Em carta, embaixada chinesa pede que
deputados não comentem sobre a posse da presidente de Taiwan, território que a
China afirma estar sob sua soberania
Gabriel Oneto
A embaixada da China enviou
uma carta à Câmara dos Deputados pressionando para que nenhum parlamentar se
manifestasse sobre a posse de Tsai Ing-wen para um segundo mandato na presidência de Taiwan que
aconteceu no último dia 20.
![]() |
Embaixador chinês, Yang
Wanming, discursa em seminário alusivo aos 45 anos de relações diplomáticas
entre Brasil e China. Foto: YouTube/Reprodução
|
A informação foi divulgada
pelo deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) em sua conta no Twitter.
Martins afirmou que a carta chinesa é uma “afronta”.
Em carta, a embaixada da ditadura chinesa recomendou o silêncio dos parlamentares brasileiros em relação à posse da presidente de Taiwan. Uma afronta. Diz que não podemos nem felicitar a presidente. Portanto, mesmo com atraso, felicito a presidente Tsai Ing-wen pela posse. pic.twitter.com/fV6TikQ2IG— Paulo Eduardo Martins (@PauloMartins10) May 25, 2020
Na carta, a embaixada chinesa
afirma que os deputados devem respeitar o “Princípio de Uma Só China” e que a
Câmara deve tomar “as medidas necessárias e preventivas” para evitar qualquer
contato entre parlamentares brasileiros e as autoridades de Taiwan, que a China
considera como parte do seu território.
Desde 1974, o Brasil só
reconhece a República Popular da China como um país soberano. Com Taiwan, o
país só mantém relações comerciais.
Como resposta à ingerência
chinesa, o deputado Paulo Eduardo Martins fez questão de parabenizar a
presidente de Taiwan pela sua posse. O Ministério das Relações Exteriores taiwanês
respondeu ao deputado e afirmou que “o governo e o povo de Taiwan apreciam a
amizade e o apoio do Brasil”.
Thank you @PauloMartins10 for congratulating @iingwen on her #Taiwan520 inauguration. The government & people of #Taiwan sincerely appreciate the friendship & support of #Brazil.— 外交部 Ministry of Foreign Affairs, ROC (Taiwan) 🇹🇼 (@MOFA_Taiwan) May 25, 2020
Não é a primeira vez
Essa não é a primeira vez
neste ano que autoridades chinesas tentam pressionar parlamentares brasileiros.
Em março, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, criticou Eduardo Bolsonaro, que comparou a crise do
coronavírus com o acidente nuclear de Chernobyl.
Título e Texto: Gabriel Oneto,
revista Oeste, 26-5-2020, 9h48
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-