Valdemar Habitzreuter
Os ídolos nos influenciam em
nossas tomadas de decisões na vida. Certos ou errados, na maioria das vezes,
damos lhes ouvido porque aquilo que suscitam vem ao encontro do que desejamos e
gostamos de ouvir, e pela comodidade de não precisar nos esforçar, através das
experiências próprias e observações racionalmente fundadas e acuradas, para
pautar nossas convicções e ações. É mais fácil segui-los do que regular-nos por
nossas próprias convicções; e, assim, não os contestamos.
Temos muitos ídolos falsos e
podemos nos deixar levar por eles e arcar uma vida insossa e frustrante por
falta de reação às investidas de tais ídolos que nos sinalizam uma vida fácil
dominando nossos sentimentos e vontade; estão aí dirigindo nossas vidas sem
dar-nos conta da falsidade de suas idiossincrasias.
Houve um filósofo, considerado
o pai da ciência moderna, Francis Bacon (1561-1626), que não se esquivou em
criticar, em sua época, o método da ciência que até então se praticava; para
ele, a ciência não se prezava como autêntica, pois era eivada de falsos ídolos;
não se pode fazer verdadeira ciência se ela estiver apoiada em ídolos que podem
prejudicar a averiguação da verdade científica; teve a ousadia de contrapor-se
a autoridades de peso como Platão, Aristóteles e de toda Escolástica (Tomás de
Aquino) que se apoiavam no método dedutivo de se chegar à verdade adotando uma
causa final para todas as explicações; isto é, dedicando-se a especulações
(speculum – espelho), espelhando-se numa autoridade invisível como provedor da
verdade.
Seu método científico, para se
chegar à verdade científica, seria justamente o oposto da dedução a partir de
um postulado inexplicável; preferiu o método indutivo que nos induz à verdade
através da experiência e observação do que ocorre ‘in concreto’ sem mistura de
especulações metafísicas. Para tanto, concentrou-se em espantar os ídolos que
dominavam a verdadeira ciência.
Parece que os ídolas (ídolos)
de Bacon ainda estão vigentes na era moderna, principalmente os de teatro
(theatri) – propostas ideológicas falsas de autoridades que se dizem arautos de
verdades incontestáveis. Aqui no Brasil, em política, é só verificar a
ideologia petista que arrasta milhões de pessoas que acreditam nas bravatas
teatrais de seus líderes que têm discursos que os ouvintes querem ouvir, sem se
dar ao trabalho de raciocinar sobre as supostas verdades apregoadas; não lhes
passa pela cabeça que possam ser falsidades. São zumbis irracionais, facilmente
manipuláveis pelos ídolos do teatro político petista. Não foi nesse sentido que
se pautou a Festa de aniversário do PT?
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 28-2-2016
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