sexta-feira, 4 de março de 2016

Festa de Aniversário do PT – Teatro de falsos ídolos...


Valdemar Habitzreuter
Os ídolos nos influenciam em nossas tomadas de decisões na vida. Certos ou errados, na maioria das vezes, damos lhes ouvido porque aquilo que suscitam vem ao encontro do que desejamos e gostamos de ouvir, e pela comodidade de não precisar nos esforçar, através das experiências próprias e observações racionalmente fundadas e acuradas, para pautar nossas convicções e ações. É mais fácil segui-los do que regular-nos por nossas próprias convicções; e, assim, não os contestamos.

Temos muitos ídolos falsos e podemos nos deixar levar por eles e arcar uma vida insossa e frustrante por falta de reação às investidas de tais ídolos que nos sinalizam uma vida fácil dominando nossos sentimentos e vontade; estão aí dirigindo nossas vidas sem dar-nos conta da falsidade de suas idiossincrasias.

Houve um filósofo, considerado o pai da ciência moderna, Francis Bacon (1561-1626), que não se esquivou em criticar, em sua época, o método da ciência que até então se praticava; para ele, a ciência não se prezava como autêntica, pois era eivada de falsos ídolos; não se pode fazer verdadeira ciência se ela estiver apoiada em ídolos que podem prejudicar a averiguação da verdade científica; teve a ousadia de contrapor-se a autoridades de peso como Platão, Aristóteles e de toda Escolástica (Tomás de Aquino) que se apoiavam no método dedutivo de se chegar à verdade adotando uma causa final para todas as explicações; isto é, dedicando-se a especulações (speculum – espelho), espelhando-se numa autoridade invisível como provedor da verdade.

Seu método científico, para se chegar à verdade científica, seria justamente o oposto da dedução a partir de um postulado inexplicável; preferiu o método indutivo que nos induz à verdade através da experiência e observação do que ocorre ‘in concreto’ sem mistura de especulações metafísicas. Para tanto, concentrou-se em espantar os ídolos que dominavam a verdadeira ciência.

Parece que os ídolas (ídolos) de Bacon ainda estão vigentes na era moderna, principalmente os de teatro (theatri) – propostas ideológicas falsas de autoridades que se dizem arautos de verdades incontestáveis. Aqui no Brasil, em política, é só verificar a ideologia petista que arrasta milhões de pessoas que acreditam nas bravatas teatrais de seus líderes que têm discursos que os ouvintes querem ouvir, sem se dar ao trabalho de raciocinar sobre as supostas verdades apregoadas; não lhes passa pela cabeça que possam ser falsidades. São zumbis irracionais, facilmente manipuláveis pelos ídolos do teatro político petista. Não foi nesse sentido que se pautou a Festa de aniversário do PT?
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 28-2-2016

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