quarta-feira, 3 de julho de 2024

Perigo em França e no Reino Unido

Telmo Azevedo Fernandes

Amanhã, quinta-feira, decorrem eleições gerais no Reino Unido e no próximo domingo o mesmo acontece em França.

Em Inglaterra ninguém acredita que o Partido Trabalhista deixe de vencer as eleições, e por grande margem. O partido trabalhista é uma espécie de equivalente do Partido Socialista em Portugal e depois de muitos anos arredados do poder, tudo indica que obterão uma claríssima maioria eleitoral.

O partido Conservador que tem governado o país irá perder as eleições por culpa própria. A causa mais imediata do seu desaire e que muitos querem esquecer ou escamotear foram as políticas públicas adoptadas a pretexto da covid19 que espatifaram a economia, criaram e agigantaram profundos problemas sociais, e deixaram as finanças públicas em pantanas. Infelizmente o quadro político é ainda mais funesto porque o partido Conservador deixou há muito tempo de ser um verdadeiro partido de Direita e tem adoptado políticas públicas estatistas e intervencionistas e narrativas progressistas e de cedência ao politicamente correto. Ou seja, no fundo é hoje uma agremiação de socialistas. O drama está em que se Rishi Sunak é cor-de-rosa, o mais que provável próximo primeiro-ministro – Keir Starmer – tem carregadas tonalidades vermelhas e uma vontade indisfarçável de aumentar e criar impostos.

Já em França toda a gente fala e comenta a possibilidade e, dizem, o perigo de uma vitória da extrema-direita. Aparentemente todas as pessoas que se auto-atribuem valores de boa formação cívica e moral combatem com todas as suas forças e estão dispostas a tudo para não deixar o partido de Marine Le Pen chegar ao poder.

Mas o problema para a França não está em Le Pen. O seu partido está hoje integrado no sistema e institucionalizado. Tem um programa económico fortemente estatista e, caso não defendesse políticas restritivas em relação à imigração, poderia aliás ser tido como socialista.

O verdadeiro risco para a Europa e o dramático para a França seria a nova frente de Esquerda ganhar as eleições. Trata-se de uma surreal miscelânea de marxistas, antissemitas, simpatizantes de grupos terroristas como o Hamas, contemporizadores com o expansionismo de Putin, anticapitalistas delirantes que propõem um programa económico capaz de levar a França à falência num curto espaço de tempo e gente que lida muito mal com a liberdade, desejosa de impor à maioria dilacerantes doutrinas progressistas reivindicadas por minorias alienadas e desumanas.

Depois da viragem à direita nas recentes eleições para o Parlamento Europeu, a Europa poderá acabar por se deparar com governos em Inglaterra e França saudosistas da distopia soviética.

Em tempos conturbados como estes, lembro que Democracia não é sinónimo de Liberdade.

A minha crónica-vídeo, aqui:

Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 3-7-2024

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