Corrupção e impunidade são
duas embarcações que navegam tranquilas pelas águas obscuras da “clara”
Constituição brasileira. À primeira vista, para um naturalizado que mora no
Brasil há seis meses, parece ser incoerente possuir esta navegabilidade confortável.
Vamos ajudá-lo a entender.
As nossas leis são escritas
(desde o início do século XX) com parágrafos meio “juridiquês” contendo
vírgulas (e ponto-e-vírgulas) de menos (ou de mais) de tal forma que os doutos
espertos que burlam as leis escritas por eles mesmos (aprimorando as obras de
seus antepassados), contratam advogados gabaritados para convencerem os jurados
de que seus clientes são integralmente inocentes (e agora mais treinados para
não deixarem rastros), ou no máximo, transgressores culposos (não dolosos), e
neste caso, condenados em primeira e
única instância, a pagarem três ou quatro cestas básicas às famílias que tenham
sido prejudicadas. Depois, por livre e espontânea vontade, tornam-se
“padrinhos” generosos (R$ 10,00/mês) de alguma entidade de apoio aos idosos.
Durante a fase investigatória,
usam artifícios tipo ficarem “doentes” (até dor no calo serve) para criarem um
sentimento de pena por parte da população. Que jurado não se comove com isto?
Se a quantidade de
prejudicados ultrapassar a casa dos milhares, são “afastados” por dois anos de
uma diretoria e “promovidos” a chefiar alguma autarquia a dois mil quilômetros
do ambiente em foco.
Se possuírem um “dossiê”
parrudo (e bem guardado) sobre delitos de mais oitenta ou noventa figuras
públicas, logo chegarão à convenção do seu partido (quadrilha) em ponto de
bala, prontos para concorrerem a um cargo executivo. Habilidades para tal eles
já demonstraram.
Mesmo sem eu explanar outras
particularidades deste ambiente nefasto que nos impede de alcançar um melhor
patamar de vida, o naturalizado que me acompanhou por quatro ou cinco
parágrafos já deve estar pensando em casar-se com uma das herdeiras destas
“conceituadas” famílias para galgar um posto de destaque neste cenário sinistro
(para os eleitores que pagam as mordomias, é claro) que garantirá seu rico
sustento em troca de artimanhas refinadas e sutis para montagem de novos
“esquemas” imunes às normas vigentes.
Muito mais condecorado será,
se elaborar uma nova “lei” que crie uma fonte de renda a partir da supressão de
direitos já conquistados pelos nativos exauridos pelo árduo labor em prol da
pátria.
Afinal, alguém precisa
trabalhar para manter esta “josta” andando, ainda que de forma cambaleante.
Título e Texto: Haroldo
Barboza, 30-5-2020
Anteriores:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-