenhão, contra o mesmo adversário, mas o Vasco que entrou em campo nesta quinta, contra o Botafogo, pela Copa do Brasil, em nada lembrou a equipe que venceu o clássico no último domingo. Cansado, pagou caro pela maratona que vem encarando nas últimas semanas, parou em um adversário organizado, teve falhas individuais e perdeu por 1 a 0. 

Foi um clássico equilibrado, o Vasco teve (poucas) oportunidades de sair na frente, mas sucumbiu no segundo tempo diante de um adversário que teve mais fôlego para buscar a vitória.

Não há motivo para desespero, é possível reverter o resultado na próxima quarta em São Januário. No entanto, mais do que a derrota, a atuação liga o alerta. Jogadores importantes dão sinais de desgaste, assim como o time como um todo. Seria o momento de poupar no domingo, contra o Coritiba, no Paraná, pelo Brasileiro? Ramon vai avaliar a ideia. 

- O pensamento agora é de recuperar os atletas. A gente sabe da maratona, eu sinto ali do lado de fora é que a substituição tem de ser feita. Até para preservar e não perder o atleta. Foi o caso hoje do Cano e do Fellipe Bastos. O Benítez também sentiu cansaço no final do jogo, como todos. Vamos pensar no Coritiba, na melhor formação, nos atletas que estiverem mais inteiros. Eu gosto de falar com os atletas, ouvir eles. Não gosto muito de poupar, mas vamos ver e dar atenção maior para a recuperação desses atletas – disse o treinador. 

Benítez foi o único a se destacar no setor ofensivo do Vasco. Foto: André Durão

Não se pode, no entanto, colocar toda culpa no cansaço. Alguns jogadores tiveram atuações individuais muito ruins. Talles Magno errou quase tudo. Ygor Catatau foi tímido em nova oportunidade como titular. Os volantes erraram passes em excesso. 

Outra rotação
Quem esperava um jogo parecido com o clássico passado se decepcionou. O primeiro tempo foi exatamente o contrário: sem espaços, sem oportunidades e sem gols. 

O Vasco, que entrou com Catatau e Talles abertos nas pontas, encontrou dificuldades com um Botafogo bem fechado. Além dos três zagueiros, os alas Kevin e Victor Luis fecharam bem os avanços dos vascaínos, que não encontraram espaços pelos lados. 

A válvula de escape, mais uma vez, foi Benítez. Dos pés do argentino saíram as melhores jogadas do Vasco. Em uma delas, ele achou Cano livre de cara para Gatito, mas o goleiro levou a melhor no duelo.

Faltou fôlego 

Talles foi muito mal e ficou devendo contra o Botafogo. Foto: André Durão

Apesar da atuação apagada, Ramon manteve a formação e insistiu na escalação inicial. É verdade que, com tantos desfalques, não eram muitas as opções no banco.

Se o primeiro tempo foi equilibrado, na volta do intervalo o Botafogo foi superior. Apesar de um belo chute de Marcos Junior na trave, o time de Autuori era mais perigoso. 

Ramon tentou dar fôlego ao time com as entradas de Ribamar e Bruno Gomes nos lugares de Cano e Fellipe Bastos, cansados. Logo depois das mudanças, porém, o Botafogo saiu na frente com Babi, em lance de falhas individuais de Marcos Junior e Fernando Miguel, além do posicionamento da zaga. 

Atrás no placar e sem gás, o Vasco não teve forças para buscar o empate. As entradas de Bruno César e Gabriel Pec soaram quase como desespero. Fernando Miguel, que falhou no gol, se recuperou no fim com defesa em chute de Kalou e evitou uma derrota pior. 

Título e Texto: Marcelo Baltar, Globo Esporte, 18-9-2020, 5h01

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