sábado, 11 de setembro de 2010

Dilma Rousseff, personagem central da tumultuada venda da Varig


Erenice é Dilma 1 - O Caso da Venda da Varig. Ou: os US$ 24 milhões que viraram US$ 320 milhões

Ilustração: Ique
Erenice Guerra não tem existência autônoma. Substituta de Dilma Rousseff na Casa Civil, ela sempre fez o que a “chefa” mandou. Assim, a suposição de que pudesse comandar um esquema independente, ignorado pelos petistas — e pela “chefa” — chega a ser ridícula. E o que o prova? A sua biografia. Não é o primeiro rolo em que se mete essa patriota. Erenice e Dilma foram personagens centrais da tumultuada venda da Varig, operação de que participou Roberto Teixeira, o já lendário e onipresente “compadre” de Luiz Inácio Lula da Silva. Denise Abreu, ex-diretora da Anac, botou a boca no trombone e contou como se deu a operação nos bastidores. Detalhe: um dos compradores da Varig confirmou o relato de Denise — que, acreditem, chegou a ser ameaçada por um “dossiê”. Segue uma síntese do caso em reportagem publicada pelo Estadão no dia 4 de junho de 2008, com links para outras reportagens caso vocês queiram se aprofundar no caso.
Uma briga entre sócios da empresa de transporte aéreo de cargas VarigLog está trazendo à tona informações que circulavam apenas no submundo dos negócios, relacionadas à venda da Varig, em 2006 e 2007. O fundo de investimentos americano Matlin Patterson e os sócios brasileiros Marco Antônio Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo disputam na Justiça o comando da VarigLog. No bate-boca entre os sócios, surgiram histórias de tráfico de influência, abuso de poder pelo primeiro escalão do governo, acusações de suborno e a elaboração de um dossiê falso. As denúncias envolvem o Palácio do Planalto e o advogado Roberto Teixeira.



Para falar sobre esse tumultuado período da aviação brasileira, a reportagem procurou a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu. Ela deixou o cargo em agosto de 2007, sob pesadas críticas e acusações durante a CPI do Apagão Aéreo. Chegou a ser responsabilizada pelo caos aéreo e pelo acidente da TAM. Também foi acusada de fazer lobby para a TAM. Embora não fosse presidente da agência, por seu estilo agressivo, era considerada a diretora mais forte.
(…)
Denise conta que foi pressionada pela ministra Dilma Rousseff e pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, a tomar decisões favoráveis à venda da VarigLog e da Varig ao fundo americano Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros. Como a lei brasileira proíbe estrangeiros de ter mais de 20% do capital das companhias aéreas, a diretora queria documentos comprovando a origem de capital e a declaração de renda dos sócios brasileiros para verificar se tinham recursos para a compra. “A ministra não queria que eu exigisse os documentos. Dizia que era da alçada do Banco Central e da Receita e falou que era muito difícil fazer qualquer tipo de análise tentando estudar o Imposto de Renda porque era muito comum as pessoas sonegarem no Brasil.”
Crédito: Toinho de Passira
Quem representava os compradores da VarigLog e da Varig era o escritório do advogado Roberto Teixeira, amigo do presidente Lula. Na Anac, a filha e o genro de Teixeira, os advogados Valeska Teixeira e Cristiano Martins, circulavam livremente, conta Denise. Ela descreve a atuação de Valeska como truculenta. “Ela liga direto da reunião para o pai. Sabe pressão psicológica? Ao fim da reunião, ela diz: agora temos de ir embora porque papai já está no gabinete do presidente Lula.”
Outro personagem importante desse período da aviação brasileira, o empresário Marco Antônio Audi, sócio da VarigLog, também falou sobre o episódio. Hoje afastado da gestão da VarigLog pela Justiça de São Paulo - que acusa ele e dois sócios de serem “laranjas” do fundo americano -, Audi diz que só foi possível aprovar a compra da VarigLog pela influência de Teixeira no governo e na Anac. “Paguei US$ 5 milhões ao Roberto Teixeira para cuidar do caso”, diz Audi.
Com a aprovação da compra da VarigLog pelo fundo Matlin e seus sócios brasileiros, eles puderam levar a Varig, em leilão, por US$ 24 milhões. Meses mais tarde, a empresa foi revendida à Gol, por US$ 320 milhões.
Hoje, Teixeira advoga para o maior inimigo de Audi, Lap Chan, representante do Matlin Patterson. “Tenho medo do Roberto Teixeira.”, diz Audi.
- Íntegra deste reportagem do Estadão
 aqui e aqui;
- Íntegra da entrevista em que Denise Abreu acusa Erenice e Dilma
 aqui
;
- Íntegra em que um dos sócios da Varig diz ter pagado US$ 5 milhões ao compadre de Lula
 aqui
Por Reinaldo Azevedo

4 comentários:

  1. Eu, Consuelo Maria,ex-funcionaria e aposentada Aerus toda vez que leio esses artigos, choro copiosamente. Porque nós relex ex-funcionarios e aposentados Aerus, ficamos "A VER NAVIOS", até "JUSTIÇA" ser feita se é que vai ser feita.

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  2. Consuelo, revolta, sim!
    Eu ainda não esqueci!
    Eu AINDA NÃO esqueci o que me tiraram!

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  3. De Roberto Felippello:
    Por um tempo tivemos no blog do Dr. Maia uma espécie de "muletas" a nos dar informações e soluções para o problema do Aerus.
    Atualmente o que temos é um blog que parece mais pertencer a Sra. Petra que, usa o blog para comentários e babozeiras que nada tem a ver com os tópicos sugeridos, enchendo o blog com poemas, canções textos e etc... além de que, o próprio Dr. Mais esta mais preocupado com as eleições e com o PT do que com os nossos problemas. É triste ser deletado sistematicamente quando cobramos ou somos contrários a sua opinião, esquecendo ele que estamos em uma democracia. Como exemplo, tomemos o blog do Senador Alvaro Dias, onde não havendo ofensas ou grosserias, todas as opiniões são publicadas e os participantes se limitam ao tópico sugerido, sem mensagens, que na maioria não nos interessa e que normalmente são passadas por e-mail.

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  4. A minha parte eu fiz, obedecendo a minha parte "babaca" que ainda me empurra para recolher as fezes do meu cão durante os passeios diários: paguei direitinho ao Aerus. Hoje, aposentado, e com um monte de promissórias na gaveta, emitidas pela Varig graças ao nosso (leia-se milhares) acordo de aposentadoria incentivada cujos resgates pararam de ser pagos também. Ou seja, fui logrado. Pela Empresa e pelo país que acobertou as falcatruas do Aerus em vez de fiscaliza-lo. Lula e seus asseclas me dao nojo.

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