segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Mulher de bombista do Bataclan: “Estou tão orgulhosa do meu marido, ó se estou!”

E-mails enviados pela mulher de um dos bombistas do Bataclan foram divulgados. Além do orgulho no marido, a jovem de 18 anos está feliz por viver numa casa "mobilada com cozinha equipada" no Iraque.

Morreram 130 pessoas nos atentados de Paris, a 13 de novembro. A maioria, um total de 89, estava num concerto no Bataclan. Foto: Lionel Bonaventure/AFP/Getty Images
João de Almeida Dias

O diário Le Parisien divulgou na sua edição de segunda-feira uma série de e-mails escritos pela mulher de Samy Amimour, um dos três bombistas-suicidas que atacaram a sala de espetáculos parisiense Bataclan a 13 de novembro. Kahina, uma francesa de 18 anos, está agora a viver numa zona do Iraque controlada pelo auto-proclamado Estado Islâmico.

“Estou orgulhosa do meu marido e gabo-lhe tanto o seu mérito, ó se gabo!”, lê-se num dos e-mails enviados a uma pessoa conhecida, que presumivelmente ainda vive em França. Noutra mensagem, Kahina volta a tocar no tema dos atentados de 13 de novembro: “Eu encorajei o meu marido a aterrorizar o povo francês, que tem tanto sangue nas mãos”. E deixou uma ameaça geral: “Enquanto vocês continuarem a ofender o Islão e os muçulmanos, serão vítimas potenciais, não só os polícias e os judeus mas o mundo inteiro”.

Os e-mails foram revelados a propósito da investigação em torno dos autores dos atentados. As mensagens “contêm todos os códigos da propaganda do Estado Islâmico”, escreve o Le Parisien.

Segundo a edição francesa do Huffington Post, Kahina casou-se numa cerimónia religiosa com Samy Aminour, depois de o casal se ter conhecido em Seine-Sanint-Denis. Kahina ainda era menor na altura em que contraiu o matrimónio — e foi também antes de atingir a maioridade que decidiu fugir para a Síria para se juntar ao seu marido.

Atualmente, tem casa no Iraque, numa apartamento onde, de acordo com a suas mensagens, tem uma vida confortável: “Tenho um apartamento todo mobilado, com cozinha equipada, duas casas de banho e três quartos. E não pago nem renda, nem eletricidade, nem água. Que bela vida!”
Título e Texto: João de Almeida Dias, Observador, 28-12-2015

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