Ministro pede ao MPF investigação sobre
vazamento de informações
Cristina Índio do Brasil
O ministro do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves pediu hoje (27) ao Ministério
Público Federal (MPF) para apurar suposto vazamento da Operação Placebo,
deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro e São Paulo, que
tem entre os investigados o governador do estado do Rio, Wilson Witzel, e a
mulher dele, Helena Witzel.
Segundo o ministro, se o
vazamento for confirmado, “será necessário responsabilizar penalmente o autor
da conduta ilícita, como forma de não prejudicar a integridade das
instituições”.
A Operação Placebo vai
aprofundar as investigações que começaram com a Polícia Civil do estado, o
Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal (MPF) para apurar a
existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social
contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da
gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro.
A PF informou que a operação
apura “indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do
estado de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente
do coronavírus (covid-19), no Estado do Rio de Janeiro”. Autorizada pelo
ministro Benedito Gonçalves, a ação deflagrada na manhã de ontem teve 12
mandados de busca e apreensão, dez no Rio e dois em São Paulo, e contou com
equipes da Polícia Federal de Brasília, além de agentes do Rio.
Logo cedo, a PF chegou ao
Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo do estado do Rio, na zona
sul da cidade, onde moram Witzel e a família. Os agentes passaram mais de duas
horas no local para recolher informações. Após a saída dos policiais, o
governador Wilson Witzel divulgou nota em que negou participação ou autoria
dele em qualquer tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias
apresentadas pelo Ministério Público Federal. “Estou à disposição da Justiça,
meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em
alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não
abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro”,
informou.
Também na nota, Witzel
comentou vazamentos que antecederam a deflagração da Operação. “Estranha-me e
indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados
bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação
da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve
vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A
interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente
oficializada”, indicou.
Depoimento
Ainda dentro da operação, o
ministro determinou depoimentos de Wilson Witzel, mas como todo o processo
referente à decisão está sob sigilo não foi confirmando quando o governador
será ouvido pela Polícia Federal.
Título e Texto: Cristina
Índio do Brasil; Edição: Valéria Aguiar – Agência Brasil, 27-5-2020, 12h31
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