A explosão da pandemia do
covid-19 no Brasil, revelou com mais crueldade o caos que envolve a sociedade
brasileira pelo excesso de acomodação que nos é peculiar.
O desemprego que sempre foi
alto, piorou com o fechamento de milhares de pequenas empresas.
O governo federal ficou com a
penosa tarefa de suprir os necessitados com um auxílio mensal para aquisição de
alimentos e material higiênico.
Ainda tendo de se defrontar
com bastantes desonestos Governadores/Prefeitos que aproveitaram a ocasião para
sangrar as verbas de emergência, com falsos gastos em hospitais de campanha
(alguns foram desmontados antes da inauguração) e minando a economia local
esticando o “pico”.
Fora os “espertos” (que seguem
os exemplos de cima) que receberam o benefício usando artimanhas que o sistema
federal não está capacitado a descobrir.
Até porque grande parte dos
órgãos fiscalizadores também estão infestados de herdeiros das espertezas
praticadas por conta da impunidade que é o nosso logotipo em volta do planeta.
E estes gestores sabem que muitos parentes e amigos seus também esfolam nossas
divisas sem cerimônia.
E por conta da necessidade de
se conceder a ajuda humanitária por mais alguns meses, caimos no complicado
estudo para descobrir de onde terão de vir os recursos para pagar esta conta.
Para não perderem votos em
demasia com um novo imposto, tentam tirar uma parte de cada área social. A
redução na área da Educação é a mais comemorada, pois marcha para o objetivo
regular em manter “eleitários” habilitados apenas para soletrarem manchetes
(não interpretá-las) de jornais.
Não se ouve nenhum projeto
para redução dos penduricalhos que envolvem os milhares de cargos públicos (executivo,
legislativo e judiciário) nas 3 esferas oficiais. Se o povo tivesse um mínimo
de compreensão e preguiça, certamente questionaria dezenas de “ajudas” do tipo:
- auxílio-correio: mesmo antes
da greve da entidade, mais de 99% das correspondências direcionadas aos
portadores de títulos (inúteis) eleitorais seguem por e-mail, WA e outros
aplicativos;
- auxílio-escola: se durante a
pandemia não há aula, como o valor é pago integralmente?
- auxílio-gasolina: com as
sessões sendo efetuadas via “zoom”, quem está usando veículos para adentrar as câmaras? Será que
alguém vai lá ver se os parentes estão bem alimentados sem restos de lautos
lanches?
- auxílio-viagem: em tempos de
baixo trânsito nos aeroportos, esta grana cai na conta deles? Fora o prejuizo
pelo uso indevido de aviões da FAB.
- auxílio-moradia: se um
legislador reside na cidade onde embroma, por que recebe esta parcela?
- auxílio-caviar: este abrange
as compras de lagostas, caviar e outras iguarias nobres a serem regadas com vinhos
estrangeiros que custam o equivalente a 1000 litros de leite (que faltam na merenda escolar).
De auxílio em auxílio, os
salários dos “doutos” que possuem uma legião de dezenas de “aspones” (para abocanharem a metade dos
salários deles) quase triplicam.
O valor acumulado que poderia
ser economizado, talvez não chegue a 2% da arrecadação total de impostos. Mas
com certeza daria para atender umas 500 escolas e uns 20 hospitais públicos.
Além de incentivar a população
a perceber que o “sacrifício” também atinge às altas elites de “escreventes de Leis” (em
favor próprio, claro).
Título e Texto: Haroldo
Barboza, 3-9-2020
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