Rodrigo Constantino
Na grande imprensa brasileira
sempre houve um predomínio esquerdista. De uns tempos para cá, por pressão do
público, ocorreu maior abertura ao pluralismo de ideias, mas ainda com forte
viés “progressista” nos maiores veículos de comunicação. O fenômeno se deve
basicamente à concorrência das redes sociais: elas expuseram esse viés negado
pelos jornalistas, e levaram ao leitor o contraditório, um pensamento mais
conservador que antes era demonizado e ridicularizado.
Claro que a patota corporativista,
acostumada ao seu quase monopólio da “opinião publicada”, não aceitaria essa
perda de espaço docilmente. Por isso temos visto tanta campanha para o controle
das redes sociais, mascarado de combate às Fake News. Ninguém precisa negar a
existência de muito lixo nas caóticas redes sociais para condenar essa
tentativa velada de censura.
Uma das formas que ela aparece
é mais visível e direta, como por meio de projetos de lei. A deputada Tabata Amaral apresentou um, que na prática criaria uma reserva de mercado
às agências de checagem de fatos, que também possuem viés esquerdista. Essas
poucas agências oficiais se transformariam numa espécie de Ministério da
Verdade, como na distopia de George Orwell.
A medida encontra apoio de
jornalistas de esquerda, como Pablo Ortellado, da Folha de SP. Ele publicou um
artigo em que estampa logo no título sua intenção: “Chegou a hora de regular as
mídias sociais”. E acrescenta: “Conter desinformação exige enfrentar os
paradoxos da colisão de direitos e os riscos da regulação estatal”. Traduzindo:
para o inferno com a liberdade de expressão, eu quero é usar o monopólio da
coerção estatal para impor controle ao que julgo errado!
Infelizmente, a pandemia
forneceu o pretexto perfeito para esses censores. Vidas correm perigo, não
podemos tolerar “desinformação”, gente que questiona as diretrizes da OMS. Em
nome da “ciência”, vamos calar a boca na marra desses “hereges” e
“negacionistas”. É para o “bem comum”. E alguns supostos liberais ainda
aplaudem!
Mas há outra estratégia em
paralelo, mais perigosa ainda, pois dissimulada. Trata-se do tal movimento
Sleeping Giants Brasil, que tenta coibir, por pressão de grupo, anúncios em
sites alternativos, de “extrema direita”. Significa desmonetizar quem ousa
pensar fora do padrão hegemônico. É a volta do pensamento único, de esquerda. E
conta com o apoio de influenciadores como Felipe Neto e Luciano Huck.
As redes sociais, com todos os
seus defeitos, foram responsáveis pelo despertar do gigante brasileiro, o tal
povo. Boa parte dele se descobriu finalmente com voz para defender seus valores
conservadores. A esquerda quer calar essa gente toda. Quer o gigante adormecido
novamente. Não vai colar!
Título e Texto: Rodrigo
Constantino, Gazeta do Povo, 25-5-2020, 8h57
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