quinta-feira, 3 de setembro de 2020

[Foco no fosso] Pandemia pede economia

Haroldo Barboza

A explosão da pandemia do covid-19 no Brasil, revelou com mais crueldade o caos que envolve a sociedade brasileira pelo excesso de acomodação que nos é peculiar.

O desemprego que sempre foi alto, piorou com o fechamento de milhares de pequenas empresas.

O governo federal ficou com a penosa tarefa de suprir os necessitados com um auxílio mensal para aquisição de alimentos e material higiênico.

Ainda tendo de se defrontar com bastantes desonestos Governadores/Prefeitos que aproveitaram a ocasião para sangrar as verbas de emergência, com falsos gastos em hospitais de campanha (alguns foram desmontados antes da inauguração) e minando a economia local esticando o “pico”.

Fora os “espertos” (que seguem os exemplos de cima) que receberam o benefício usando artimanhas que o sistema federal não está capacitado a descobrir.

Até porque grande parte dos órgãos fiscalizadores também estão infestados de herdeiros das espertezas praticadas por conta da impunidade que é o nosso logotipo em volta do planeta. E estes gestores sabem que muitos parentes e amigos seus também esfolam nossas divisas sem cerimônia.

E por conta da necessidade de se conceder a ajuda humanitária por mais alguns meses, caimos no complicado estudo para descobrir de onde terão de vir os recursos para pagar esta conta.

Para não perderem votos em demasia com um novo imposto, tentam tirar uma parte de cada área social. A redução na área da Educação é a mais comemorada, pois marcha para o objetivo regular em manter “eleitários” habilitados apenas para soletrarem manchetes (não interpretá-las) de jornais.

Não se ouve nenhum projeto para redução dos penduricalhos que envolvem os milhares de cargos públicos (executivo, legislativo e judiciário) nas 3 esferas oficiais. Se o povo tivesse um mínimo de compreensão e preguiça, certamente questionaria dezenas de “ajudas” do tipo:

- auxílio-correio: mesmo antes da greve da entidade, mais de 99% das correspondências direcionadas aos portadores de títulos (inúteis) eleitorais seguem por e-mail, WA e outros aplicativos;

- auxílio-escola: se durante a pandemia não há aula, como o valor é pago integralmente?

- auxílio-gasolina: com as sessões sendo efetuadas via “zoom”, quem está usando veículos para adentrar as câmaras? Será que alguém vai lá ver se os parentes estão bem alimentados sem restos de lautos lanches?

- auxílio-viagem: em tempos de baixo trânsito nos aeroportos, esta grana cai na conta deles? Fora o prejuizo pelo uso indevido de aviões da FAB.

- auxílio-moradia: se um legislador reside na cidade onde embroma, por que recebe esta parcela?

- auxílio-caviar: este abrange as compras de lagostas, caviar e outras iguarias nobres a serem regadas com vinhos estrangeiros que custam o equivalente a 1000 litros de leite (que faltam na merenda escolar).

De auxílio em auxílio, os salários dos “doutos” que possuem uma legião de dezenas de “aspones” (para abocanharem a metade dos salários deles) quase triplicam.

O valor acumulado que poderia ser economizado, talvez não chegue a 2% da arrecadação total de impostos. Mas com certeza daria para atender umas 500 escolas e uns 20 hospitais públicos.

Além de incentivar a população a perceber que o “sacrifício” também atinge às altas elites de “escreventes de Leis” (em favor próprio, claro).

Título e Texto: Haroldo Barboza, 3-9-2020

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