Movimento ligado aos servidores da Empresa
Brasil de Comunicação critica inclusão no Programa de Parcerias de
Investimentos do governo federal
Anderson Scardoelli
A ideia do presidente Jair
Bolsonaro em privatizar a Empresa Brasil de Comunicação, a EBC, e, assim,
diminuir os gastos públicos já encontra resistência no meio sindical. Movimento
que se coloca como porta-voz dos servidores do conglomerado de mídia, a Frente
em Defesa da EBC e da Comunicação Pública se posicionou ontem em relação ao
tema.
Em nota publicada no site do
Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, a frente vai por dois caminhos.
Primeiramente, omite a questão dos gastos que o governo federal tem de arcar
para a manutenção do projeto midiático idealizado pelo ex-presidente Lula na
década passada, conforme registrou Oeste. Em segundo lugar, o
movimento tece críticas a Bolsonaro por ter incluído a EBC no Programa de
Parcerias de Investimentos, o chamado PPI.
“Em relação à questão
econômica, a EBC nunca foi criada para ser autossuficiente, como não é nenhuma
corporação de mídia pública. Ela deve ter receitas da União, não fazendo
sentido falar em ‘déficit’, como o governo faz de forma má intencionada”, diz
trecho da nota assinada pela Frente em Defesa da EBC e da Comunicação Pública.
A entidade dá a entender que — para ela — o governo federal deveria seguir
investindo no projeto notoriamente reconhecido por registrar traço de
audiência.
Estudo do BNDES
Ainda que a medida preocupe o
movimento que representa os servidores da Empresa Brasil de Comunicação, a
privatização da EBC não será de imediato. O decreto publicado na edição de
21 de maio do Diário Oficial da União informa que o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, fará estudos relacionados ao assunto.
Posteriormente, caberá ao conselho do PPI aprovar ou não as deliberações
indicadas pelo órgão.
A inclusão da EBC no PPI
mostra que o presidente Bolsonaro toma mais uma medida em sintonia com a
campanha eleitoral de 2018. Na ocasião, o então presidenciável prometeu
privatizar a empresa de comunicação pública. O que também chegou a ser
defendido por outros candidatos. Geraldo Alckmin chegou a garantir que, se
eleito, extinguiria a operação do conglomerado de mídia até hoje vinculado à
União e aos cofres públicos.
Título e Texto: Anderson
Scardoelli, revistaOeste, 25-5-2020, 18h10
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