José Manuel
Faleceu no dia 25 de março a turista argentina baleada em
Santa Tereza quando ia passear no Cristo Redentor. Estava hospitalizada desde o
carnaval, quando dentro do carro em que estavam, ela, o marido e mais um casal
espanhol, foram tocaiados por criminosos fortemente armados.
No mesmo lugar, em dezembro, foi assassinado, provavelmente
pelos mesmos criminosos, um turista italiano que dava a volta ao mundo em sua
moto com um amigo, e que também se dirigia ao Cristo Redentor, um dos lugares
mais visitados da cidade.
Um dia depois, 26 de março, mais um turista argentino foi
baleado em um bar na zona sul do Rio de janeiro, vindo a falecer.
Como é que se chama isso aqui no Brasil? Genérica e
hipocritamente, são usados pela mídia local termos tais como baleados pelos
assaltantes, baleados pelos bandidos, pelos traficantes, por uma bala perdida,
como se balas fossem passarinhos perdidos a voar nos céus, e a culpa claro, é
sempre da bala, nunca do sistema.
Afirmo que não pode ser assim descrito, pois isso, a meu
ver, é tão terrorismo quanto o último evento na ponte de Westminster. São
iguais na forma e só não são no conteúdo. Na Europa ou EUA, ou Médio Oriente, o
islamismo, por exemplo, tenta através de uma jihad estabelecer a
religião de Allah. Mata-se por uma ideologia religiosa, para que se
estabeleça a lei Islâmica (shari'ah) por Allah. E matam sem dó. Isso é
terrorismo ideológico religioso.
Aqui no Brasil, quem mata, não sabe porque mata, apenas
mata, e isso também é terrorismo, com outro nome, é social.
As cidades brasileiras têm estado aterrorizadas por um
terrorismo boçal, que nem ideologia, nem religiosidade tem. É estúpido e
intrauterino.
Vitória, Manaus, São Luiz, Natal, têm vivido num mundo
terrorista nos últimos meses, com presidiários sendo degolados ou churrascados em seus presídios, fábricas
de assassinos em série.
A cidade de Vitória teve este ano uma semana de Síria com
todos os ingredientes picantes de uma guerra civil.
Os cariocas e paulistanos vivem aterrorizados, gradeados em
suas casas ou prédios, indo para o trabalho na parte da manhã sem saber se
estarão vivos à noite para voltar às suas casas, às suas famílias.
Isto não é terrorismo?
Dá-se ênfase demais ao terrorismo Islâmico, à turba
muçulmana, levando-os a uma apoteose sem par na história moderna.
Fazem o marketing da morte. Provocam a ira da serpente, para
vender notícias. E os resultados são conhecidos. Quando um terrorista muçulmano
joga um caminhão contra a população em Nice, isso é terrorismo ideológico
religioso.
Quando os cariocas têm noites insones com balas tracejantes
"voando" entre morros e por cima dos seus prédios, das suas cabeças,
isso chama-se terrorismo.
Quando do morro "descem" fortemente armados e
obrigam os passageiros dos ônibus a saírem correndo para depois incendiá-los ou
interditar ruas e rodovias, isso também é terrorismo.
Como é que se chama aqui no Brasil um domingo ensolarado na
praia, com centenas praticando roubos em sequência na areia? Arrastão? Não,
desculpem, mas isso tem nome, é terrorismo social.
Aqui, não fazem o mesmo tipo de marketing que se faz no
exterior, sobre o terrorismo ideológico religioso, ao contrário, usam um
silêncio conveniente para não expor o país, para não mostrar o quanto as
entranhas do país estão podres socialmente.
O que será pior, a Shari'ah islâmica ou a
politicalha brasileira?
Os dois, e os culpados por estarem acontecendo mortes nas
áreas citadas são os países coniventes com as tragédias pois não passam de
atores com as mesmas atitudes, ou seja, são apenas reativos.
Não conhecem a palavra prevenção, está fora de seus
dicionários, culpam as tragédias pelas ideologias, os seus dogmas ou a carência
social.
A prevenção, tanto nos terrorismos, sejam ideológicos,
religiosos ou sociais, é igual. Chama-se inteligência, afinal, todos sabem de
onde vêm as armas e qual o caminho que elas percorrem, aqui e no exterior, mas
custa caro.
Acontece que o mundo mudou, a população triplicou nos
últimos cinquenta anos, problemas políticos religiosos antigos afloraram,
problemas sociais aumentaram e é preciso investir maciçamente em inteligência
para que se preveja com muita antecedência e se faça a prevenção necessária aos
atos criminosos.
É assim que se faz, caso contrário ainda vamos ter muitos
turistas assassinados no Brasil, twin towers
em Nova Iorque, Westminster bridge
em Londres, e orla de Nice.
E a mídia que antes ganhava no escrito, agora ganha muito no
virtual.
Título e Texto: José
Manuel – para quem discordar é bom lembrar que no Brasil o terrorismo
social mata mais do que o ideológico ou religioso ao redor do mundo. 29-3-2017
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