Rui A.
O Partido Socialista endereçou 9 perguntas a Pedro Passos Coelho sobre os seus deveres fiscais.
Estas questões foram obviamente suscitadas por dúvidas recentemente surgidas na
comunicação social a propósito de eventuais incumprimentos tributários do
actual primeiro-ministro, que ele parece já ter entretanto regularizado.
Até aqui nada de mais. É
competência, e até obrigação, dos partidos com assento parlamentar questionar
os responsáveis políticos sobre a forma como eles se relacionam com a lei,
sobretudo quando se tratam de leis que eles, enquanto governantes, obrigam os
seus concidadãos a cumprir sob ameaça de graves e pesadas penas e sanções. A
isto chama-se «princípio da igualdade», que o Estado de direito zela para que
seja aplicado horizontalmente a todos os cidadãos.
O que chateia neste zelo do
Partido Socialista é que este é o mesmo partido que tem um muito recente líder
e ex-primeiro-ministro preso por suspeitas de corrupção, sem que, ao que se
saiba, tenha tomado qualquer diligência para apurar se esse seu antigo governante
cometeu ou não os actos pelos quais se encontra detido. Pelo contrário, foi
quase todo em romaria à prisão de Évora jurar pela inocência do seu antigo
líder. E, já agora, até para evitar vergonhas futuras, o PS deveria apurar se
alguns dos colaboradores mais próximos de Sócrates foram cúmplices nesses
actos, caso eles tenham ocorrido. Para isso, à semelhança das perguntas
enviadas a Passos, o PS podia ter remetido outras tantas a José Sócrates e a
alguns dos seus antigos colegas de governo. Tudo a bem da verdade e da
transparência do exercício dos cargos públicos, no que seguramente o PS e os
seus dirigentes se encontram empenhadíssimos.
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