Aparecido Raimundo de Souza
UM DOS MUITOS assuntos sérios na vida
é, sem dúvida alguma, a escolha da pessoa com quem se vai casar. Tendo em vista
que o matrimônio implica envolvimento total de duas vidas distintas, cada um
com seus defeitos, qualidades e manias, tal passo, sem dúvida alguma é de
decisiva importância, tanto para o homem quanto para a mulher.
Espera-se, ainda, que essa vivência (ou
convivência) embaixo do mesmo teto, entre quatro paredes e um cachorro, ou um
gato, no meio para atrapalhar, não seja apenas para determinado tempo,
entretanto, que só venha a ser interrompida com a morte de um dos
participantes.
Cresce, pois, ainda mais, tal
preocupação, quando se sabe que o relacionamento dos cônjuges influi
decisivamente no futuro dos filhos e, em face disso, de gerações futuras.
O jornal “O Estado de São Paulo”, em
sua edição de 14 de agosto de 2016, publicou uma pesquisa sobre as preferências
e os favoritismos das pessoas na escolha certa e precisa (ou quase) para um
casamento longo e duradouro.
A constatação foi que, em geral, não há
diferença entre homens e mulheres nesse aspecto. As qualidades aclamadas ou
buscadas são referentes aos dotes naturais de inteligência, beleza, charme, bom
gosto, tipos de músicas, filmes, programas de televisão, modo como certas
criaturas, principalmente os homens abordam uma mulher na rua, no bar, no
restaurante, ou shoppings.
Via paralela, o tipo, a maneira como
eles se preparam e “atacam” para dar uma cantada, sem que essa xavecada seja,
ou venha, de alguma forma parecer trivial, insossa, medíocre ou corriqueira.
Claro que nessa diligência não foram
desprezadas também as condições econômicas, bom preparo para a vida, disposição
para o trabalho, caráter, estabilidade financeira entre outros tantos quesitos
importantes.
Pois bem, senhoras e senhores. O
repórter fez perguntas sobre as qualidades negativas mais rejeitadas para um
relacionamento ou convívio, a dois. Dispôs indagações consideradas sérias para
quem pretende se aventurar de corpo e alma nos difíceis caminhos da
domesticidade ou da fraternização acompadrada de viver sob o mesmo espaço
físico.
Vamos tentar simplificar essas
“privanças” sem, no entanto, fugirmos à essência. São dez, exatamente dez os
acessórios, ou dito de outra forma, as “incumbências e os gravames” que mais
levam os casais a se afastarem definitivamente um do outro.
Para uma união permanente, estável,
sólida, encorpada, consistente e segura, não necessariamente nessa ordem, as
rejeições são as seguintes:
1). Total pobreza de inteligência;
2). Prática homossexual no homem e
lesbianismo na mulher;
3). Ser muito desconfiado;
4). Ser negligente no aspecto da higiene;
5). Ter grande diferença no nível
cultural;
6). Ser um muito egoísta;
7). Possuir relativamente grande diferença
de idade;
8). Carregar defeitos na aparência como
ser muito alto, muito baixo, ou trazer consigo algum defeito ou cacoete, além
de ser dispersivo, não sabendo se situar no tempo ou no espaço de modo
coerente;
9). Ser fumante inveterado, beber em
demasia, gostar de viver metido em bares, com amigos, ou se drogar;
10). Condição socioeconômica incompatível.
Como se pode depreender, senhoras e
senhores, o hábito homossexual aparece no elenco em segundo lugar como FATOR DE
REJEIÇÃO ou REPROVAÇÃO. Ainda que muita gente tolere tal prática em relação à
sua família, ou envolvimento pessoal, na hora séria de partir para o “vamos
ver”, compromisso onde entra a figura da igreja, do padre, e toda a pompa
entrelaçada ao vestido branco, seguido do véu e grinalda, a coisa complica um
bocadinho. Nesse momento, a recusa, ou a rebordosa no quesito desaprovação é
simplesmente TOTAL.
Essa pesquisa feita por um jornal
bastante conceituado no Estado de São Paulo, com grande público leitor, revela
com cristalina contundência, que a prática homossexual é tolerada apenas bem
longe dos indivíduos, vista somente em alguém afastado do convívio do dia a
dia. Em face disso, senhoras e senhores, percebam que, na hora do “pega pra
capar” simplesmente é interpretado como desaprovação condenável e altamente
censurável.
Em linhas gerais, o levantamento
sinaliza que as pessoas não se preocupam muito com a inteligência, com a
desatenção, tampouco se lixam no tocante à higiene (para alguns, tanto faz o
cônjuge tomar banho todo dia, como não tomar). O problema, nesse caso é de quem
foge da chuvinha particular, como o diabo da cruz, e prefere ficar cheirando a
bacalhau estragado.
Mesmo lado da moeda, não conta se o
camarada fuma cigarro, cachimbo, baseado, ou se drogue. Não faz diferença se sua compleição corporal
for alta, baixa, mais ou menos, médio, gordo, magro, ou palito mal alimentado.
Não levam em conta, ainda menos, se o
infeliz é pobre ou rico, se na hora de juntar os paninhos de bunda, as escovas
de cabelo, os talheres e pratos, o candidato opte pelo reconhecimento ou adoção
de uma esposa dezesseis, dezoito ou vinte anos mais nova, e o conclamado ou
afeiçoado passe da casa dos cinquenta ou sessenta.
Devemos lembrar aos nossos leitores,
que não existe o feio ou o bonito. “Para quem gosta, para quem ama o feio, bonito
lhe parece”. Partindo desse princípio simples, o que não serve para uma pessoa
pode vir a ser a tábua da salvação de uma terceira.
Apenas para ilustrarmos, as senhoras e
os senhores se recordam do africano conhecido como o “Homem mais feio do
mundo?”. Fazemos referência a Godfrey Baguma. Em 2015, então com quarenta e
sete anos, este jovem se casou, em segundas núpcias, com uma mulher mais nova
que ele, Kate Namanda. Na época, contava trinta primaveras. Meses depois de matrimoniada, Kate deu luz a
uma linda menina.
Não importa, em conclusão, se o cara é
feio, tenha um olho só, três pernas, um rabo no ouvido e, no lugar da boca, um
escudo do Flamengo. Para piorar a situação, no lugar da boca, um dos buracos do
nariz. Segundo a pesquisa que trouxemos à baila, não tendo nenhuma ligação com
a galera da LGBT, o restante, os gloriosos e fogosos “finalmentes”, os casais
modernos, tiram de letra.
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PANFLETADO E DISTRIBUÍDO NAS SINALEIRAS, ALÉM DE INCLUÍ-LO EM MEU PRÓXIMO LIVRO
“LINHAS MALDITAS” VOLUME 3.
Título e
texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. Do
Sítio ”Shangri-La” – Um lugar perdido no meio do nada. 12-3-2017
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