Luciano Henrique
É um fato que moralmente o
governo petista não tem mais nada a dizer. Melhor seria se Dilma ficasse
calada. O único pronunciamento que o governo pode fazer no momento é “nada a
declarar”. Mesmo assim, a presidente se aventurou em um pronunciamento bizarro.
Foram quase 20 minutos de
nulidades, enrolações e mentiras vergonhosas que vez por outra levavam o
espectador ao clima da campanha eleitoral, repleta de falsidades e distorções
em estilo Goebbels. Evidentemente, este é um pronunciamento com a marca João
Santana. O detalhe é que ela não está em período eleitoral, mas durante um
governo decadente e desmoralizado.
A lenga-lenga chegou a incluir
a declaração de que “os fundamentos” (seja lá que diabos ela queira dizer com
isso) continuam sólidos, “muito diferente daquelas crises do passado que
quebravam e paralisavam o país”.
Acho que teremos racionamento
de óleo de peroba, pois foi exatamente o governo Dilma que em dezembro de 2014
teve que aprovar a vergonhosa Lei do Calote, para criar a peça bizarra de superávit
negativo. Tudo para que ela não fosse punida por crime de responsabilidade,
gastando muito mais do que podia. Ou seja, ela quebrou o país.
Segundo ela, tudo está sendo
feito para “proteger as economias” do povo. Mas o detalhe é que o governo dela
deliberadamente quebrou o país e está levando a uma inflação de quase 8% nos
últimos 12 meses acumulados.
Sem se corar, acredite se
quiser, ela disse: “estamos na segunda etapa do combate à mais grave crise
internacional desde a grande depressão de 1929″.
Mentira. O dólar está alto por
que o Brasil está quebrado, e os Estados Unidos estão indo muito bem, obrigado. Conforme o Globo, nos Estados Unidos o “desemprego em
fevereiro caiu de 5,7% para 5,5% nos Estados Unidos, menor taxa desde 2008.
Foram criados no mês quase 300 mil empregos”. Quer dizer: ela não pára de
mentir. Parece doença.
Não existe isso de “crise
mundial” que justifique tamanho afundamento de nossa economia. Na América
Latina, só estamos melhor que Argentina e Venezuela. Mas isso não significa
absolutamente nada em termos de mérito.
Outro momento tragicômico foi
este: “Entre muitos efeitos graves, esta seca tem trazido aumentos temporários
no custo da energia e de alguns alimentos.”
Mas não foi essa coisa que
atende por nome de Dilma que disse durante a campanha que o problema da seca
era irrelevante, apenas para imputar a Geraldo Alckmin a crise da água em São
Paulo? Eles vão mudando o discurso não pela observação da realidade, mas por
conveniência.
Certo momento, ela disse:
“Você tem todo direito de se irritar e de se preocupar”. Se o povo começar a
perceber a quantidade de mentiras só neste pronunciamento, ela nem viu ainda o
que é irritação de verdade.
Aliás, se ela diz que a
“situação é passageira”, ela está mentindo, pois os argentinos e venezuelanos
estão sentindo os efeitos da política bolivariana de saqueamento estatal há
anos. A coisa piora a cada dia. A única forma de melhorar é trocando o governo.
Caso contrário, é assistir a desgraça.
Outra mentira: “enquanto nos
outros países havia demissões em massa, nós aqui preservamos e aumentamos o
emprego e o salário”. Só que a taxa de desemprego está aumentando, o salário
está perdendo cada vez mais seu poder de compra (diante da inflação descontrolada)
e, pior, os direitos trabalhistas foram afetados, ao contrário do que Dilma
havia dito em campanha.
Daí ela tem que apelar ao
raciocínio místico: “Se conseguimos essas vitórias antes, temos tudo para
conseguir novas vitórias outra vez”. A diferença é que antes havia o boom das
commodities. Isso acabou. Agora para arrumar o Brasil ela vai ter que começar a
trabalhar. Coisa que ninguém no governo dela sabe sequer o que significa.
Vamos ao resumo da baixaria
desta coisa:
Primeiro: o esforço fiscal não
é um fim em si mesmo. É apenas a travessia para um tempo melhor, que vai chegar
rápido e de forma ainda mais duradoura.
O golpe fiscal é uma forma de
jogar para o povo as responsabilidades de Dilma e do PT. Não foi o povo que
praticou crime de responsabilidade e causou o saqueamento do estado. Foi o PT.
Segundo: não vamos trair
nossos compromissos com os trabalhadores e com a classe média, nem deixar que
desapareçam suas conquistas e seus direitos.
Acho que Dilma não tem mais
moral em falar em “compromissos com os trabalhadores” e sequer em “conquistas e
direitos”, e até mesmo partidos de extrema-esquerda, aliados do PT, já estão
reclamando disso.
Terceiro: não estamos tomando
estas medidas para voltarmos a ser iguais ao que já fomos. Mas, sim, para
sermos muito melhores.
Calma lá. Que história é essa
de “estamos tomando estas medidas”? Quem disse que o Congresso aprovou? Alias,
depois do golpe jurídico livrando petistas da Lava Jato, não me parece que o
governo deva contar com o ovo lá naquele lugar.
Quarto: durante o tempo que
elas durarem, o país não vai parar. Ao contrário, vamos continuar trabalhando,
produzindo, investindo e melhorando.
Nada disso, Dilma. E você que
tem que começar a trabalhar. Começando por deixar de lado o golpe fiscal, e
reduzindo os cargos comissionados (hoje em 30.000) a no máximo 3.000 cargos.
Eliminar a Lei Rouanet também já seria de muito bom-tom. Acabar com a Bolsa
Empresário para os amigos do rei também. Cortar a publicidade institucional do
governo, levando-a a zero. Reduzir o número de ministérios pela metade. Enfim,
há muitos cortes a serem feitos antes de um golpe fiscal.
Está nas mãos do Congresso
barrar este golpe que Dilma tentou, de forma patética, defender em rede
racional…
Para concluir, mais uma
mentira:
Vou sancionar, amanhã, a Lei
do Feminicídio que transforma em crime hediondo, o assassinato de mulheres
decorrente de violência doméstica ou de discriminação de gênero.
Ela só escondeu a informação
de que não há dedo de Dilma nessa Lei do Feminicídio, que veio do Senado.
Será que foi de bom-tom ela
entrar em um pronunciamento mentindo como se estivesse em sua macabra campanha
eleitoral, roubando méritos dos outros, escondendo informações, fantasiando a
realidade da economia mundial e levando estelionato eleitoral às últimas
consequências?
É claro que ela deu um tiro no
próprio pé e ajudou a solidificar ainda mais a hipótese de impeachment.
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