terça-feira, 2 de junho de 2020

[Foco no fosso] Placa atrasada

Haroldo Barboza

Que aglomerações humanas aumentam as chances de contaminação pelo covid-19 não existem dúvidas. Mas o tratamento inadequado (apesar do heroico esforço dos times médicos) que causa “100%” de ocupação de leitos, possui uma causa principal já de conhecimento de todos: a corrupção que abocanha altos valores do “orçamento de guerra” sem nenhuma cerimônia com as mortes que tal procedimento provoca.

Não tendo como investigar o Brasil todo (seríamos felizes se os trambiqueiros se aglomerassem sem máscaras e depois fossem levados para o “hospital de campanha Carandirú” para um tratamento “adequado”), ficaremos com dados incompletos do RJ, mas com a certeza de que no resto do país, a metodologia dos desvios (com licitação já é complicado) é copiada com eficácia.

No Rio, em meados de abril/2020 deveríamos ter sete hospitais de campanha totalizando quase 3000 leitos para atender a demanda. Mas em pleno início de junho/2020, temos um hospital (Maracanã) funcionando com 50% da capacidade, e o de São Gonçalo (que recebeu respiradores do anterior) “inaugurado”, mas ainda não atendendo!

Epa! Alguém entendeu?

Parece até aquela estação de metrô em Copacabana “inaugurada” pelo governante em fim de mandato e que começou a funcionar seis meses depois do término de seu exercício! Entendeu agora?

E os demais cinco hospitais ainda não funcionam por “pequenos detalhes”1 e grandes objetivos escusos2

(*1) falta de um destes itens: médicos, enfermeiros, equipamentos periféricos, respiradores, ligações elétricas, circuitos hidráulicos, exaustores, material de proteção, de limpeza, de escritório e mais uns 15 itens menos nobres.

(*2) desviar (através de contratos impensáveis) valores oriundos do “orçamento de guerra” e/ou permitir levianamente, que mortes sirvam como argumentos para futuros trampolins eleitorais.
Mesmo que o item (*1) se torne funcional, creio que ainda haverá um empecilho final para retardar o funcionamento destas unidades: a demora da placa de inauguração com o nome do gestor “benfeitor”.
Título e Texto: Haroldo Barboza, 2-6-2020

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